Os petroleiros são, em média, os maiores navios do mundo. Não é dificil um petroleiro ultrapassar 400 metros de comprimento..ou seja, o bicho tem quase meio quilometro...o calado do navio (a parte que fica submersa) pode chegar a 24 metros (no caso do Happy Giant, um dos maiores navios já construídos), o tamanho aproximado de um prédio de 08 andares. Para fazer uma curva, um petroleiro ocupa um raio de 04 quilometros...para parar totalmente, o navio pode precisar de 10 km. Ou seja, quando o capitão quiser virar seu barco, tem que iniciar a manobra sabendo possuir uma área livre de 04 km. Caso queira frear o navio, é preciso começar com 10 km de antecedência.
Portanto, é imprescindível que o comandante do navio tenha ciencia do tempo necessário para que certas atitudes alcancem resultados.
Esta semana fomos agraciados com a notícia de que o Brasil ultrapassou o Reino Unido e tornou-se o sexto maior PIB do planeta. Essa medida, sozinha, não permite análises muito profundas. É preciso sobrepor esse índice com outros (como PIB per capita, por exemplo) para podermos realmente ter uma fotografia mais clara. Mas, de qualquer forma, é uma notícia boa.
Porém, anda me irritando um pouco a apropriação indébita que certos governantes tem feito de alguns resultados, incluindo este. Como dito no primeiro parágrafo, é muito difícil que a manobra do comandante de um navio do tamanho do nosso surta efeito no curto prazo. A curva precisou ser iniciada há alguns anos.
Hoje, li um artigo escrito pelo economista Rolf Kuntz no Estadao.com.br (copio o link do artigo abaixo)
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-pais-quase-serio--,815971,0.htm
Neste artigo, ele lista as 03 principais razões para estarmos alcançando este tipo de resultado. Não tenho o conhecimento academico e empírico do articulista, porém tenho a mesma opinião que ele, razão pela qual quis fazer este post.
De forma resumida, seguem as razões listadas pelo Kuntz:
1) A solidez do nosso sistema financeiro. Quem nao se lembra, o país passou por um processo de quebras de bancos muito difícil nos anos 90 e diversas medidas ( a grande maioria, impopulares) foram tomadas para evitar novos problemas no futuro. Essas medidas ajudaram o país a passar com menos dor pela crise que começou em 2008 e se arrasta até agora.
2) A razoável condição das contas públicas. Temos déficit e, nos ultimos anos, temos tratado este assunto com bastante, digamos, irresponsabilidade. Porém, algumas medidas tomadas no passado (e, com mérito, mantidas no presente) como a Lei de Responsabilidade Fiscal e metas de superávit fizeram com que o monstro ficasse menos feio.
3) As políticas macro economicas adotadas no passado (e mantidas no presente) de metas de inflação, cambio flutuante e acumulação de reservas (súperávit) deram margem de manobra para o Banco Central (trabalhando na oferta de crédito e injeção de recursos na Economia).
Além disso, a nossa industria vem se modernizando desde o impacto sofrido pelo governo Collor. A nossa produção agrícola também vem sofrendo choques de gestão há várias décadas.
Sendo repetitivo, a curva começou a ser feita vários anos atrás.
Em compensação, nos tempos atuais, nosso país diploma algo como 30 mil engenheiros por ano. A China forma 400 mil e a India, 200 mil. Apenas 27% dos adolescentes formados no Ensino Fundamental em 2009 adquiriram conhecimentos suficientes de Português e 15%, de Matemática. Cerca de 20% das pessoas com mais de 15 anos são analfabetos funcionais.* De acordo com Kuntz, "o padrão 'Os menino pega os peixe' pode ser aceitável para o Ministério da Educação mas não parece ser para as autoridades educacionais da China, India e Indonésia".
Além disso, a carga tributária do país continua uma das maiores e mais burocráticas do mundo. O custo de se produzir no Brasil já ultrapassa o de vários países europeus. As despesas do Estado (que, no longo prazo, jogarão no lixo aqueles tres itens apontados como responsaveis pela passagem suave do Brasil pela crise) crescem irresponsavelmente nos ultimos anos. Esferas técnicas do Governo como Agencias Reguladoras e empresas estatais tem sido preenchidas por critérios partidários.
Nos próximos 20 anos, não estaremos apenas concorrendo com a Europa mas sim com a China, India, Coreia, Indonésia, Russia, Africa do Sul, México, Colombia etc etc etc.
Que decisões os comandantes destes navios estão tomando? Que curva iniciaram? E nós, que curva estamos fazendo ?
´
Um comandante que toma, durante uma calmaria, as mesmas decisões que o comandante anterior tomou durante uma tormenta é, para dizer o mínimo, despreparado.
E quem vai pagar o pato é a tripulação.
* Esses dados foram trazidos no próprio artigo do Kuntz, com as suas devidas fontes.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
A Chave
Almoço em um restaurantezinho na praça Vilaboim com um amigo que tem, digamos, alguns cabelos brancos a mais do que eu.
Amigo: -E aí, como vão as coisas na empresa?
Eu: - Estão indo bem.
Amigo: - Que bom...os clientes estão pagando?
Eu: - Alguns sim, alguns não..
Amigo: - É assim mesmo..tem uma distancia entre vender e receber né..
Eu: - Ô...
Amigo: - E vc tá conseguindo administrar seu tempo melhor?
Eu: - Mais ou menos, tenho trabalhado mais do que eu gostaria..
A: - E a empresa está faturando mais com isso?
E: Não necessariamente.
A: Então tem algo errado..analise melhor onde vc está investindo seu tempo..
E: Ah não, eu faço bastante esse exercício..
A; Tem certeza...onde está o dinheiro do seu negócio?
E: Como assim?
A: Isso que vocês fazem....como é que se ganha dinheiro? É na venda, na operacionalização, na intermediação, na assessoria..onde tá a grana?
E: Ah, acho que um pouco em cada..
A: Você acha?
E: É....acho...
A: Amigo, vc permite que eu diga uma coisa ?
E: Claro...
A: Eu demorei 30 anos para virar a chave...
E: Como assim...
A: Trabalhei por um bom tempo em uma boa empresa...havia um superior..esse superior tinha um superior...que por sua vez também tinha um superior....a mim, cabia executar o que fosse determinado..até pensava um pouco, propunha algumas coisas...mas na maioria das vezes, os caras lá em cima é que ditavam as normas...a minha agenda era 75% definida por eles...e se eles fizessem merda, eu corria um sério risco de perder o emprego..
E: Entendo...
A: E a minha maior preocupação era nao perder o emprego...então eu dava uns pitaquinhos de vez quando mas, no fundo, nao queria me indispor muito..e rezava pros caras lá em cima não fazerem muita merda..
E: Hehe..
A: E aí um dia eu resolvi seguir rumo próprio..
E: Parabéns pela coragem...
A: Parabéns nada..eu fui desligado..e nao consegui outro emprego...não tive opção..mas o ponto não é esse...quando você é empregado, no seu inconsciente, a pergunta que você responde todos os dias é "como eu sobrevivo aqui?".."como garanto meu salário do final do mês"...
E: Entendi..
A: Quando você é dono, a pergunta tem que ser "Quanto dinheiro isso que estou fazendo vai gerar?"
E: Faz sentido..
A: Não, você não entendeu, acredite em mim que você não entendeu...um dia você vai entender..espero que mais rápido do que eu...espero sinceramente...sabe qual é a diferença entre o empregado e o empreendedor que pensa como empregado? Nenhuma...melhor ainda, o empreendedor que pensa como empregado fatalmente será mais pobre do que o empregado...
E (pensativo)
A: Trabalhar para alguém e para si mesmo é como jogar volei e basquete...se você entrar na quadra de basquete e tentar dar uma manchete na bola, não vai dar certo né...
E: E como eu faço para virar a minha chave?
A: Todo o dia se pergunte "Quanto dinheiro o que eu fiz hoje vai gerar?"..e um dia você vai entender o real significado dessa frase...
E (pensativo)
A: Você quer mais café?
E: Ah sim por favor...
Amigo: -E aí, como vão as coisas na empresa?
Eu: - Estão indo bem.
Amigo: - Que bom...os clientes estão pagando?
Eu: - Alguns sim, alguns não..
Amigo: - É assim mesmo..tem uma distancia entre vender e receber né..
Eu: - Ô...
Amigo: - E vc tá conseguindo administrar seu tempo melhor?
Eu: - Mais ou menos, tenho trabalhado mais do que eu gostaria..
A: - E a empresa está faturando mais com isso?
E: Não necessariamente.
A: Então tem algo errado..analise melhor onde vc está investindo seu tempo..
E: Ah não, eu faço bastante esse exercício..
A; Tem certeza...onde está o dinheiro do seu negócio?
E: Como assim?
A: Isso que vocês fazem....como é que se ganha dinheiro? É na venda, na operacionalização, na intermediação, na assessoria..onde tá a grana?
E: Ah, acho que um pouco em cada..
A: Você acha?
E: É....acho...
A: Amigo, vc permite que eu diga uma coisa ?
E: Claro...
A: Eu demorei 30 anos para virar a chave...
E: Como assim...
A: Trabalhei por um bom tempo em uma boa empresa...havia um superior..esse superior tinha um superior...que por sua vez também tinha um superior....a mim, cabia executar o que fosse determinado..até pensava um pouco, propunha algumas coisas...mas na maioria das vezes, os caras lá em cima é que ditavam as normas...a minha agenda era 75% definida por eles...e se eles fizessem merda, eu corria um sério risco de perder o emprego..
E: Entendo...
A: E a minha maior preocupação era nao perder o emprego...então eu dava uns pitaquinhos de vez quando mas, no fundo, nao queria me indispor muito..e rezava pros caras lá em cima não fazerem muita merda..
E: Hehe..
A: E aí um dia eu resolvi seguir rumo próprio..
E: Parabéns pela coragem...
A: Parabéns nada..eu fui desligado..e nao consegui outro emprego...não tive opção..mas o ponto não é esse...quando você é empregado, no seu inconsciente, a pergunta que você responde todos os dias é "como eu sobrevivo aqui?".."como garanto meu salário do final do mês"...
E: Entendi..
A: Quando você é dono, a pergunta tem que ser "Quanto dinheiro isso que estou fazendo vai gerar?"
E: Faz sentido..
A: Não, você não entendeu, acredite em mim que você não entendeu...um dia você vai entender..espero que mais rápido do que eu...espero sinceramente...sabe qual é a diferença entre o empregado e o empreendedor que pensa como empregado? Nenhuma...melhor ainda, o empreendedor que pensa como empregado fatalmente será mais pobre do que o empregado...
E (pensativo)
A: Trabalhar para alguém e para si mesmo é como jogar volei e basquete...se você entrar na quadra de basquete e tentar dar uma manchete na bola, não vai dar certo né...
E: E como eu faço para virar a minha chave?
A: Todo o dia se pergunte "Quanto dinheiro o que eu fiz hoje vai gerar?"..e um dia você vai entender o real significado dessa frase...
E (pensativo)
A: Você quer mais café?
E: Ah sim por favor...
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
os barquinhos
Conta a história que um indiano, professor de meditação, foi mandado aos Estados Unidos para ensinar Yoga aos americanos.O ano era 1914. A cidade escolhida como primeira parada: Boston. A viagem foi feita de navio (por razões óbvias) e o cara tinha algo em torno de vinte e poucos anos.
Conta a história que ele demorou 04 anos, ao chegar em solo americano, para começar a entender exatamente o que precisaria ser feito. Conta a história que o professor dele exigiu que ele, antes de embarcar, se formasse em um curso de terceiro grau pois "nos Estados Unidos só te respeitarão se você tiver um diploma." O ano era 1914.
A organização que ele fundou é hoje uma das maiores escolas de meditação do planeta, com milhões de associados. Se o mundo é áspero e pouca gente está interessada (seriamente) em meditação hoje em dia, que dirá 90 anos atrás.
Enfim, o cara foi. E atingiu seu objetivo. Poderia ter falhado? Certamente. Teve medo, frio na barriga e dúvidas? Muito possivelmente. Mas foi.
O que fez ele conseguir o que queria? Longe de ter a pretensão da resposta mas posso dar uns pitacos:
1) Ele se preparou. Antes de viajar, encarou anos de treinamento em meditação, uma faculdade (lembre-se, estamos em 1914...), levantou fundos (a história também conta essa parte) e ouviu os conselhos dos mais sábios.
2) Ele foi.
E pra mim, esse segundo item é o mais importante.
Mesmo com todo o planejamento do mundo (e ele é fundamental, caso contrário um projeto transforma-se em uma aventura irresponsável), há um momento em que seu barquinho se afasta da margem e não há nem sinal da outra margem. Você sabe para onde vai, calculou o combustível necessário, sabe quanto tempo vai levar, se vai chover nas próximas semanas, seu rádio está funcionado mas, ainda assim, tudo ao seu redor é alto mar. E vai seguir assim por um bom tempo.
E é a capacidade de se manter firme neste momento que separa os que chegam dos que não chegam.
Eu acho.
Conta a história que ele demorou 04 anos, ao chegar em solo americano, para começar a entender exatamente o que precisaria ser feito. Conta a história que o professor dele exigiu que ele, antes de embarcar, se formasse em um curso de terceiro grau pois "nos Estados Unidos só te respeitarão se você tiver um diploma." O ano era 1914.
A organização que ele fundou é hoje uma das maiores escolas de meditação do planeta, com milhões de associados. Se o mundo é áspero e pouca gente está interessada (seriamente) em meditação hoje em dia, que dirá 90 anos atrás.
Enfim, o cara foi. E atingiu seu objetivo. Poderia ter falhado? Certamente. Teve medo, frio na barriga e dúvidas? Muito possivelmente. Mas foi.
O que fez ele conseguir o que queria? Longe de ter a pretensão da resposta mas posso dar uns pitacos:
1) Ele se preparou. Antes de viajar, encarou anos de treinamento em meditação, uma faculdade (lembre-se, estamos em 1914...), levantou fundos (a história também conta essa parte) e ouviu os conselhos dos mais sábios.
2) Ele foi.
E pra mim, esse segundo item é o mais importante.
Mesmo com todo o planejamento do mundo (e ele é fundamental, caso contrário um projeto transforma-se em uma aventura irresponsável), há um momento em que seu barquinho se afasta da margem e não há nem sinal da outra margem. Você sabe para onde vai, calculou o combustível necessário, sabe quanto tempo vai levar, se vai chover nas próximas semanas, seu rádio está funcionado mas, ainda assim, tudo ao seu redor é alto mar. E vai seguir assim por um bom tempo.
E é a capacidade de se manter firme neste momento que separa os que chegam dos que não chegam.
Eu acho.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
se a cuecada não ficar esperta...
há um tempo atrás um amigo comentou comigo que estava recrutando uma pessoa para trabalhar na área comercial da empresa que ele gerencia...lá no meio do papo ele comentou "bixo, a mulherada tá dando um baile nos caras..as candidatas mulheres são muito melhores.."
bom, passou-se o tempo....e as palavras dele se fizeram extremamente verdadeiras..
eu toco a área de RH da empresa aqui....nos ultimos cinco processos de contratação, em 04 escolhemos mulher...
hoje, passei a manhã fazendo entrevistas para selecionar um estagiário....as mulheres, novamente, deram um banho nos homens...pra começar que metade dos candidatos homens confirmou e não apareceu...
nosso presidente é uma mulher...o presidente do maior clube brasileiro é uma mulher...
será que vamos voltar para a sociedade matriarcal e nós, homens, ficaremos renegados a meros objetos de reprodução?
...pensando bem, não é má idéia...
bom, passou-se o tempo....e as palavras dele se fizeram extremamente verdadeiras..
eu toco a área de RH da empresa aqui....nos ultimos cinco processos de contratação, em 04 escolhemos mulher...
hoje, passei a manhã fazendo entrevistas para selecionar um estagiário....as mulheres, novamente, deram um banho nos homens...pra começar que metade dos candidatos homens confirmou e não apareceu...
nosso presidente é uma mulher...o presidente do maior clube brasileiro é uma mulher...
será que vamos voltar para a sociedade matriarcal e nós, homens, ficaremos renegados a meros objetos de reprodução?
...pensando bem, não é má idéia...
domingo, 20 de novembro de 2011
cisne negro
assisti ao filme do título no sábado. eu não tinha vista ainda. gostei pra caralho. muito mesmo. ah, se vc ainda não viu e pretende, pare de ler o texto..
mas fiquei encafifado pensando porque eu gostei tanto...liguei para os meus irmãos e minha mãe para conversar sobre o filme e descobri que eles gostaram, mas nao o mesmo tanto.
a principal dúvida que eu fiquei foi "ela morre mesmo ou é metafórico?"..agora concluí que ela morre mesmo e é metaforico ao mesmo tempo...ela morre mesmo porque no texto orginal do ballet o cisne branco se mata mesmo...não consegue lidar com a dor da perda do amor do príncipe..
e hoje, refletindo, descobri o porquê de ter gostado tanto: porque o cisne branco precisa morrer. apenas com a morte do cisne branco é possível dar abrigo ao cisne negro e assim, construi o cisne cinza...mais forte, mais maduro, mais pronto para construir e não se deixar manipular..
não que eu ache os aspectos que o cisne branco representa infantis, muito pelo contrário..mas acho que a interpretação que o cisne branco tem dos aspectos que representa é, sim, infantil e destrutiva...por incrivel que pareça, em certo sentido, o cisne negro é mais construtivo do que o branco.
e a natalie portman mostrou que é uma das melhores atrizes da atualidade.
mas fiquei encafifado pensando porque eu gostei tanto...liguei para os meus irmãos e minha mãe para conversar sobre o filme e descobri que eles gostaram, mas nao o mesmo tanto.
a principal dúvida que eu fiquei foi "ela morre mesmo ou é metafórico?"..agora concluí que ela morre mesmo e é metaforico ao mesmo tempo...ela morre mesmo porque no texto orginal do ballet o cisne branco se mata mesmo...não consegue lidar com a dor da perda do amor do príncipe..
e hoje, refletindo, descobri o porquê de ter gostado tanto: porque o cisne branco precisa morrer. apenas com a morte do cisne branco é possível dar abrigo ao cisne negro e assim, construi o cisne cinza...mais forte, mais maduro, mais pronto para construir e não se deixar manipular..
não que eu ache os aspectos que o cisne branco representa infantis, muito pelo contrário..mas acho que a interpretação que o cisne branco tem dos aspectos que representa é, sim, infantil e destrutiva...por incrivel que pareça, em certo sentido, o cisne negro é mais construtivo do que o branco.
e a natalie portman mostrou que é uma das melhores atrizes da atualidade.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Tem uma piada super antiga que diz que as polícias dos EUA, da Inglaterra e do Brasil resolveram competir para ver quem era a mais competente. Foram alguns esquadrões de cada uma das polícias para a beira de uma estrada. A primeira a ser testada foi a americana. Soltaram um coelho na mata que margeava a estrada. Logo depois, os investigadores da policia americana foram atrás do coelho. Em poucos minutos, capturaram o bichinho.
Era, entao, a vez da polícia inglesa. Soltaram novamente o coelho. Os policias da terra da rainha aguardaram um pouco e, logo depois, saíram à caça do bichano. Com uma demora um pouco maior do que os americanos, conseguiram capturá-lo e trazê-lo para a estrada.
Chegava a vez da nossa querida polícia tupiniquim. Lá se foi o coelho. Logo depois, nossos patricios atrás. Passsaram-se minutos e nada. Horas e nada. Lá pelas tantas, já estava escurecendo, surgem os policiais brasileiros com um tatu amarrado e berrando "eu sou um coelho! eu juro que sou um coelho!"
Ao ver essa imensa novela que tornou-se a ocupação da favela da Rocinha eu me lembrei dessa piada. A prisão deste Nem me soou um tanto esquisita. Não que eu duvide que ele seja bandido ou assassino mas me parece meio difícil de engolir que aquele cara era o grande cérebro responsável por um negócio que envolve, segundo dados da imprensa, R$ 2 milhões de reais por semana. É muita grana para ficar sob o comando de um moleque com aquela cara...
A quem interessa todo esse circo? Esta intensa cobertura? Será que, finalmente, as autoridades decidiram que era hora de expulsar os malfeitores e proteger o cidadão de bem?
Então tá né...
Era, entao, a vez da polícia inglesa. Soltaram novamente o coelho. Os policias da terra da rainha aguardaram um pouco e, logo depois, saíram à caça do bichano. Com uma demora um pouco maior do que os americanos, conseguiram capturá-lo e trazê-lo para a estrada.
Chegava a vez da nossa querida polícia tupiniquim. Lá se foi o coelho. Logo depois, nossos patricios atrás. Passsaram-se minutos e nada. Horas e nada. Lá pelas tantas, já estava escurecendo, surgem os policiais brasileiros com um tatu amarrado e berrando "eu sou um coelho! eu juro que sou um coelho!"
Ao ver essa imensa novela que tornou-se a ocupação da favela da Rocinha eu me lembrei dessa piada. A prisão deste Nem me soou um tanto esquisita. Não que eu duvide que ele seja bandido ou assassino mas me parece meio difícil de engolir que aquele cara era o grande cérebro responsável por um negócio que envolve, segundo dados da imprensa, R$ 2 milhões de reais por semana. É muita grana para ficar sob o comando de um moleque com aquela cara...
A quem interessa todo esse circo? Esta intensa cobertura? Será que, finalmente, as autoridades decidiram que era hora de expulsar os malfeitores e proteger o cidadão de bem?
Então tá né...
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
confabulações reacionárias
a capa do album nevermind do nirvana (banda que eu acho sensacional) mostra um bebe indo atrás de uma nota de dólar presa a um anzol...náo tenho a pretensão de interpretar o que eles quiseram dizer, mas a mim me parece uma crítica ao nosso modo de vida, baseado no capitalismo...ou seja, desde bebê o ser humano já é "fisgado" pela caça ao dinheiro...
bom, eu gostaria de saber o que eles proporiam como alternativa....infelizmente não dá, pois o lider da banda deu um tiro na própria cabeça...
em tempos em que estudantes invadem o prédio da reitoria da usp para protestar contra a pm e o capitalismo, eu fico pensando como é muito mais fácil criticar e causar o caos do que botar a mao na massa para fazer algo que realmente valha a pena..construtivo..que traga melhora na vida das pessoas..
à medida que vou envelhecendo, percebo que esotu dando uns passinhos para a direita...eu nao tenho mais paciencia para discursos vazios....baseados em teorias que tem pouca ou nenhuma aplicabilidade prática...
dou mais valor a uma empregada domestica que se esfola inteira para dar um pouco de dignidade a sua familia...ou a um executivo que aguenta toneladas de stress para manter o emprego de centenas de pessoas..ou ao lider comunitário que enfrenta enormes adversidades em busca de uma melhor condição de vida para sua região do que a pretensos "salvadores do mundo" ou "gênios que descobriram o sistema economico e social perfeito" e acabam só dando mais trabalho e custo para a sociedade...
minha mae conta uma história que eu acho fantástica: a ex-sogra dela era extremamente culta, trabalhava dando aula de história da arte para senhoras da alta sociedade...em um determinado momento, passando por dificuldades emocionais, ele procurou o gaiarsa, um dos mais influentes psiquiatras da época (ela tinha cacife para isso..)...após algum tempo de tratamento, ele deu uma caixinha para ela...a caixinha tinha cocô dentro...é, merda...e ele disse a ela: "mexe bastante....história da arte é muito legal...mas a vida também é isso aí...como vc vai lidar?"
crescer dói...e acho que traz junto passinhos para a direita...
mas o nirvana é do caralho...
bom, eu gostaria de saber o que eles proporiam como alternativa....infelizmente não dá, pois o lider da banda deu um tiro na própria cabeça...
em tempos em que estudantes invadem o prédio da reitoria da usp para protestar contra a pm e o capitalismo, eu fico pensando como é muito mais fácil criticar e causar o caos do que botar a mao na massa para fazer algo que realmente valha a pena..construtivo..que traga melhora na vida das pessoas..
à medida que vou envelhecendo, percebo que esotu dando uns passinhos para a direita...eu nao tenho mais paciencia para discursos vazios....baseados em teorias que tem pouca ou nenhuma aplicabilidade prática...
dou mais valor a uma empregada domestica que se esfola inteira para dar um pouco de dignidade a sua familia...ou a um executivo que aguenta toneladas de stress para manter o emprego de centenas de pessoas..ou ao lider comunitário que enfrenta enormes adversidades em busca de uma melhor condição de vida para sua região do que a pretensos "salvadores do mundo" ou "gênios que descobriram o sistema economico e social perfeito" e acabam só dando mais trabalho e custo para a sociedade...
minha mae conta uma história que eu acho fantástica: a ex-sogra dela era extremamente culta, trabalhava dando aula de história da arte para senhoras da alta sociedade...em um determinado momento, passando por dificuldades emocionais, ele procurou o gaiarsa, um dos mais influentes psiquiatras da época (ela tinha cacife para isso..)...após algum tempo de tratamento, ele deu uma caixinha para ela...a caixinha tinha cocô dentro...é, merda...e ele disse a ela: "mexe bastante....história da arte é muito legal...mas a vida também é isso aí...como vc vai lidar?"
crescer dói...e acho que traz junto passinhos para a direita...
mas o nirvana é do caralho...
terça-feira, 18 de outubro de 2011
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
divagações políticas
Sempre me chamou a atenção como nós, brasileiros, enxergamos a política mais ou menos como futebol. Quem acompanha política "tem" um partido. Quem vota no PT, vota no PT. Quem vota no PSDB, vota no PSDB. E qualquer coisa que surja do "outro lado", não presta. Ou então, escolhemos se gostamos ou não de uma determinada pessoa e pronto, votamos nela, independentemente se ela tenha mudado de partido, de ideologia, de classe social , de sexo e etc. Eu escuto muita gente falando "Ah, o Fulano é bom"...ou então "Não voto em Beltrano de jeito nenhum"...com raras exceções (tipo o Paulo Maluf), na maioria das vezes não temos a menor ideia de porque Fulano e Beltrano ganharam nossa admiração e aversão, respectivamente...(alguns nomes figuram com frequencia nesta lista, como Mercadante, Suplicy, Chalita).
Bom, eu sempre fui um eleitor do PSDB. Além de me identificar com os ideais do partido, os políticos mais competentes (na minha opinião) dos ultimos 20 anos perteceram ao PSDB: Mario Covas, Paulo Renato, FHC e José Serra. Porém, há diversos quadros que não me agradam no partido: Geraldo Alckmin, José Anibal, Sergio Guerra etc. Se tiver opção, não voto nesses caras. Também acredito que a melhor prefeita que tivemos foi a Luísa Erundina que, na época, integrava o PT. E votei na Soninha na ultima eleição.
Aparentemente, a próxima eleição para prefeitura terá o Fernando Haddad (PT), o Chalita (PMDB), o Bruno Covas (PSDB) e o Afif (PSD) como concorrentes. Destes, apenas o Afif considero apto a exercer o cargo.Votaria nele.
Surgiu, entretanto, a possibilidade do grupo ligado à Marina (ex-PV) filiar-se ao PPS. Parece que eles estão negociando que o Ricardo Young (candidato derrotado ao Senado em 2010 pelo PV) saia candidato à prefeitura. Eu vejo o seu nome com muito bons olhos. Teria, sem dúvida, o meu voto.
Espero que esta aliança dê certo. Apesar da figura do Roberto Freire, tenho simpatia por vários quadros do PPS. Caso o grupo ligado à Marina se una, tenho a impressão de que carregará muitos e muitos eleitores para este partido. E, se o PSDB insistir em se comportar como um partido pequeno, eu serei um deles.
Bom, eu sempre fui um eleitor do PSDB. Além de me identificar com os ideais do partido, os políticos mais competentes (na minha opinião) dos ultimos 20 anos perteceram ao PSDB: Mario Covas, Paulo Renato, FHC e José Serra. Porém, há diversos quadros que não me agradam no partido: Geraldo Alckmin, José Anibal, Sergio Guerra etc. Se tiver opção, não voto nesses caras. Também acredito que a melhor prefeita que tivemos foi a Luísa Erundina que, na época, integrava o PT. E votei na Soninha na ultima eleição.
Aparentemente, a próxima eleição para prefeitura terá o Fernando Haddad (PT), o Chalita (PMDB), o Bruno Covas (PSDB) e o Afif (PSD) como concorrentes. Destes, apenas o Afif considero apto a exercer o cargo.Votaria nele.
Surgiu, entretanto, a possibilidade do grupo ligado à Marina (ex-PV) filiar-se ao PPS. Parece que eles estão negociando que o Ricardo Young (candidato derrotado ao Senado em 2010 pelo PV) saia candidato à prefeitura. Eu vejo o seu nome com muito bons olhos. Teria, sem dúvida, o meu voto.
Espero que esta aliança dê certo. Apesar da figura do Roberto Freire, tenho simpatia por vários quadros do PPS. Caso o grupo ligado à Marina se una, tenho a impressão de que carregará muitos e muitos eleitores para este partido. E, se o PSDB insistir em se comportar como um partido pequeno, eu serei um deles.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Terça-feira, 03 de outubro de 2006
Caramba, faz muito tempo que não escrevo. Ótimo sinal! Realmente tenho tido dias cheíssimos ultimamente. Vou tentar me lembrar do que aconteceu desde Salzburgo até aqui.
Realmente acordei com o pé bem melhor na segunda. Andei bastante por Salzburgo. Fui em um concerto à noite. Só Mozart. Chato pra caramba...
Na terça me mandei pra Ljubljana. Quando cheguei na cidade (depois de uma viagem terrível pois trocamos três vezes de trem e eu ajudei uma tiazinha – bem gostosinha por sinal – a carregar uma mala gigante) peguei um busão, desci no local indicado e a porta do albergue estava fechada. Toquei a campanhia três vezes e nada. Perguntei nas redondezas e ninguém sabia de nada. Só havia um pedaço de papel com um telefone na porta.Pedi para usar o telefone da pizzaria que ficava no mesmo prédio, não deixaram.Tentei comprar cartão para o orelhão, não consegui. Tentei chavecar o dono da frutaria em frente, não colou. Detalhe: já eram +/- 20h e eu tinha saído de Salzburgo às 13h...bem, peguei o ônibus de volta, fui ao escritório de informações turísticas e a moça descolou um albergue pra mim. Alberguezinho legal, barato e limpo (bem, peguei pulgas de novo...).Lá conheci o Sven e o Ludovich mas depois falo sobre eles.
Ljubljana é bem bonitinha, mas nada demais. Fui ao castelo, à National Gallery e a umas cavernas afastadas da cidade que foram o ponto alto da viagem. Muito bonito mesmo!
O Sven é um belga que está viajando o mundo. 30 anos, está gerenciando uma loja do Carrefour na sua cidade e tirou o ano para viajar. Já está no finalzinho da viagem, volta à Bélgica em um mês.No começo impliquei um pouco com ele pois ele tem aquele estilo decidido, toma todas as decisões, independente, auto confiante e etc. Como sou um pouco assim também, meu orgulho estranhou um pouco o cara. Mas aproveitei para treinar estar do outro lado, do lado de quem segue a decisão dos outros e aí passei a me divertir. Fomos às cavernas juntos (o passeio foi idéia dele, que não me pareceu muito empolgado quando eu me convidei mas acho que gostou da minha companhia) e pudemos conversar bastante.
De Ljubljana fui para a Croácia.Primeira parada, Zagreb.O Sven e o Ludovic estavam com o mesmo roteiro então fomos juntos.Pegamos um albergue lixo perto da estação pois só ficaríamos uma noite.
O Ludovic é um francês bem estranho (pleonasmo).Depois descobri que ele é gay.Cara meio calado, com muitas piadas estranhas mas nos demos bem. Demos boas risadas juntos.
Tomamos umas à noite em Zagreb, babamos um pouco pelas mulheres e fomos dormir.Próxima parada: Split.
Pegamos um hotelzinho bem legal perto do palácio.À noite o Sven e eu pegamos uma baladinha. A minha primeira balada na Europa. Tava +/- mas uma moreninha nota 06 tava pagando muito pau...é claro que eu fiquei esperando ela tomar a iniciativa enquanto enchia minha cabeça com rum achando que era coragem com gelo...
No dia seguinte fui à praia com o Ludovic, passando por um parque lindo, todo murado à beira do Adriático. Gostei bastante de Split, muito bonitinha.Mas à noite foi o grande momento: graças ao Sven, comprei ingresso para o grande clássico do futebol croata: Hajduk Split (time local e 2º melhor do país) e Dínamo Zagreb (time da capital e maior força do futebol croata ). Foi incrível! Estádio lotadíssimo, 35.000 pessoas, sendo 33.000 do time local.Os caras ficaram cantando músicas da Dalmácia o tempo inteiro (musicas muito bonitas por sinal). De arrepiar, nem nos jogos mais decisivos do Corinthians vi algo parecido.
Eu estava super empolgado quando levei um balde de água fria no comecinho do jogo: um jogador do Dínamo era negro. Assim que ele pegou na bola, o estádio inteiro começou a imitar macaco.Me deu uma raiva incrível. Automaticamente comecei a torcer para o Dínamo (não que eu ache que eles teriam um comportamento diferente na mesma situação...) a tal ponto que tive que me segurar para não comemorar uma boa jogada do Dínamo.
Engraçado...nesse momento, após quase três meses de Europa, eu parei para pensar se os Europeus não mereceram passar por todas as guerras e infortúnios que eles passaram. Neste momento eu deixei de admirar a bravura dos povos europeus e comecei a olhar com olhos mais críticos. Tinha um loirinho de uns 20 e poucos anos do meu lado que fazia o som do macaco e se divertia horrores.Eu tive que me segurar para não dar um soco na cara dele.Que merda ele pensa que é ? Depois disso, passei a ter uma opinião diferente sobre imigração: temos mais é que misturar todo mundo mesmo. Esse conceito de país e povo é um câncer no mundo (se bem que os árabes que tenho visto na Europa estão mais ajudando o racismo do que o inverso...)
O jogo em si foi meia boca. Nível técnico fraquíssimo, juiz covarde e 2 x 2 no placar (tava torcendo por um empate, pois vitória do time local significaria noite sem sono e derrota poderia gerar violência...).
No dia seguinte fomos a Dubrovnick, no extremo sul da Croácia (continuamos juntos os três). Um dos lugares mais bonitos da viagem. De cair o queixo.
Ontem à noite fiquei filosofando com o Sven até 2 da manhã, hoje rodei a cidade (passeio no muro da cidade inesquecível!) e agora estou sentado no deck do navio indo para Bari, na Itália.
Faltam exatamente 02 meses para voltar e eu realmente não sei se isso é bom ou ruim...
Caramba, faz muito tempo que não escrevo. Ótimo sinal! Realmente tenho tido dias cheíssimos ultimamente. Vou tentar me lembrar do que aconteceu desde Salzburgo até aqui.
Realmente acordei com o pé bem melhor na segunda. Andei bastante por Salzburgo. Fui em um concerto à noite. Só Mozart. Chato pra caramba...
Na terça me mandei pra Ljubljana. Quando cheguei na cidade (depois de uma viagem terrível pois trocamos três vezes de trem e eu ajudei uma tiazinha – bem gostosinha por sinal – a carregar uma mala gigante) peguei um busão, desci no local indicado e a porta do albergue estava fechada. Toquei a campanhia três vezes e nada. Perguntei nas redondezas e ninguém sabia de nada. Só havia um pedaço de papel com um telefone na porta.Pedi para usar o telefone da pizzaria que ficava no mesmo prédio, não deixaram.Tentei comprar cartão para o orelhão, não consegui. Tentei chavecar o dono da frutaria em frente, não colou. Detalhe: já eram +/- 20h e eu tinha saído de Salzburgo às 13h...bem, peguei o ônibus de volta, fui ao escritório de informações turísticas e a moça descolou um albergue pra mim. Alberguezinho legal, barato e limpo (bem, peguei pulgas de novo...).Lá conheci o Sven e o Ludovich mas depois falo sobre eles.
Ljubljana é bem bonitinha, mas nada demais. Fui ao castelo, à National Gallery e a umas cavernas afastadas da cidade que foram o ponto alto da viagem. Muito bonito mesmo!
O Sven é um belga que está viajando o mundo. 30 anos, está gerenciando uma loja do Carrefour na sua cidade e tirou o ano para viajar. Já está no finalzinho da viagem, volta à Bélgica em um mês.No começo impliquei um pouco com ele pois ele tem aquele estilo decidido, toma todas as decisões, independente, auto confiante e etc. Como sou um pouco assim também, meu orgulho estranhou um pouco o cara. Mas aproveitei para treinar estar do outro lado, do lado de quem segue a decisão dos outros e aí passei a me divertir. Fomos às cavernas juntos (o passeio foi idéia dele, que não me pareceu muito empolgado quando eu me convidei mas acho que gostou da minha companhia) e pudemos conversar bastante.
De Ljubljana fui para a Croácia.Primeira parada, Zagreb.O Sven e o Ludovic estavam com o mesmo roteiro então fomos juntos.Pegamos um albergue lixo perto da estação pois só ficaríamos uma noite.
O Ludovic é um francês bem estranho (pleonasmo).Depois descobri que ele é gay.Cara meio calado, com muitas piadas estranhas mas nos demos bem. Demos boas risadas juntos.
Tomamos umas à noite em Zagreb, babamos um pouco pelas mulheres e fomos dormir.Próxima parada: Split.
Pegamos um hotelzinho bem legal perto do palácio.À noite o Sven e eu pegamos uma baladinha. A minha primeira balada na Europa. Tava +/- mas uma moreninha nota 06 tava pagando muito pau...é claro que eu fiquei esperando ela tomar a iniciativa enquanto enchia minha cabeça com rum achando que era coragem com gelo...
No dia seguinte fui à praia com o Ludovic, passando por um parque lindo, todo murado à beira do Adriático. Gostei bastante de Split, muito bonitinha.Mas à noite foi o grande momento: graças ao Sven, comprei ingresso para o grande clássico do futebol croata: Hajduk Split (time local e 2º melhor do país) e Dínamo Zagreb (time da capital e maior força do futebol croata ). Foi incrível! Estádio lotadíssimo, 35.000 pessoas, sendo 33.000 do time local.Os caras ficaram cantando músicas da Dalmácia o tempo inteiro (musicas muito bonitas por sinal). De arrepiar, nem nos jogos mais decisivos do Corinthians vi algo parecido.
Eu estava super empolgado quando levei um balde de água fria no comecinho do jogo: um jogador do Dínamo era negro. Assim que ele pegou na bola, o estádio inteiro começou a imitar macaco.Me deu uma raiva incrível. Automaticamente comecei a torcer para o Dínamo (não que eu ache que eles teriam um comportamento diferente na mesma situação...) a tal ponto que tive que me segurar para não comemorar uma boa jogada do Dínamo.
Engraçado...nesse momento, após quase três meses de Europa, eu parei para pensar se os Europeus não mereceram passar por todas as guerras e infortúnios que eles passaram. Neste momento eu deixei de admirar a bravura dos povos europeus e comecei a olhar com olhos mais críticos. Tinha um loirinho de uns 20 e poucos anos do meu lado que fazia o som do macaco e se divertia horrores.Eu tive que me segurar para não dar um soco na cara dele.Que merda ele pensa que é ? Depois disso, passei a ter uma opinião diferente sobre imigração: temos mais é que misturar todo mundo mesmo. Esse conceito de país e povo é um câncer no mundo (se bem que os árabes que tenho visto na Europa estão mais ajudando o racismo do que o inverso...)
O jogo em si foi meia boca. Nível técnico fraquíssimo, juiz covarde e 2 x 2 no placar (tava torcendo por um empate, pois vitória do time local significaria noite sem sono e derrota poderia gerar violência...).
No dia seguinte fomos a Dubrovnick, no extremo sul da Croácia (continuamos juntos os três). Um dos lugares mais bonitos da viagem. De cair o queixo.
Ontem à noite fiquei filosofando com o Sven até 2 da manhã, hoje rodei a cidade (passeio no muro da cidade inesquecível!) e agora estou sentado no deck do navio indo para Bari, na Itália.
Faltam exatamente 02 meses para voltar e eu realmente não sei se isso é bom ou ruim...
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Eu sou a favor do aborto
Ai ai, lá vou eu me expor em um assunto polêmico novamente...
Bom, antes que eu seja tachado de um imbecil completo, deixa eu melhorar a frase que dá título ao post: eu não sou a favor do ato de abortar. Para falar a verdade, não faço a menor idéia de qual seria minha posição caso estivesse em uma situação de gravidez indesejada. Eu sou a favor, sim, de que o Estado não interfira na opção individual das pessoas. Você é contra o aborto, muito bem. Você quer abortar, eu defendo que haja opções seguras (sejam particulares ou públicas) para que você possa evoluir com sua decisão.
O que acontece hoje é uma mistura de conceitos cristãos com o papel do Estado. Por que cristãos? Porque para as tradições cristãs, a vida começa na concepção. Ou seja abortar, sob esta ótica, é um assassinato. Apenas como contraponto, a Ciência ainda não concluiu quando começa a vida. Para o judaísmo e o islamismo, por exemplo, a vida começa no nascimento.
Na minha visão, o Estado deve ser absolutamente "arreligioso" e "apaternal". Eu não acredito que caiba ao Estado regulamentar o comportamento de todos os seus cidadãos de acordo com uma determinada ética, tampouco "cuidar e orientar", através de proibições, as pessoas como um pai ou uma mãe. Acredito que o papel do Estado seja promover a melhor e mais harmoniosa vida em sociedade, protegendo o direito individual.
A maior parte dos argumentos a favor da proibição que ouço são de cunho religioso / espiritual ou paternalista (temos que orientar as pessoas de que isto é errado..). Errado para quem? Hoje, da forma como é, milhares e milhares de mulheres, que optam em não ter aquele filho, se encontram em um apartheid social, Se você tem condições financeiras, é um procedimento simples. Se não, o risco é enorme.
Voltando um pouco para o cunho espiritual. Eu vejo que um pilar fundamental de qualquer doutrina é compaixão. A compaixão passa pelo respeito. Respeitar a decisão de outra pessoa e fazer o que for possível para que aquela decisão traga o menor dano é a maior forma de compaixão que eu conheço. Dizer àquela pessoa o que é certo ou errado me parece um tanto presunçoso.
Apenas para terminar, deixo dois argumentos que li este fds na Revista Alfa em uma entrevista com o ex-presidente FHC (não, o assunto não era aborto): para nós brasileiros, a moral tem de ser de todos. Não é bastante para mim acreditar no que acredito, é preciso que todo mundo tenha a mesma crença e mais, a mesma postura. E ainda não estamos prontos para levar este tipo de assunto para o Congresso. A fisiologia, hipocrisia e caça aos votos certamente teriam prioridade na agenda dos parlamentares. É necessário, segundo FHC (e eu assino embaixo), discurtirmos muito ainda na esfera civil.
Bem, eu estou fazendo a minha parte...
Bom, antes que eu seja tachado de um imbecil completo, deixa eu melhorar a frase que dá título ao post: eu não sou a favor do ato de abortar. Para falar a verdade, não faço a menor idéia de qual seria minha posição caso estivesse em uma situação de gravidez indesejada. Eu sou a favor, sim, de que o Estado não interfira na opção individual das pessoas. Você é contra o aborto, muito bem. Você quer abortar, eu defendo que haja opções seguras (sejam particulares ou públicas) para que você possa evoluir com sua decisão.
O que acontece hoje é uma mistura de conceitos cristãos com o papel do Estado. Por que cristãos? Porque para as tradições cristãs, a vida começa na concepção. Ou seja abortar, sob esta ótica, é um assassinato. Apenas como contraponto, a Ciência ainda não concluiu quando começa a vida. Para o judaísmo e o islamismo, por exemplo, a vida começa no nascimento.
Na minha visão, o Estado deve ser absolutamente "arreligioso" e "apaternal". Eu não acredito que caiba ao Estado regulamentar o comportamento de todos os seus cidadãos de acordo com uma determinada ética, tampouco "cuidar e orientar", através de proibições, as pessoas como um pai ou uma mãe. Acredito que o papel do Estado seja promover a melhor e mais harmoniosa vida em sociedade, protegendo o direito individual.
A maior parte dos argumentos a favor da proibição que ouço são de cunho religioso / espiritual ou paternalista (temos que orientar as pessoas de que isto é errado..). Errado para quem? Hoje, da forma como é, milhares e milhares de mulheres, que optam em não ter aquele filho, se encontram em um apartheid social, Se você tem condições financeiras, é um procedimento simples. Se não, o risco é enorme.
Voltando um pouco para o cunho espiritual. Eu vejo que um pilar fundamental de qualquer doutrina é compaixão. A compaixão passa pelo respeito. Respeitar a decisão de outra pessoa e fazer o que for possível para que aquela decisão traga o menor dano é a maior forma de compaixão que eu conheço. Dizer àquela pessoa o que é certo ou errado me parece um tanto presunçoso.
Apenas para terminar, deixo dois argumentos que li este fds na Revista Alfa em uma entrevista com o ex-presidente FHC (não, o assunto não era aborto): para nós brasileiros, a moral tem de ser de todos. Não é bastante para mim acreditar no que acredito, é preciso que todo mundo tenha a mesma crença e mais, a mesma postura. E ainda não estamos prontos para levar este tipo de assunto para o Congresso. A fisiologia, hipocrisia e caça aos votos certamente teriam prioridade na agenda dos parlamentares. É necessário, segundo FHC (e eu assino embaixo), discurtirmos muito ainda na esfera civil.
Bem, eu estou fazendo a minha parte...
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
vida
...e aí, é como se eu estivesse no meio de uma piscina semi-olímpica...em pé, parado, olhando para água...e tudo o que preciso fazer para chegar na borda, levantar e passar para a próxima etapa é nadar...só isso...esticar um braço, depois o outro, bater um pouco as pernas e me mover... isso que é necessário e esperado....mas eu fico refletindo sobre a densidade da água...ou me perguntando como será depois que subir a borda...ou questionando se o nado crawl não deveria ser de outra forma ou porque nos molhamos em contato com a água...e continuo lá, no meio da piscina, parado...quando tudo que deveria ser feito é esticar um braço, depois o outro, bater um pouco as pernas e me mover...
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
'E o que você vai ser, quando você crescer?"
Pais e filhos, Legião Urbana
Eu não sou pai. Dizem que você só entende o que é ser filho quando se é pai. Não posso opinar sobre este assunto mas posso trazer esta reflexão para algo mais próximo ao meu universo.
Hoje eu sou chefe. E esta experiência está alterando completamente a forma como eu enxergo as relações humanas. Veja, eu nao disse "as relações de trabalho", eu disse as relações humanas.
É muito difícil ser chefe. Acho que a gente passa por um período de adaptação, onde comete uma série de cagadas, até que vai, aos poucos, acertando o passo....como sabemos que estamos acertando o passo? Vamos ficando menos ansiosos, mais relaxados e até tendo certo prazer em exercer nossa função...
Hoje, enxergo que crescer é um processo cuja responsabilidade é apenas nossa, de mais ninguém....não há nada que outra pessoa, sejam os pais, os chefes, os governantes possam fazer por você...se eles forem sábios e maduros, podem te dar algumas orientações e não atrapalhar mas o trampo é seu.
Hoje, enxergo que somos muito mimados...refiro-me a nós, brasileiros...não sei como as pessoas são criadas em outros países...mas, se pudesse listar o principal problema da nossa sociedade, diria que é isto: somos mimados.
As argumentações que ouço dos meus funcionários explicando porque não estão satisfeitos ou o que a empresa deveria fazer me mostram que nós estamos acostumados a transferir a responsabilidade da nossa realização, ou então, estamos acostumados a criar ilusões de uma realidade supostamente perfeita que deveria existir. Mas não existe.
É claro que não estou defendendo que a empresa que eu ajudo a gerenciar é infalível. Não seria tão imbecil. Nem que não devamos buscar nossa realização em outro lugar, caso o atual não nos atenda.O ponto é, paradoxalmente, justo esse. A empresa que eu ajudo a gerenciar não é perfeita e comete muitos erros porque eu não sou perfeito e eu cometo muitos erros. E qualquer um que estivesse aqui cometeria muitos erros (provavelmente de outra espécie). E entender que esta máxima aplica-se a todas as esferas da nossa vida - relacionamentos, política, trabalho traz uma compreensão mais madura da vida o que, por consequencia, traz menos sofrimento e maior possibilidade de se mudar o que não se gosta.
Enfim, como escrevi acima, não adianta nada falar. É o tipo de aprendizado que só quem passa, compreende. Enquanto isso, ficamos pulando de galho em galho, criticando, pois criticar é sempre um caminho muito mais fácil, e sendo infelizes..
Hoje, eu agradeço demais a vida ter me colocado na situação que me encontro...estou conseguindo fazer um belo doce do abacaxi que me foi oferecido.
Pais e filhos, Legião Urbana
Eu não sou pai. Dizem que você só entende o que é ser filho quando se é pai. Não posso opinar sobre este assunto mas posso trazer esta reflexão para algo mais próximo ao meu universo.
Hoje eu sou chefe. E esta experiência está alterando completamente a forma como eu enxergo as relações humanas. Veja, eu nao disse "as relações de trabalho", eu disse as relações humanas.
É muito difícil ser chefe. Acho que a gente passa por um período de adaptação, onde comete uma série de cagadas, até que vai, aos poucos, acertando o passo....como sabemos que estamos acertando o passo? Vamos ficando menos ansiosos, mais relaxados e até tendo certo prazer em exercer nossa função...
Hoje, enxergo que crescer é um processo cuja responsabilidade é apenas nossa, de mais ninguém....não há nada que outra pessoa, sejam os pais, os chefes, os governantes possam fazer por você...se eles forem sábios e maduros, podem te dar algumas orientações e não atrapalhar mas o trampo é seu.
Hoje, enxergo que somos muito mimados...refiro-me a nós, brasileiros...não sei como as pessoas são criadas em outros países...mas, se pudesse listar o principal problema da nossa sociedade, diria que é isto: somos mimados.
As argumentações que ouço dos meus funcionários explicando porque não estão satisfeitos ou o que a empresa deveria fazer me mostram que nós estamos acostumados a transferir a responsabilidade da nossa realização, ou então, estamos acostumados a criar ilusões de uma realidade supostamente perfeita que deveria existir. Mas não existe.
É claro que não estou defendendo que a empresa que eu ajudo a gerenciar é infalível. Não seria tão imbecil. Nem que não devamos buscar nossa realização em outro lugar, caso o atual não nos atenda.O ponto é, paradoxalmente, justo esse. A empresa que eu ajudo a gerenciar não é perfeita e comete muitos erros porque eu não sou perfeito e eu cometo muitos erros. E qualquer um que estivesse aqui cometeria muitos erros (provavelmente de outra espécie). E entender que esta máxima aplica-se a todas as esferas da nossa vida - relacionamentos, política, trabalho traz uma compreensão mais madura da vida o que, por consequencia, traz menos sofrimento e maior possibilidade de se mudar o que não se gosta.
Enfim, como escrevi acima, não adianta nada falar. É o tipo de aprendizado que só quem passa, compreende. Enquanto isso, ficamos pulando de galho em galho, criticando, pois criticar é sempre um caminho muito mais fácil, e sendo infelizes..
Hoje, eu agradeço demais a vida ter me colocado na situação que me encontro...estou conseguindo fazer um belo doce do abacaxi que me foi oferecido.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Versão pirata do SEBRAE..
Empreendedorismo é um termo que anda na moda...as melhores escolas de negócio do país tem seus cursos de empreendedorismo, as grandes empresas pedem pessoas com perfil "empreendedor", quase todo mundo que conheço sonha com negócio próprio etc etc etc...
Eu não tenho a menor pretensão de ensinar nada para ninguém, mas fiquei com vontade de dividir um pouco da minha experiência...estou, junto com bons amigos, tocando o segundo negócio da minha vida...o primeiro fracassou...este, se continuarmos na pegada que estamos, tem tudo para decolar...tomara...
Bem, voltando...vou listar algumas coisas que estes meus quase 05 anos de experiencia sendo dono do meu próprio nariz tem me ensinado...se vc pretende abrir um negócio um dia (seja vc um administrador experiente, um médico ou um psicólogo querendo abrir uma clinica, um ator querendo abrir uma empresa de marketing cultural, um sonhador querendo vender coco na praia entre outros), dê uma lida...pode ser que nada se aplique a você mas pelo menos você vai sair em vantagem em relação a mim, que aprendi essas coisas na prática....os itens estão listados em ordem de importância...
1o - Planeje-se
Existe uma probabilidade alta dos primeiros dois anos do seu novo negócio serem muito, muito dificeis financeiramente falando...vejo que a maioria dos empresarios novatos sao obrigados a fechar as portas pq nao conseguem pagar suas contas pessoais (é, as pessoais, como plano de saúde e escola dos filhos..). Veja quanto vc precisa pra viver com o mínimo de dignidade e tente guardar pelo menos 24 vezes este valor...e isto nao tem nada a ver com o necessario para abrir a empresa..
Com relação ao negócio, é a mesma dinamica...Após o 12o mes de funcionamento, você poderá captar dinheiro no mercado mas até lá, conte com a possibilidade de não ter lucro nenhum...isto reduzirá sua chance de bancarrota...
2o - Caixa é mais importante do que margem
O principal desafio do novo negócio é o desencaixe de caixa. Ou seja, paga-se as contas antes do que recebe-se. Ás vezes, é mais inteligente vender com margem zero apenas para ter como pagar as contas. Um negócio novo muito dificilmente conseguirá convencer os clientes de que devem pagar mais do que para os concorrentes que já existem, portanto o seu grande diferencial será, basicamente, preço...à medida que você for ganhando experiencia, pode subir gradualmente suas margens...
3o - Invista seu tempo no que é importante
Outro grande erro que eu demorei 03 anos para descobrir que cometia é que eu gastava 80% do meu tempo com atividades que não traziam receita para a empresa. Os pequenos (ou grandes) problemas operacionais te dominam. Ao final do ano, voce está exausto, com a sensação de que trabalhou horrores mas os numeros mantiveram-se iguais aos do começo do ano..ops, grande sinal de que vc anda fazendo trabalho operacional e pouco frutífero...
4o - Desenvolva calma e sangue frio
Se você não tem equilibrio emocional para lidar com periodos de dificuldade, nem se atreva a navegar nas águas do empreendedorismo. Mesmo que você seja o cara mais genial do mundo, você VAI passar por grandes dificuldades. Saber lidar com as próprias ansiedades, frustrações e falta de controle é tão importante quanto, digamos, capacidade cardiorespiratória é importante para um nadador.
5o - Gestão é algo que deve ser aprendido
Você pode ser um excelente profissional de marketing, cozinheiro ou médico. Se você não estudar principios básicos de gestão (fluxo de caixa, gestão de pessoas, marketing e vendas), a sua chance de prosperar é muito baixa. Faça um bom curso de gestão se abrir um negócio fizer parte dos seus planos. Ah, e acredite em mim, se você tem sua experiencia basicamente trabalhando para os outros, saiba que as características que você desenvolveu são bem pouco úteis em um negócio só seu...mas isto fica para um outro texto...
Eu não tenho a menor pretensão de ensinar nada para ninguém, mas fiquei com vontade de dividir um pouco da minha experiência...estou, junto com bons amigos, tocando o segundo negócio da minha vida...o primeiro fracassou...este, se continuarmos na pegada que estamos, tem tudo para decolar...tomara...
Bem, voltando...vou listar algumas coisas que estes meus quase 05 anos de experiencia sendo dono do meu próprio nariz tem me ensinado...se vc pretende abrir um negócio um dia (seja vc um administrador experiente, um médico ou um psicólogo querendo abrir uma clinica, um ator querendo abrir uma empresa de marketing cultural, um sonhador querendo vender coco na praia entre outros), dê uma lida...pode ser que nada se aplique a você mas pelo menos você vai sair em vantagem em relação a mim, que aprendi essas coisas na prática....os itens estão listados em ordem de importância...
1o - Planeje-se
Existe uma probabilidade alta dos primeiros dois anos do seu novo negócio serem muito, muito dificeis financeiramente falando...vejo que a maioria dos empresarios novatos sao obrigados a fechar as portas pq nao conseguem pagar suas contas pessoais (é, as pessoais, como plano de saúde e escola dos filhos..). Veja quanto vc precisa pra viver com o mínimo de dignidade e tente guardar pelo menos 24 vezes este valor...e isto nao tem nada a ver com o necessario para abrir a empresa..
Com relação ao negócio, é a mesma dinamica...Após o 12o mes de funcionamento, você poderá captar dinheiro no mercado mas até lá, conte com a possibilidade de não ter lucro nenhum...isto reduzirá sua chance de bancarrota...
2o - Caixa é mais importante do que margem
O principal desafio do novo negócio é o desencaixe de caixa. Ou seja, paga-se as contas antes do que recebe-se. Ás vezes, é mais inteligente vender com margem zero apenas para ter como pagar as contas. Um negócio novo muito dificilmente conseguirá convencer os clientes de que devem pagar mais do que para os concorrentes que já existem, portanto o seu grande diferencial será, basicamente, preço...à medida que você for ganhando experiencia, pode subir gradualmente suas margens...
3o - Invista seu tempo no que é importante
Outro grande erro que eu demorei 03 anos para descobrir que cometia é que eu gastava 80% do meu tempo com atividades que não traziam receita para a empresa. Os pequenos (ou grandes) problemas operacionais te dominam. Ao final do ano, voce está exausto, com a sensação de que trabalhou horrores mas os numeros mantiveram-se iguais aos do começo do ano..ops, grande sinal de que vc anda fazendo trabalho operacional e pouco frutífero...
4o - Desenvolva calma e sangue frio
Se você não tem equilibrio emocional para lidar com periodos de dificuldade, nem se atreva a navegar nas águas do empreendedorismo. Mesmo que você seja o cara mais genial do mundo, você VAI passar por grandes dificuldades. Saber lidar com as próprias ansiedades, frustrações e falta de controle é tão importante quanto, digamos, capacidade cardiorespiratória é importante para um nadador.
5o - Gestão é algo que deve ser aprendido
Você pode ser um excelente profissional de marketing, cozinheiro ou médico. Se você não estudar principios básicos de gestão (fluxo de caixa, gestão de pessoas, marketing e vendas), a sua chance de prosperar é muito baixa. Faça um bom curso de gestão se abrir um negócio fizer parte dos seus planos. Ah, e acredite em mim, se você tem sua experiencia basicamente trabalhando para os outros, saiba que as características que você desenvolveu são bem pouco úteis em um negócio só seu...mas isto fica para um outro texto...
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Pequenas reflexões sobre o comportamento humano
O homem que diz "dou", não dá, porque quem dá mesmo, não diz..
O homem que diz "vou", não vai, porque quando foi, já não quis..
O homem que diz "sou", não é, porque quem é mesmo,"é"...
O homem que diz "tou", não tá, porque ninguém tá quando quer..
Vinicius de Moraes e Baden Powell
O homem que diz "vou", não vai, porque quando foi, já não quis..
O homem que diz "sou", não é, porque quem é mesmo,"é"...
O homem que diz "tou", não tá, porque ninguém tá quando quer..
Vinicius de Moraes e Baden Powell
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Você não faz a menor idéia o que está acontecendo na Grécia? Que bom...
Não só na Grécia..mas na Irlanda...Portugal...Espanha...Itália...Estados Unidos...
Se você é daqueles que "detesta" Política e Economia e passou suas ultimas semanas mais preocupado em forrar sua página do Google + de amigos, acompanhar as façanhas da Seleção ou qualquer outro assunto de semelhante importância, eu vou ser aquele mala que vai te contar um pouquinho o que anda rolando no mundo...
Não vou entrar muito a fundo por duas razões: não sou economista, então quero evitar falar uma besteira muito grande...e quero que você continue lendo, portanto o post tem que ser palatável, certo?
Imagine uma família (a sua, por exemplo)...essa familia tem uma renda mensal média de R$ 5.000,00..só que precisa de R$ 7.000,00 para viver..sabecumé né, escola das crianças, supermercado, plano de saúde, tv a cabo, faxineira, balada da molecada etc etc etc...imagine que essa familia um dia tem uma idéia brilhante... ela reúne seus amigos mais próximos e os parentes (aqueles que, geralmente, confiam em nós..) e diz:
- Galera, é o seguinte, nós precisamos de R$ 2.000 emprestados para cobrir nossos gastos mensais. Para isto se tornar um bom negócio para vocês, criamos a seguinte dinâmica: quem nos emprestar R$ 2.000, receberá R$ 3.000 no mês X"...
Todos correm a fazer contas...descobrem que, colocando os mesmos R$ 2.000 no banco pelo mesmo período, chegariam a R$ 2.200...pô, vale a pena, pensam aqueles que tem a disponibilidade do dinheiro..e emprestam...a familia cobre seus custos....
No mês seguinte, o que acontece? A mesma coisa...e outras pessoas se interessam em emprestar...e assim a coisa vai....
Chega uma hora, porém, que aqueles que tem dinheiro para emprestar pensam: "poxa, mas esse cara já deve pra tanta gente...acho que tá mais difícil para ele honrar seus compromissos..." e aí, ele só topa emprestar para a família se, em vez de receber um prêmio de R$ 1.000 (R$ 3.000 - R$ 2.000), ele receber R$ 1.500...
E o que aconteceria se a família nao pagasse o primeiro lote de empréstimos? Conseguiria novos empréstimos? Mas como honrar os R$ 2.000,00 a mais de gastos ??
Fantástico, não é? Pois é, agora troque a palavra "família" por "país", as palavras "escola das crianças, supermercado, plano de saúde.." por "máquina administrativa, previdência, gastos sociais etc etc" e as palavras "amigos mais próximos e os parentes" por "investidores (outros países, bancos, empresas, pessoas físicas etc etc etc"...é assim que funciona a Economia mundial....
O que anda acontecendo com aqueles países descritos no começo do post é que eles já não conseguem mais "amigos mais próximos" para lhes emprestar dinheiro...e, em pouco tempo, vão vencer lotes de emprestimos conseguidos no passado...e aí, o que fazer? Só há duas possibilidades: pagar ou não pagar....as consequencias dos dois caminhos são duras...mas, definitivamente, no curto e no longo prazo, não pagar é muito mais doloroso...principalmente para a população....os níves de desemprego, os investimentos sociais, a arrecadação, os nives inflacionarios podem entrar em colapso se o mundo perder a confiança naquele país...
Ah, mas que se dane a Grécia...
É que se dane a Grécia...se não fosse pelo pequeno detalhe que nós estamos trilhando um caminho muito parecido...a diferença entre o que a "família" Brasil arrecada e gasta já está chegando em 4% ao ano...você acha que nós temos a taxa de juros mais alta do mundo porque somos perversos comedores de criancinhas? É porque senão ninguém topava emprestar dinheiro para nós cobrirmos nossos gastos...
Sabe o que aconteceu com a Grécia nas ultimas décadas? Gastos maiores do que a arrecadação...bonança de programas sociais...aumento do tamanho do Estado...alguma coisa em comum?
Alguém já disse que "o maior castigo de não se preocupar com Política é que a sua vida será regida pelos que se preocupam"...
PS: só para constar...está em vias de aprovação a criação de mais 02 estados, divindo o Pará...o Amazonas e o Maranhão também seriam divididos...este processo traria, no mínimo, mais 08 deputados federais e 03 senadores por estado, além de toda a máquina do Executivo, do Legislativo estadual e dos Judiciários...é mais ou menos como se a família lá do comecinho do post resolvesse trocar de carro ou migrar para um plano de saúde mais caro...muito prudente...
Se você é daqueles que "detesta" Política e Economia e passou suas ultimas semanas mais preocupado em forrar sua página do Google + de amigos, acompanhar as façanhas da Seleção ou qualquer outro assunto de semelhante importância, eu vou ser aquele mala que vai te contar um pouquinho o que anda rolando no mundo...
Não vou entrar muito a fundo por duas razões: não sou economista, então quero evitar falar uma besteira muito grande...e quero que você continue lendo, portanto o post tem que ser palatável, certo?
Imagine uma família (a sua, por exemplo)...essa familia tem uma renda mensal média de R$ 5.000,00..só que precisa de R$ 7.000,00 para viver..sabecumé né, escola das crianças, supermercado, plano de saúde, tv a cabo, faxineira, balada da molecada etc etc etc...imagine que essa familia um dia tem uma idéia brilhante... ela reúne seus amigos mais próximos e os parentes (aqueles que, geralmente, confiam em nós..) e diz:
- Galera, é o seguinte, nós precisamos de R$ 2.000 emprestados para cobrir nossos gastos mensais. Para isto se tornar um bom negócio para vocês, criamos a seguinte dinâmica: quem nos emprestar R$ 2.000, receberá R$ 3.000 no mês X"...
Todos correm a fazer contas...descobrem que, colocando os mesmos R$ 2.000 no banco pelo mesmo período, chegariam a R$ 2.200...pô, vale a pena, pensam aqueles que tem a disponibilidade do dinheiro..e emprestam...a familia cobre seus custos....
No mês seguinte, o que acontece? A mesma coisa...e outras pessoas se interessam em emprestar...e assim a coisa vai....
Chega uma hora, porém, que aqueles que tem dinheiro para emprestar pensam: "poxa, mas esse cara já deve pra tanta gente...acho que tá mais difícil para ele honrar seus compromissos..." e aí, ele só topa emprestar para a família se, em vez de receber um prêmio de R$ 1.000 (R$ 3.000 - R$ 2.000), ele receber R$ 1.500...
E o que aconteceria se a família nao pagasse o primeiro lote de empréstimos? Conseguiria novos empréstimos? Mas como honrar os R$ 2.000,00 a mais de gastos ??
Fantástico, não é? Pois é, agora troque a palavra "família" por "país", as palavras "escola das crianças, supermercado, plano de saúde.." por "máquina administrativa, previdência, gastos sociais etc etc" e as palavras "amigos mais próximos e os parentes" por "investidores (outros países, bancos, empresas, pessoas físicas etc etc etc"...é assim que funciona a Economia mundial....
O que anda acontecendo com aqueles países descritos no começo do post é que eles já não conseguem mais "amigos mais próximos" para lhes emprestar dinheiro...e, em pouco tempo, vão vencer lotes de emprestimos conseguidos no passado...e aí, o que fazer? Só há duas possibilidades: pagar ou não pagar....as consequencias dos dois caminhos são duras...mas, definitivamente, no curto e no longo prazo, não pagar é muito mais doloroso...principalmente para a população....os níves de desemprego, os investimentos sociais, a arrecadação, os nives inflacionarios podem entrar em colapso se o mundo perder a confiança naquele país...
Ah, mas que se dane a Grécia...
É que se dane a Grécia...se não fosse pelo pequeno detalhe que nós estamos trilhando um caminho muito parecido...a diferença entre o que a "família" Brasil arrecada e gasta já está chegando em 4% ao ano...você acha que nós temos a taxa de juros mais alta do mundo porque somos perversos comedores de criancinhas? É porque senão ninguém topava emprestar dinheiro para nós cobrirmos nossos gastos...
Sabe o que aconteceu com a Grécia nas ultimas décadas? Gastos maiores do que a arrecadação...bonança de programas sociais...aumento do tamanho do Estado...alguma coisa em comum?
Alguém já disse que "o maior castigo de não se preocupar com Política é que a sua vida será regida pelos que se preocupam"...
PS: só para constar...está em vias de aprovação a criação de mais 02 estados, divindo o Pará...o Amazonas e o Maranhão também seriam divididos...este processo traria, no mínimo, mais 08 deputados federais e 03 senadores por estado, além de toda a máquina do Executivo, do Legislativo estadual e dos Judiciários...é mais ou menos como se a família lá do comecinho do post resolvesse trocar de carro ou migrar para um plano de saúde mais caro...muito prudente...
segunda-feira, 11 de julho de 2011
de médico e de louco...
esta noite tive um sonho sui generis...sonhei que estava em um compartimento coletivo, muito parecido com as cápsulas da london eye, mas definitivamente não estava na london eye e estava no nivel térreo...era um ambiente para cerca de 20 pessoas e estava lotado...não consegui identificar onde exatamente o local ficava mas lembro de ter visto boeings passando muito, muito perto (da VASP...eu conseguia ler a logo da companhia aerea..), o que me fez acreditar, na hora, que estava em St Martin (em St. Martin, a cabeceira do aeroporto fica há poucos metros da praia...as pessoas que estão tomando sol tem suas cangas reviradas quando um avião pousa ou decola da ilha...).
bem, em determinado momento eu comecei a cantar Evidências...depois de alguns versos, as outras pessoas começaram a me acompanhar, bem empolgadas...uma determinada hora, eu percebi que a potencia da música era muito maior do que a soma de algumas vozes humanas..parei de cantar para prestar atenção e identifiquei a música saindo de caixas de som muito potentes...o nosso ambiente tinha sido, de repente, transformado em um show do Zezé Di Camargo e Luciano...
pois é...
bem, em determinado momento eu comecei a cantar Evidências...depois de alguns versos, as outras pessoas começaram a me acompanhar, bem empolgadas...uma determinada hora, eu percebi que a potencia da música era muito maior do que a soma de algumas vozes humanas..parei de cantar para prestar atenção e identifiquei a música saindo de caixas de som muito potentes...o nosso ambiente tinha sido, de repente, transformado em um show do Zezé Di Camargo e Luciano...
pois é...
domingo, 3 de julho de 2011
Entre Lacan e Yogananda
Jacques-Marie Emile Lacan nasce em Paris em 13 de abril de 1901. Médico neurologista, interessa-se pela Psiquiatria e, mais tarde, pela Psicanálise. Em 1953, funda a Sociedade Francesa de Psicanálise. Em 1964, Lacan funda a Escola Freudiana de Paris. Entre seus diversos trabalhos publicados, encontram-se A Ética na Psicanálise (editado no Brasil em 1991) e Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise (editado no Brasil em 1979). Morre em 09 de setembro de 1981.
Paramahansa Yogananda (nome monástico de Mukunda Lal Ghosh) nasce em 05 de janeiro de 1893 em Uttar Pradesh, India. Após formar-se na Universidade de Calcutá em 1915, faz votos monásticos e dedica-se exclusivamente aos estudos espirituais. Em 1920, parte para Boston, com a finalidade de levar o conhecimento religioso da India para o Ocidente. Em Los Angeles, funda uma escola de meditação presente até hoje em diversos países. Morre em 07 de março de 1952.
Não há indício que os dois tenham se conhecido.
"Daphne disse que via o pai de Karl como o tipo de homem "castrador". Parecia querer que o filho se sentisse um zero à esquerda.
- Às vezes - continuou ela - o Karl diz que ajo como o pai dele e o dilacero em pedaços. E ele tem razão, me sinto realmente mal com isso.
Isso era algo em que já havíamos trabalhado num momento anterior da terapia, e é uma área em que considero úteis as formulações lacanianas. A "castração" é um termo lacaniano importantíssimo - diferente mas também relacionado ao uso que lhe deu Daphne. Quando Lacan se referia à importância de homens e mulheres aceitarem sua "castração", estava se referindo ao fato de que, em termos psicológicos ou sexuais, nenhum de nós é inteiro. Excetuando o caso dos psicóticos, que realmente acreditam ser Deus, todos somos seres radicalmente incompletos - clivados por nossos próprios processos inconscientes, que muitas vezes parecem prevalecer. Somos seres falantes, dotados de linguagem mas também condenados por ela, já que nunca podemos dizer exatamente o que pretendemos. Só aqueles que aceitam esta realidade - a de que, neste sentido, somos todos "castrados" - têm a capacidade de amar. Os homens e mulheres que presumem ter uma espécie de completude fálica não tem a menor chance de intimidade. O que incomodava Daphne era que o pai de Karl - e ela própria - era capaz de agir como se Karl fosse o único ser castrado, enquanto eles próprios eram inteiros. Eles "o despedaçavam" para provar sua superioridade."
Trecho de Os Porcos-Espinhos de Schopenhauer, escrito em 2002 pela psiquiatra e psicanalista americana Deborah Anna Luepnitz.
"Encontrava-me no templo, em silencio, diante da imagem de Kali.Voltei-me e deparei-me com um homem alto, cuja roupa, ou falta dela, demonstrava tratar-se de um sadhu errante.
(...)
- A confusão entre aspectos benignos e malignos da natureza, simbolizados por Kali, já intrigou cabeças mais sábias do que a minha.São poucos os que conseguem desvendar este mistério. O bem e o mal constituem o enigma desafiador que, como uma esfinge, a vida coloca perante cada inteligência para ser decifrado.Por não procurar encontrar resposta, a maioria dos homens paga esta negligência com a própria vida, uma condenação tão válida hoje como nos tempos de Tebas. Aqui e ali, uma figura altaneira e solitária ergue-se e não desiste da luta, extraindo da dualidade de maya a verdade da unidade indivisível.
- O senhor fala com convicção - eu disse, aprecidando a discussão.
- Há muito venho fazendo uma introspecção sincera, que é uma maneira extremamente dolorosa de alcançar a sabedoria. Examinar-se a si mesmo, olhar incansavelmente os próprios pensamentos, é uma experiência marcante e devastadora que esmaga o ego mais obstinado.
(...)
- Venerável senhor, não tem compaixão pelas massas desorientadas?
O sábio ficou em silêncio durante alguns instantes. Depois deu uma resposta evasiva:
- Amar tanto o Deus invísivel, repositório de todas as virtudes, quanto o homem visível, que aparentemente não possui virtude alguma, é, muitas vezes, frustrante! No entando, nossa criatividade está à altura deste intrincado labirinto.A busca interior mostra prontamente a unidade de todas as mentes humanas: a forte afinidade da motivação egoísta que, pelo menos neste sentido, deixa transparecer a fraternidade do homem.Como resultado dessa niveladora descoberta, surge uma desoladora humildade, que amadurece sob forma de compaixão por seus semelhantes, cegos ao potencial curativo da alma que está à espera de ser explorado.
- Os santos de todas as épocas tiveram, como o senhor, compaixão pelos sofrimentos do mundo.
- Só o homem superficial não reage às aflições alheias, pois está afundado em seu próprio e mesquinho sofrimento. Ele continuou: - Aquele que pratica um exame minucioso de si mesmo experimentará uma expansão da compaixão universal, libertando-se das exigências ensurdecedoras do ego. (...)"
Trecho de Autobiografia de Um Iogue, escrito por Paramahansa Yogananda em 1946.
Paramahansa Yogananda (nome monástico de Mukunda Lal Ghosh) nasce em 05 de janeiro de 1893 em Uttar Pradesh, India. Após formar-se na Universidade de Calcutá em 1915, faz votos monásticos e dedica-se exclusivamente aos estudos espirituais. Em 1920, parte para Boston, com a finalidade de levar o conhecimento religioso da India para o Ocidente. Em Los Angeles, funda uma escola de meditação presente até hoje em diversos países. Morre em 07 de março de 1952.
Não há indício que os dois tenham se conhecido.
"Daphne disse que via o pai de Karl como o tipo de homem "castrador". Parecia querer que o filho se sentisse um zero à esquerda.
- Às vezes - continuou ela - o Karl diz que ajo como o pai dele e o dilacero em pedaços. E ele tem razão, me sinto realmente mal com isso.
Isso era algo em que já havíamos trabalhado num momento anterior da terapia, e é uma área em que considero úteis as formulações lacanianas. A "castração" é um termo lacaniano importantíssimo - diferente mas também relacionado ao uso que lhe deu Daphne. Quando Lacan se referia à importância de homens e mulheres aceitarem sua "castração", estava se referindo ao fato de que, em termos psicológicos ou sexuais, nenhum de nós é inteiro. Excetuando o caso dos psicóticos, que realmente acreditam ser Deus, todos somos seres radicalmente incompletos - clivados por nossos próprios processos inconscientes, que muitas vezes parecem prevalecer. Somos seres falantes, dotados de linguagem mas também condenados por ela, já que nunca podemos dizer exatamente o que pretendemos. Só aqueles que aceitam esta realidade - a de que, neste sentido, somos todos "castrados" - têm a capacidade de amar. Os homens e mulheres que presumem ter uma espécie de completude fálica não tem a menor chance de intimidade. O que incomodava Daphne era que o pai de Karl - e ela própria - era capaz de agir como se Karl fosse o único ser castrado, enquanto eles próprios eram inteiros. Eles "o despedaçavam" para provar sua superioridade."
Trecho de Os Porcos-Espinhos de Schopenhauer, escrito em 2002 pela psiquiatra e psicanalista americana Deborah Anna Luepnitz.
"Encontrava-me no templo, em silencio, diante da imagem de Kali.Voltei-me e deparei-me com um homem alto, cuja roupa, ou falta dela, demonstrava tratar-se de um sadhu errante.
(...)
- A confusão entre aspectos benignos e malignos da natureza, simbolizados por Kali, já intrigou cabeças mais sábias do que a minha.São poucos os que conseguem desvendar este mistério. O bem e o mal constituem o enigma desafiador que, como uma esfinge, a vida coloca perante cada inteligência para ser decifrado.Por não procurar encontrar resposta, a maioria dos homens paga esta negligência com a própria vida, uma condenação tão válida hoje como nos tempos de Tebas. Aqui e ali, uma figura altaneira e solitária ergue-se e não desiste da luta, extraindo da dualidade de maya a verdade da unidade indivisível.
- O senhor fala com convicção - eu disse, aprecidando a discussão.
- Há muito venho fazendo uma introspecção sincera, que é uma maneira extremamente dolorosa de alcançar a sabedoria. Examinar-se a si mesmo, olhar incansavelmente os próprios pensamentos, é uma experiência marcante e devastadora que esmaga o ego mais obstinado.
(...)
- Venerável senhor, não tem compaixão pelas massas desorientadas?
O sábio ficou em silêncio durante alguns instantes. Depois deu uma resposta evasiva:
- Amar tanto o Deus invísivel, repositório de todas as virtudes, quanto o homem visível, que aparentemente não possui virtude alguma, é, muitas vezes, frustrante! No entando, nossa criatividade está à altura deste intrincado labirinto.A busca interior mostra prontamente a unidade de todas as mentes humanas: a forte afinidade da motivação egoísta que, pelo menos neste sentido, deixa transparecer a fraternidade do homem.Como resultado dessa niveladora descoberta, surge uma desoladora humildade, que amadurece sob forma de compaixão por seus semelhantes, cegos ao potencial curativo da alma que está à espera de ser explorado.
- Os santos de todas as épocas tiveram, como o senhor, compaixão pelos sofrimentos do mundo.
- Só o homem superficial não reage às aflições alheias, pois está afundado em seu próprio e mesquinho sofrimento. Ele continuou: - Aquele que pratica um exame minucioso de si mesmo experimentará uma expansão da compaixão universal, libertando-se das exigências ensurdecedoras do ego. (...)"
Trecho de Autobiografia de Um Iogue, escrito por Paramahansa Yogananda em 1946.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
A escala espiritual do rock'n'roll
Essa lista é só uma brincadeira, espero que os mais puristas (leia-se: malas sem alça) não fiquem com raiva de mim. Resolvi classificar as bandas de rock de acordo com o nível espiritual da música que produzem. É isso que vc leu aí. Não, não fumei nada, é só uma brincadeira como disse no começo do parágrafo.
Funciona assim: a escala começa com a infância, ou seja, uma música gostosa, leve, que diverte mas não tem muita profundidade. Deixando claro que não significa, de forma alguma, que quanto mais alto na escala, melhor o conjunto. O que gradua determinada banda é a capacidade de sua música fazer refletir, interiorizar e incentivar a autoobservação e, fatalmente, promover algum tipo de descoberta de si próprio.
Também importante ressaltar que trata-se apenas do meu gosto. Se você pensa diferente, deixe um comentário ou escreva um blog...(detalhe: enquanto escrevo esse post, ouço Sandy e Junior...)
Enfim, premissas colocadas, vamos à lista:
Infância: The Beatles e o punk rock.
Confesso que não gosto da música dos Beatles. Admito que historicamente os caras tem uma importância fudida e conheço gente muito entendida de música que é super fã. Mas, pra mim, Beatles é um som bobo, quase infantil (mesmo a fase mais psicodélica deles) que promove prazer e divertimento, e só. Portanto, espiritualmente falando, seria uma música para ficar na infância.
Com relaçao ao punk rock, gosto demais de Ramones, por exemplo. Conheço pouco de Sex Pistols ou The Clash mas o que conheço acho bem legal. Apesar de ter uma pegada contestadora (o que os classificaria na Adolescência), a maioria dos temas é meio bobinho, fora que é possível tocar toda a discografia do Ramones com 03 acordes. Por isso, a galera do punk fica na infancia também, ao lado do quarteto de Liverpool.
Adolescência: Iron Maiden, Guns, Black Sabbath, Metallica,Rage Against, Pearl Jam, Nirvana, Alice in Chains, Red Hot e todas as bandas de heavy metal e do grunge.
O heavy metal e o grunge, de uma forma geral, já tem uma pegada mais questionadora, com temas e estéticas mais adultas que o punk. Também musicalmente considero mais rico (há solos incriveis e letras absurdamente bem escritas...)
A sensação que tenho ao escutar este tipo de som é a de sair correndo, gritar pra caramba em um mega show, dar porrada em alguém ou fumar um baseado em um fim de tarde na praia....sensações tipicamente adolescentes, portanto, coloco essas bandas sensacionais aqui na minha escala espiritual...
Idade adulta: Rolling Stones, The Doors, Sublime, Radiohead, Led Zeppelin
Esses caras que escrevi acima tem a manha. Acho que eles conseguem navegar tranquilamente em águas leves e tranquilas e, quando querem, ir bem fundo na natureza humana. Talvez essa seja a melhor traduçao para alguém que já passou da adolescência. Se fosse fazer uma analogia com as bebidas, essa galera seria uma Guinness, uma boa Ale ou qualquer puro malte cujo envelhecimento ultrapasse os 12 anos.
Maturidade: Pink Floyd
Definitivamente, essa banda é a que melhor se aprofunda na alma do ser humano.As letras, as melodias, as propostas são perturbadoras e de uma beleza que até hoje me espanta. Eu chego a meditar com as músicas deles.Continuando com a analogia das drogas, seria o LSD. Pra mim, nessa escala de brincadeira, os caras são o top da maturidade.
Acima do Pink Floyd, só a música clássica e o jazz...mas isso já é assunto para um outro post...
Funciona assim: a escala começa com a infância, ou seja, uma música gostosa, leve, que diverte mas não tem muita profundidade. Deixando claro que não significa, de forma alguma, que quanto mais alto na escala, melhor o conjunto. O que gradua determinada banda é a capacidade de sua música fazer refletir, interiorizar e incentivar a autoobservação e, fatalmente, promover algum tipo de descoberta de si próprio.
Também importante ressaltar que trata-se apenas do meu gosto. Se você pensa diferente, deixe um comentário ou escreva um blog...(detalhe: enquanto escrevo esse post, ouço Sandy e Junior...)
Enfim, premissas colocadas, vamos à lista:
Infância: The Beatles e o punk rock.
Confesso que não gosto da música dos Beatles. Admito que historicamente os caras tem uma importância fudida e conheço gente muito entendida de música que é super fã. Mas, pra mim, Beatles é um som bobo, quase infantil (mesmo a fase mais psicodélica deles) que promove prazer e divertimento, e só. Portanto, espiritualmente falando, seria uma música para ficar na infância.
Com relaçao ao punk rock, gosto demais de Ramones, por exemplo. Conheço pouco de Sex Pistols ou The Clash mas o que conheço acho bem legal. Apesar de ter uma pegada contestadora (o que os classificaria na Adolescência), a maioria dos temas é meio bobinho, fora que é possível tocar toda a discografia do Ramones com 03 acordes. Por isso, a galera do punk fica na infancia também, ao lado do quarteto de Liverpool.
Adolescência: Iron Maiden, Guns, Black Sabbath, Metallica,Rage Against, Pearl Jam, Nirvana, Alice in Chains, Red Hot e todas as bandas de heavy metal e do grunge.
O heavy metal e o grunge, de uma forma geral, já tem uma pegada mais questionadora, com temas e estéticas mais adultas que o punk. Também musicalmente considero mais rico (há solos incriveis e letras absurdamente bem escritas...)
A sensação que tenho ao escutar este tipo de som é a de sair correndo, gritar pra caramba em um mega show, dar porrada em alguém ou fumar um baseado em um fim de tarde na praia....sensações tipicamente adolescentes, portanto, coloco essas bandas sensacionais aqui na minha escala espiritual...
Idade adulta: Rolling Stones, The Doors, Sublime, Radiohead, Led Zeppelin
Esses caras que escrevi acima tem a manha. Acho que eles conseguem navegar tranquilamente em águas leves e tranquilas e, quando querem, ir bem fundo na natureza humana. Talvez essa seja a melhor traduçao para alguém que já passou da adolescência. Se fosse fazer uma analogia com as bebidas, essa galera seria uma Guinness, uma boa Ale ou qualquer puro malte cujo envelhecimento ultrapasse os 12 anos.
Maturidade: Pink Floyd
Definitivamente, essa banda é a que melhor se aprofunda na alma do ser humano.As letras, as melodias, as propostas são perturbadoras e de uma beleza que até hoje me espanta. Eu chego a meditar com as músicas deles.Continuando com a analogia das drogas, seria o LSD. Pra mim, nessa escala de brincadeira, os caras são o top da maturidade.
Acima do Pink Floyd, só a música clássica e o jazz...mas isso já é assunto para um outro post...
sexta-feira, 17 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Então...então você acha que consegue descrever o céu do inferno?
céus azuis da dor?
Você consegue descrever um campo verde de um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu? Você acha que consegue ?
Conseguiram que você trocasse seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou um papel coadjuvante na guerra por um papel principal em uma cela?
Como eu gostaria que você estivesse aqui...
Nós somos apenas duas almas perdidas nadando em um aquário, ano após ano
Correndo sobre o mesmo velho chão e o que encontramos? Os mesmos velhos medos...
Eu queria que você estivesse aqui...
tradução livre de uma música aí de uma bandinha qualquer..
céus azuis da dor?
Você consegue descrever um campo verde de um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu? Você acha que consegue ?
Conseguiram que você trocasse seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou um papel coadjuvante na guerra por um papel principal em uma cela?
Como eu gostaria que você estivesse aqui...
Nós somos apenas duas almas perdidas nadando em um aquário, ano após ano
Correndo sobre o mesmo velho chão e o que encontramos? Os mesmos velhos medos...
Eu queria que você estivesse aqui...
tradução livre de uma música aí de uma bandinha qualquer..
domingo, 12 de junho de 2011
Allons enfants de la Patrie, le jour de gloire est arrivé..
Eu pago pau pra França. Sério, acho um país fantástico, apesar de ter estado pouco por lá e não conhecer muito da sua cultura. Poderia listar inúmeros motivos pra isso: a Brigitte Bardot, a Juliete Binoche, o Platini, o Zidane, outras mulheres francesas, os vinhos da Borgonha, a Carla Bruni (ops, ela é italiana...), os vinhos de Champagne, mais mulheres francesas, os vinhos de Cognac etc etc etc..
Mas a razão que me fez ter vontade de expor publicamente minha admiração pela nação onde come-se o Royale com queijo é outra. Li no Estadao de hoje que o governo francês acabou de proibir a menção pública (em veículos de comunicação) dos nomes Facebook e Twitter, caso não estejam no contexto adequado.Explico.
Segundo a matéria, há uma lei vigente desde 1992, que proibe a chamada propaganda clandestina. Os nomes das empresas - e isto vale para todas, inclusive gigantes francesas como a Renault e a Peugeot-Citroen - só podem ser citados nos veículos de comunicação caso seja uma notícia pertinente àquela empresa. Por exemplo, é permitido dizer "o presidente da Renault acaba de assinar um acordo com o governo...." mas não é permitido dizer "os franceses estão consumindo mais carros do que na década passada, principalmente da Renault...", neste caso, o correto seria "...principalmente carros de empresas francesas...".
A inclusão dos nomes Facebook e Twitter nesta lei vai proibir dizeres como "Siga nossa página no Facebook" ou "o Jornal Tal está no Twitter..". Os legisladores entenderam que isto configura uma propaganda clandestina (não comercializada) e isto prejudicaria a concorrência.
Eu gostei. E bastante.
Lembrei de um projeto de Lei que tramita pela União Européia (não sei se já foi promulgado), proposto pela França, que exige que toda foto que for utilizada em publicidade, e cujos modelos tiverem tido suas imagens melhoradas por Photoshop, deve ter os dizeres "Esta foto foi alterada digitalmente." O objetivo é tentar conter um pouco a escalada dos padrões de beleza inalcançáveis que estamos criando para nós mesmos.
Eu não sou contra rede social. Se usada com bom senso pode até ser bacana. Mas acho importante os mecanismos de regulação da sociedade ficarem atentos para que uns poucos empresários não tenham vantagem competitiva desleal, já que nós não estamos sabendo utilizar a dose com parcimônia...
Mas a razão que me fez ter vontade de expor publicamente minha admiração pela nação onde come-se o Royale com queijo é outra. Li no Estadao de hoje que o governo francês acabou de proibir a menção pública (em veículos de comunicação) dos nomes Facebook e Twitter, caso não estejam no contexto adequado.Explico.
Segundo a matéria, há uma lei vigente desde 1992, que proibe a chamada propaganda clandestina. Os nomes das empresas - e isto vale para todas, inclusive gigantes francesas como a Renault e a Peugeot-Citroen - só podem ser citados nos veículos de comunicação caso seja uma notícia pertinente àquela empresa. Por exemplo, é permitido dizer "o presidente da Renault acaba de assinar um acordo com o governo...." mas não é permitido dizer "os franceses estão consumindo mais carros do que na década passada, principalmente da Renault...", neste caso, o correto seria "...principalmente carros de empresas francesas...".
A inclusão dos nomes Facebook e Twitter nesta lei vai proibir dizeres como "Siga nossa página no Facebook" ou "o Jornal Tal está no Twitter..". Os legisladores entenderam que isto configura uma propaganda clandestina (não comercializada) e isto prejudicaria a concorrência.
Eu gostei. E bastante.
Lembrei de um projeto de Lei que tramita pela União Européia (não sei se já foi promulgado), proposto pela França, que exige que toda foto que for utilizada em publicidade, e cujos modelos tiverem tido suas imagens melhoradas por Photoshop, deve ter os dizeres "Esta foto foi alterada digitalmente." O objetivo é tentar conter um pouco a escalada dos padrões de beleza inalcançáveis que estamos criando para nós mesmos.
Eu não sou contra rede social. Se usada com bom senso pode até ser bacana. Mas acho importante os mecanismos de regulação da sociedade ficarem atentos para que uns poucos empresários não tenham vantagem competitiva desleal, já que nós não estamos sabendo utilizar a dose com parcimônia...
quarta-feira, 8 de junho de 2011
...em um tempo recheado de escândalos, as vezes tenho a sensação de que há não esperança..
...a maioria dos textos que leio buscam a autoafirmação do autor.."eu sei o que presta..todo o resto é lixo.."
...os que deveriam conduzir a nação, são os piores exemplos possíveis, dignos de envergonhar Ali Babá..
...os que deveriam trazer informação e senso crítico à sociedade, parecem cada vez mais vendidos e pobres de espírito..
que bom que ainda escrevem textos como o que copio aqui...talvez pelo autor nao ser político ou jornalista..
"Eu sou do tempo em que "a vida começava aos 40". Um dia perguntamos o segredo desse limiar ao nosso professor de História. Aos 40, disse, a sexualidade enfraquece e, sem o aguilhão do desejo, o sujeito inicia uma nova vida dedicada às grandes causas morais e religiosas. Aos 14 anos, eu que só vivia o desejo, mas estava longe dos 40, deixei essa lembrança na gaveta dos esquecimentos até que, nestes meus 70 e poucos, reli O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway.
Era um menino de 20 anos quando li esse livro pela primeira vez. O herói, um velho chamado Santiago, pescador azarado que sonhava com leões, embora morasse numa cabana nas praias brancas e ensolaradas de Cuba, não me impressionou. Frequentador da bela praia de Icaraí, então virgem dessa vergonhosa poluição que a assola há mais de 40 anos, eu fiquei mais surpreendido com as imagens dos leões e com a batalha do velho contra o gigantesco e precioso marlim, o maior e mais magnífico peixe que jamais pescou em toda sua vida mas que, depois morto e atado ao barco, é abocanhado por vorazes e traiçoeiros tubarões. Moço, eu li o livro e ignorei a parábola; velho, eu reli o livro e compreendi a fábula em sua bela e tenebrosa densidade. O marlim destroçado somos todos nós que temos dentro de nossas vidas tubarões, meninos e Santiagos com força para morrer de pé, lutando por melhores histórias.
Hoje, eu vejo que uma das gratificações de uma longa vida é poder revisitá-la. É ser capaz de revê-la nos seus esplendores, medos, dúvidas e angústias. E qual não foi a minha surpresa quando me encontrei - agora velho - com o velho Santiago do velho Hemingway e revivi essa pescaria fracassada. Quantas vezes questionei-me se, alguma vez, pesquei um marlim. O que significa pescar um gigantesco e desejável marlim para um velho? Seria mandar tudo às favas e começar de novo? Mas como começar, se chegamos ao fim da linha? Seria ter o seu trabalho reconhecido? Seria ganhar uma loteria que pudesse ampliar o seu modesto patrimônio de professor 20 vezes em quatro anos? Seria receber de volta os presentes que distribuiu ao longo de sua vida? Seria viver a sua solidão em pleno diálogo consigo mesmo, procurando esquecer as perdas e abafar a devastadora dor de ver a pessoa amada perder a alma?
Por outro lado, o que é para alguém no fim da vida testemunhar a sua maior obra ser destruída por tubarões? Esses tubarões que, invisíveis, vivem à nossa volta e nos obrigam a descobrir a inveja e o ressentimento no lugar da fraternidade e do companheirismo? Mas o que fez Santiago quando chegou à sua praia com a carcaça inútil do peixe com o qual havia lutado a sua tremenda batalha? Essas batalhas que todo velho luta diariamente contra a ingratidão, contra o abandono, contra o amor roubado pela vida e pelos deuses, contra a perda de algum ente querido, enterrado ainda quente no frio da terra?
O velho Santiago não abjurou sua vida ou amaldiçoou sua profissão ou renegou o seu destino. O que ele fez foi dormir e sonhar com leões. E amar seus filhotes e brincar com eles, tal como eu amo as pessoas que estão à minha volta.
* * * *
Desta Niterói onde vivo, envio o meu abraço e as minhas mais calorosas felicitações pelas 80 décadas de Zuenir Ventura. Mestre do jornalismo, ele escreveu uma reflexão exemplar sobre a fonte de sua juventude. Pois, quando se viu idoso, descobriu-se também mais jovem. Porque a juventude está na redescoberta, no revisitar, no reviver e, para nós, que amamos as letras, no reler e no reescrever. É delas que vem o sopro perene da vida que apaga, pois os livros terminam, mas também acendem algumas velas. Quem acha que a vida termina (e começa - mas como começar sem amor?) aos 40; quem se sente liquidado aos 60, não sabe de nada. Zuenir, aos 80, sonha com leões e, no Brasil, sonhar com leões tem a ver com a domesticação da ganância, com a busca da sinceridade, com a ultrapassagem do atraso e da ignorância. Com o saber o que é, afinal de contas, suficiente para cada um de nós.
* * * *
Esses ritos de passagem de idade - 1, 5, 10, 15, 20, 40, 80, etc... - reúnem uma primeira e uma última vez. Por isso, devem ser celebrados intensamente com quem nos dá amor e por meio desses testemunhos nos despertam o sentimento de plenitude e de coragem de existir neste mundo feito de tanto gozo e sofrimento.
Celebrações são como as rimas e as simetrias das pinturas, do bom cinema, do amar sem culpa, dos bons pratos e da grande música. Simetrias que acentuam o início, o meio e o fim de alguma coisa e, com isso, realizam o contraste necessário com a vida que assusta porque não tem começo ou fim. Esses são momentos de pleno sentido, pois as festas têm sempre uma razão e, mesmo bagunçadas, elas começam e terminam.
Num mundo totalmente desequilibrado, injusto, frenético, louco e cruel para tantos, as celebrações inventam pausas, desvendam olhares, promovem comentários, anedotas e risos que são o nosso trunfo (senão o triunfo) contra a finitude: essas causas perdidas. Mas, como dizia Frank Capra, são essas causas perdidas - igualdade, liberdade, justiça, amor, altruísmo e, sobretudo neste Brasil onde somos assaltados por altos funcionários federais em rede com justificativa ideológica, honestidade! - as únicas que valem o bom combate. Capra falou das causas perdidas num revolucionário filme de 1939"
Texto de Roberto da Matta, postado em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110608/not_imp729346,0.php
...a maioria dos textos que leio buscam a autoafirmação do autor.."eu sei o que presta..todo o resto é lixo.."
...os que deveriam conduzir a nação, são os piores exemplos possíveis, dignos de envergonhar Ali Babá..
...os que deveriam trazer informação e senso crítico à sociedade, parecem cada vez mais vendidos e pobres de espírito..
que bom que ainda escrevem textos como o que copio aqui...talvez pelo autor nao ser político ou jornalista..
"Eu sou do tempo em que "a vida começava aos 40". Um dia perguntamos o segredo desse limiar ao nosso professor de História. Aos 40, disse, a sexualidade enfraquece e, sem o aguilhão do desejo, o sujeito inicia uma nova vida dedicada às grandes causas morais e religiosas. Aos 14 anos, eu que só vivia o desejo, mas estava longe dos 40, deixei essa lembrança na gaveta dos esquecimentos até que, nestes meus 70 e poucos, reli O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway.
Era um menino de 20 anos quando li esse livro pela primeira vez. O herói, um velho chamado Santiago, pescador azarado que sonhava com leões, embora morasse numa cabana nas praias brancas e ensolaradas de Cuba, não me impressionou. Frequentador da bela praia de Icaraí, então virgem dessa vergonhosa poluição que a assola há mais de 40 anos, eu fiquei mais surpreendido com as imagens dos leões e com a batalha do velho contra o gigantesco e precioso marlim, o maior e mais magnífico peixe que jamais pescou em toda sua vida mas que, depois morto e atado ao barco, é abocanhado por vorazes e traiçoeiros tubarões. Moço, eu li o livro e ignorei a parábola; velho, eu reli o livro e compreendi a fábula em sua bela e tenebrosa densidade. O marlim destroçado somos todos nós que temos dentro de nossas vidas tubarões, meninos e Santiagos com força para morrer de pé, lutando por melhores histórias.
Hoje, eu vejo que uma das gratificações de uma longa vida é poder revisitá-la. É ser capaz de revê-la nos seus esplendores, medos, dúvidas e angústias. E qual não foi a minha surpresa quando me encontrei - agora velho - com o velho Santiago do velho Hemingway e revivi essa pescaria fracassada. Quantas vezes questionei-me se, alguma vez, pesquei um marlim. O que significa pescar um gigantesco e desejável marlim para um velho? Seria mandar tudo às favas e começar de novo? Mas como começar, se chegamos ao fim da linha? Seria ter o seu trabalho reconhecido? Seria ganhar uma loteria que pudesse ampliar o seu modesto patrimônio de professor 20 vezes em quatro anos? Seria receber de volta os presentes que distribuiu ao longo de sua vida? Seria viver a sua solidão em pleno diálogo consigo mesmo, procurando esquecer as perdas e abafar a devastadora dor de ver a pessoa amada perder a alma?
Por outro lado, o que é para alguém no fim da vida testemunhar a sua maior obra ser destruída por tubarões? Esses tubarões que, invisíveis, vivem à nossa volta e nos obrigam a descobrir a inveja e o ressentimento no lugar da fraternidade e do companheirismo? Mas o que fez Santiago quando chegou à sua praia com a carcaça inútil do peixe com o qual havia lutado a sua tremenda batalha? Essas batalhas que todo velho luta diariamente contra a ingratidão, contra o abandono, contra o amor roubado pela vida e pelos deuses, contra a perda de algum ente querido, enterrado ainda quente no frio da terra?
O velho Santiago não abjurou sua vida ou amaldiçoou sua profissão ou renegou o seu destino. O que ele fez foi dormir e sonhar com leões. E amar seus filhotes e brincar com eles, tal como eu amo as pessoas que estão à minha volta.
* * * *
Desta Niterói onde vivo, envio o meu abraço e as minhas mais calorosas felicitações pelas 80 décadas de Zuenir Ventura. Mestre do jornalismo, ele escreveu uma reflexão exemplar sobre a fonte de sua juventude. Pois, quando se viu idoso, descobriu-se também mais jovem. Porque a juventude está na redescoberta, no revisitar, no reviver e, para nós, que amamos as letras, no reler e no reescrever. É delas que vem o sopro perene da vida que apaga, pois os livros terminam, mas também acendem algumas velas. Quem acha que a vida termina (e começa - mas como começar sem amor?) aos 40; quem se sente liquidado aos 60, não sabe de nada. Zuenir, aos 80, sonha com leões e, no Brasil, sonhar com leões tem a ver com a domesticação da ganância, com a busca da sinceridade, com a ultrapassagem do atraso e da ignorância. Com o saber o que é, afinal de contas, suficiente para cada um de nós.
* * * *
Esses ritos de passagem de idade - 1, 5, 10, 15, 20, 40, 80, etc... - reúnem uma primeira e uma última vez. Por isso, devem ser celebrados intensamente com quem nos dá amor e por meio desses testemunhos nos despertam o sentimento de plenitude e de coragem de existir neste mundo feito de tanto gozo e sofrimento.
Celebrações são como as rimas e as simetrias das pinturas, do bom cinema, do amar sem culpa, dos bons pratos e da grande música. Simetrias que acentuam o início, o meio e o fim de alguma coisa e, com isso, realizam o contraste necessário com a vida que assusta porque não tem começo ou fim. Esses são momentos de pleno sentido, pois as festas têm sempre uma razão e, mesmo bagunçadas, elas começam e terminam.
Num mundo totalmente desequilibrado, injusto, frenético, louco e cruel para tantos, as celebrações inventam pausas, desvendam olhares, promovem comentários, anedotas e risos que são o nosso trunfo (senão o triunfo) contra a finitude: essas causas perdidas. Mas, como dizia Frank Capra, são essas causas perdidas - igualdade, liberdade, justiça, amor, altruísmo e, sobretudo neste Brasil onde somos assaltados por altos funcionários federais em rede com justificativa ideológica, honestidade! - as únicas que valem o bom combate. Capra falou das causas perdidas num revolucionário filme de 1939"
Texto de Roberto da Matta, postado em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110608/not_imp729346,0.php
sexta-feira, 27 de maio de 2011
O Cisne Branco
Ontem à noite, no programa Globo Mar, passou uma reportagem sobre um veleiro da Marinha brasileira chamado Cisne Branco. É um barcão bem legal, com aproximadamente 80 tripulantes. Grande parte das conversas foi com o comandante do barco. Pareceu-me um trabalho bem extenuante, apesar do Brasil não se envolver em guerras há décadas.
O barco é lindo, muito bem cuidado, tudo funciona perfeitamente e a tripulação, aparentemente, é satisfetia com a maneira como as coisas são conduzidas. O barco representa o país em diversos programas internacionais de intercâmbio cultural, entre outras atividades.
Eu estive nas Forças Armadas. Na minha forma de ver, 80% do sucesso deste empreendimento é responsabilidade do comandante. Se a âncora não recebeu verniz suficiente e enferrujou, a responsabilidade final é do comandante. Se não há mertiolate no ambulatório e algum tripulante se infecciona, a responsabilidade final é do comandante.
Democracia é a forma de organização política mais inteligente que eu conheço. Só que ela só funciona se houver comando. E comando firme, competente e ciente da responsabilidade que é comandar.
Se um profissional tem como trabalho envernizar a ancora, ele deve ser ouvido sobre a sua tarefa e, talvez, sobre outros assuntos do barco, caso o comando ache necessário ouvir suas idéias, mas não pode arcar com o ônus das decisões estratégicas.Ele não é remunerado para isto e não está preparado para isto.
Todas as guerras vitoriosas, todas as nações ricas, todos os times vencedores, todas as empresas prósperas só chegaram onde chegaram porque tinham comando competente. E, vale ressaltar, é papel fundamental do comando fazer com que os comandados entendam a importância e o escopo de cada engrenagem na máquina.
O barco é lindo, muito bem cuidado, tudo funciona perfeitamente e a tripulação, aparentemente, é satisfetia com a maneira como as coisas são conduzidas. O barco representa o país em diversos programas internacionais de intercâmbio cultural, entre outras atividades.
Eu estive nas Forças Armadas. Na minha forma de ver, 80% do sucesso deste empreendimento é responsabilidade do comandante. Se a âncora não recebeu verniz suficiente e enferrujou, a responsabilidade final é do comandante. Se não há mertiolate no ambulatório e algum tripulante se infecciona, a responsabilidade final é do comandante.
Democracia é a forma de organização política mais inteligente que eu conheço. Só que ela só funciona se houver comando. E comando firme, competente e ciente da responsabilidade que é comandar.
Se um profissional tem como trabalho envernizar a ancora, ele deve ser ouvido sobre a sua tarefa e, talvez, sobre outros assuntos do barco, caso o comando ache necessário ouvir suas idéias, mas não pode arcar com o ônus das decisões estratégicas.Ele não é remunerado para isto e não está preparado para isto.
Todas as guerras vitoriosas, todas as nações ricas, todos os times vencedores, todas as empresas prósperas só chegaram onde chegaram porque tinham comando competente. E, vale ressaltar, é papel fundamental do comando fazer com que os comandados entendam a importância e o escopo de cada engrenagem na máquina.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Zé Capiau e o Outro
"Ele, o Diabo, num entrô ansim, cumo num susto no meu rancho... Nem pelos buraco das parede de tábua, ou pelos vão das porta. Não sinhô. Passô, mais foi um dia intero cumigo... e uma noite. A gente começô andando por umas ruela, passemo pelos carreadô de café... e peguemo uma rua da cidade, sempre andando a pé... de quando em vez, proseando.
No começo, palavra de caboclo, eu tava meio descunfiado, amode que cismando. É ou não é? Eu... mais um Diabo ansim o dia todo... lado a lado... Mas quando foi de tarde, eu já num chamava mais ele de Diabo, nem de Pé-de-Pato ou Pé-Preto, ou arrenegado... ou mesmo Berzebu... Era só, Bebu; e ele a me chamá de Zé, ou mió, de Zé Capiau, Zé pra cá, Zé pra lá, naquela véia intimidade de quando se é amigo há muito tempo, amigo de verdade.
De repende, passô por nois um pedidô de esmola, um preto véio, o Honório. Eu procurei nos borço uma moeda de tostão, que sempre dô tostão de ajutório, e o Bebu aí, me espantô... Num é que ele tirô uma nota grande de um conto de réis e ponhô na mão do esmolêro? E lá evamo nóis andando. A gente agora, proseava pouco, tava meio sem assunto, mas o tempo todo ali, caminhando junto. Passemo na frente do cinembra, resorvemo entrá. Sentemo perto de duas rapariga bonitinha, aí eu pensei cá comigo: - Hiii... Bebu é bem capaz de bolí cum elas, mas não; Ficô ali, cumo um cidadão, bem comportado... assistindo o firme anunciado, era uma firme muito divertido, desses de guerra e de sordado. Eu oiêi no escuro e vi uma morenaça de fazê gosto, me deu uma vontada de falá de amô, mas quando oiêi pra ele, me recriminava com os óio... palavra que fiquei envergonhado do jeito que ele me oiô. Bão.O firme cabô, saímo de lá, e toca a caminhá de novo, inté chegá na praça do povo, na praça principá. Paremo num bar, tomemo umas cerveja e tar, e aí sem nem pru quê, ele me pregunto:
No começo, palavra de caboclo, eu tava meio descunfiado, amode que cismando. É ou não é? Eu... mais um Diabo ansim o dia todo... lado a lado... Mas quando foi de tarde, eu já num chamava mais ele de Diabo, nem de Pé-de-Pato ou Pé-Preto, ou arrenegado... ou mesmo Berzebu... Era só, Bebu; e ele a me chamá de Zé, ou mió, de Zé Capiau, Zé pra cá, Zé pra lá, naquela véia intimidade de quando se é amigo há muito tempo, amigo de verdade.
De repende, passô por nois um pedidô de esmola, um preto véio, o Honório. Eu procurei nos borço uma moeda de tostão, que sempre dô tostão de ajutório, e o Bebu aí, me espantô... Num é que ele tirô uma nota grande de um conto de réis e ponhô na mão do esmolêro? E lá evamo nóis andando. A gente agora, proseava pouco, tava meio sem assunto, mas o tempo todo ali, caminhando junto. Passemo na frente do cinembra, resorvemo entrá. Sentemo perto de duas rapariga bonitinha, aí eu pensei cá comigo: - Hiii... Bebu é bem capaz de bolí cum elas, mas não; Ficô ali, cumo um cidadão, bem comportado... assistindo o firme anunciado, era uma firme muito divertido, desses de guerra e de sordado. Eu oiêi no escuro e vi uma morenaça de fazê gosto, me deu uma vontada de falá de amô, mas quando oiêi pra ele, me recriminava com os óio... palavra que fiquei envergonhado do jeito que ele me oiô. Bão.O firme cabô, saímo de lá, e toca a caminhá de novo, inté chegá na praça do povo, na praça principá. Paremo num bar, tomemo umas cerveja e tar, e aí sem nem pru quê, ele me pregunto:
- Escuta aqui, Zé Capiau, ocê credita no Bem e no Mar?
- Sei lá - eu respondi.
– Pois existe, ele falô; mas num é cumo ocê pensa.
– Ara essa, que cunversa mais besta, Bebu, Bem e Mar?
E ele continuou:
- Tá bão, Zé, deixa eu falá; O Bem e o Mar existe, pode ficá certo. Ocê morô lá em S. José? Num morô?
– Quase dois ano.
- Êta lugarzinho parado, né? Lá tem prefeito, num tem? Pois muito bem. O prefeito acha que os banco do jardim deve de ser colocado na frente da igreja. Isso é o Bem. O homi que faz uposição ao prefeito acha que não. Ele acha que os banco deve de ser colocado na frente do coreto. Isso é o Mar.
- Bebu... eu disse – que ocê qué dizê com isso, agora?
Aí ele fico bravo, e gritô:
- Ocê cunhece a minha história. Eu fiz uma revolução contra Deus, perdi, fui vencido, excumungado, expursado, escorraçado, com toda valentia... mas nunca, nunca improrei pra ele, a tar de anistia. Deus me venceu pra todo o sempre, pra toda a eternidade. É o prefeito eterno. .. e eu me revortei, pensa que não? E pensa que foi atôa? Ocê cunhece o meu pograma de guverno, Zé?
Aí que eu num entindi mais nada, que num entendo dessas coisas trapaiada... de política. E ele entrão completô:
-Eu fui pra luta. E desde que o mundo inda nem era mundo, inté hoje, inté hoje sempre fui eu o Lúcifer. Mas só eu que tive peito de me arrevortá, e arriscá a vida e tudo. Eu podia lhe contá o meu pograma de guverno, Zé. Mas ocê é tão burro, tão burro, que inté vô lhe dizê: - Essa joça desse mundo, cumigo num tava assim, não. Mas o que é que ele fez inté agora? A vida que ele organizo é uma miséria. Os homi num sofre? Num se atrapaia? Num se mata? Num véve fazendo burrada? Deus fracassô, Zé. Deus fracassô...
- Bebu... eu disse – que ocê qué dizê com isso, agora?
Aí ele fico bravo, e gritô:
- Ocê cunhece a minha história. Eu fiz uma revolução contra Deus, perdi, fui vencido, excumungado, expursado, escorraçado, com toda valentia... mas nunca, nunca improrei pra ele, a tar de anistia. Deus me venceu pra todo o sempre, pra toda a eternidade. É o prefeito eterno. .. e eu me revortei, pensa que não? E pensa que foi atôa? Ocê cunhece o meu pograma de guverno, Zé?
Aí que eu num entindi mais nada, que num entendo dessas coisas trapaiada... de política. E ele entrão completô:
-Eu fui pra luta. E desde que o mundo inda nem era mundo, inté hoje, inté hoje sempre fui eu o Lúcifer. Mas só eu que tive peito de me arrevortá, e arriscá a vida e tudo. Eu podia lhe contá o meu pograma de guverno, Zé. Mas ocê é tão burro, tão burro, que inté vô lhe dizê: - Essa joça desse mundo, cumigo num tava assim, não. Mas o que é que ele fez inté agora? A vida que ele organizo é uma miséria. Os homi num sofre? Num se atrapaia? Num se mata? Num véve fazendo burrada? Deus fracassô, Zé. Deus fracassô...
Só ai ele paro... quase chorando de réiva. Já era dia craro. O sór banhava agora os caminho da gente.
– Deve ser mais de sete hora - eu disse de repente. Ele, entao, preguntô:
- Pra onde ocê vai agora, Zé? Zé Capiau? Pra onde ocê vai, Zé cheio de preguiça?
- Vô drumi... eu disse. E ocê?
Ele, me oiando muito triste, disse:
– Eu...eu vou pra missa..."
Texto de Rolando Boldrim, chamado Zé Capiau e o Outro, que é baseado em Eu e Bebú de Rubem Braga.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa..
- Mas, véio, me explica uma coisa ae..
- Manda..
- Aquele maluco que tá preso em Nova Iorque porque tentou comer a camareira do hotel...
- Sei, o presidente do FMI..
- Isso, esse cara..vi no Jornal hoje que ele era candidato ao governo francês..
- É, acho que sim..também li algo a respeito...
- Pelo partido socialista...pô, partido socialista???
- Humm..
- Mas, véio, me explica uma coisa ae..
- Manda...
- Aquele maluco que é ministro da Casa Civil..
- Sei, o Pallocci..
- Isso, esse cara..vi no jornal hoje que o patrimonio dele aumentou 20 vezes em quatro anos..
- É, acho que sim..também li algo a respeito..
- Mas ele não é o ministro mais importante de um partido dito de esquerda...que supostamente luta pela diminuição da concentração de renda??
- Humm...
- Mas, véio, me explica uma coisa ae..
- Manda...
- Aquele maluco que parece o Gargamel e que é presidente da FIESP..
- Sei, o Skaf...
- Isso, esse cara..vi no jornal hoje que ele deixou o PSB para filiar-se ao PMDB
- É, acho que sim..também li algo a respeito..
- Mas ele não o representante máximo dos industriais paulistas? E era filiado ao PSB??
- Humm...
- Mas, véio, me explica uma coisa ae..
- Manda...
- Aquela mina que mora no Palácio da Alvorada..
- Sei, a Dilma...
- Isso, essa aí...vi no jornal hoje que ela vai conceder aeroportos para a iniciativa privada administrar..
- É, acho que sim..também li algo a respeito..
- Mas ela não esculachou o outro partido justamente por ter feito isso??
- Humm...
- Manda..
- Aquele maluco que tá preso em Nova Iorque porque tentou comer a camareira do hotel...
- Sei, o presidente do FMI..
- Isso, esse cara..vi no Jornal hoje que ele era candidato ao governo francês..
- É, acho que sim..também li algo a respeito...
- Pelo partido socialista...pô, partido socialista???
- Humm..
- Mas, véio, me explica uma coisa ae..
- Manda...
- Aquele maluco que é ministro da Casa Civil..
- Sei, o Pallocci..
- Isso, esse cara..vi no jornal hoje que o patrimonio dele aumentou 20 vezes em quatro anos..
- É, acho que sim..também li algo a respeito..
- Mas ele não é o ministro mais importante de um partido dito de esquerda...que supostamente luta pela diminuição da concentração de renda??
- Humm...
- Mas, véio, me explica uma coisa ae..
- Manda...
- Aquele maluco que parece o Gargamel e que é presidente da FIESP..
- Sei, o Skaf...
- Isso, esse cara..vi no jornal hoje que ele deixou o PSB para filiar-se ao PMDB
- É, acho que sim..também li algo a respeito..
- Mas ele não o representante máximo dos industriais paulistas? E era filiado ao PSB??
- Humm...
- Mas, véio, me explica uma coisa ae..
- Manda...
- Aquela mina que mora no Palácio da Alvorada..
- Sei, a Dilma...
- Isso, essa aí...vi no jornal hoje que ela vai conceder aeroportos para a iniciativa privada administrar..
- É, acho que sim..também li algo a respeito..
- Mas ela não esculachou o outro partido justamente por ter feito isso??
- Humm...
Por que escrever?
Escrevi o texto abaixo em 08/07/08, ou seja, há quase 03 anos. Tá aqui no blog, é só ir no histórico de posts...deu vontade de reposta-lo...
Conheço muita gente bacana. Mas muita gente mesmo. Gente com opiniões interessantíssimas sobre diversos assuntos. Pra algumas delas, tenho perguntado porque não escrevem um blog, afinal adoraria ler as suas opiniões mais frequentemente.
Tenho ouvido todas as razões possíveis mas a mais comum é "escrever é muito difícil".
Não acho escrever difícil.Acho escrever bem muito difícil. Mas muito difícil mesmo. Traduzir em palavras o que se sente é muito difícil. Fazer com que os outros entendam exatamente então, é tarefa hercúlea.Mas acho que tudo passa pelo seu objetivo.
Eu nao acho que escreva bem. De verdade, não estou querendo confete não. Quando eu leio alguns blogs pela net, eu penso "jesus, eu nunca conseguiria escrever algo parecido". Além da falta de capacidade, eu acho que não escrevo bem pelo simples fato de que esse não é o meu objetivo. Os meus objetivos com este blog são três:
- Eu tenho muita dificuldade em me colocar. Já tomei muita porrada ou engoli muito sapo porque alguém foi mais áspero e eu fiquei com medo ou vergonha de me impor.Toda ferramenta que me ajudar a me colocar é bem vinda
- É terapêutico. Explico: eu mudo de opinião mais rápido que a Galisteu muda de namorado. Estou me divertindo ao ler coisas que escrevi, uma semana depois de ter escrito, e pensar "nossa, eu realmente pensava isso?". Saber que alguém vai ler aquilo, vai me julgar por aquilo e ficar tranquilo é uma delícia, afinal, em algum momento, aquilo era eu.
- Por fim, mas talvez o mais verdadeiro, eu odeio a minha necessidade de elogio. Escrevo sem pensar muito de propósito, afinal preciso desenvolver, e muito, o "foda-se"... se alguém gostou, muito que bem, se não gostou, não posso fazer nada.
Se você é uma pessoa interessante mas não consegue fazer nada que não seja "muito bom" e por isso se trava, que pena...sua vaidade está privando o mundo de te conhecer melhor....
Conheço muita gente bacana. Mas muita gente mesmo. Gente com opiniões interessantíssimas sobre diversos assuntos. Pra algumas delas, tenho perguntado porque não escrevem um blog, afinal adoraria ler as suas opiniões mais frequentemente.
Tenho ouvido todas as razões possíveis mas a mais comum é "escrever é muito difícil".
Não acho escrever difícil.Acho escrever bem muito difícil. Mas muito difícil mesmo. Traduzir em palavras o que se sente é muito difícil. Fazer com que os outros entendam exatamente então, é tarefa hercúlea.Mas acho que tudo passa pelo seu objetivo.
Eu nao acho que escreva bem. De verdade, não estou querendo confete não. Quando eu leio alguns blogs pela net, eu penso "jesus, eu nunca conseguiria escrever algo parecido". Além da falta de capacidade, eu acho que não escrevo bem pelo simples fato de que esse não é o meu objetivo. Os meus objetivos com este blog são três:
- Eu tenho muita dificuldade em me colocar. Já tomei muita porrada ou engoli muito sapo porque alguém foi mais áspero e eu fiquei com medo ou vergonha de me impor.Toda ferramenta que me ajudar a me colocar é bem vinda
- É terapêutico. Explico: eu mudo de opinião mais rápido que a Galisteu muda de namorado. Estou me divertindo ao ler coisas que escrevi, uma semana depois de ter escrito, e pensar "nossa, eu realmente pensava isso?". Saber que alguém vai ler aquilo, vai me julgar por aquilo e ficar tranquilo é uma delícia, afinal, em algum momento, aquilo era eu.
- Por fim, mas talvez o mais verdadeiro, eu odeio a minha necessidade de elogio. Escrevo sem pensar muito de propósito, afinal preciso desenvolver, e muito, o "foda-se"... se alguém gostou, muito que bem, se não gostou, não posso fazer nada.
Se você é uma pessoa interessante mas não consegue fazer nada que não seja "muito bom" e por isso se trava, que pena...sua vaidade está privando o mundo de te conhecer melhor....
segunda-feira, 9 de maio de 2011
filosofia de mesa de boteco...será?
para aqueles que se estudam, podemos dividir a vida em três fases:
quando vc acha que é especial
quando vc acha que não é especial
quando vc acha que é especial
quando vc acha que é especial
quando vc acha que não é especial
quando vc acha que é especial
sábado, 23 de abril de 2011
Sempre Adiante
"O Espírito encarnado, a fim de alcançar os altos objetivos da vida, precisa reconhecer sua condição de aprendiz, extraindo proveito de cada experiência, sem escravizar-se.
O dinheiro ou a necessidade material, a doença e a saúde do corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o ensejo de elevação em sua essência legítima.
Infelizmente, porém, de maneira geral, a criatura apenas reconhece semelhantes verdades quando se abeira da transformação pela morte do corpo terrestre.
Raras pessoas transitam de uma situação para outra com a dignidade devida. Comumente, se um rico é transferido a lugar de escassez, dá-se a tão extremas lamentações que acaba vencido, como servo miserável da mendincância; se o pobre é conduzido a elevada posição financeira, não raro se transforma em ordenador insensato, escravizando-se à extravagância e à tirania.
É imprescindível muito cuidado para que as posições transitórias não paralisem os vôos da alma. Guarda a retidão de consciência e atira-te ao trabalho edificante; então, a teus olhos, toda situação representará oportunidade de atingir o "mais alto" e o "mais além". "
Trecho extraído de Caminho, Verdade e Vida - Emmanuel
O dinheiro ou a necessidade material, a doença e a saúde do corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o ensejo de elevação em sua essência legítima.
Infelizmente, porém, de maneira geral, a criatura apenas reconhece semelhantes verdades quando se abeira da transformação pela morte do corpo terrestre.
Raras pessoas transitam de uma situação para outra com a dignidade devida. Comumente, se um rico é transferido a lugar de escassez, dá-se a tão extremas lamentações que acaba vencido, como servo miserável da mendincância; se o pobre é conduzido a elevada posição financeira, não raro se transforma em ordenador insensato, escravizando-se à extravagância e à tirania.
É imprescindível muito cuidado para que as posições transitórias não paralisem os vôos da alma. Guarda a retidão de consciência e atira-te ao trabalho edificante; então, a teus olhos, toda situação representará oportunidade de atingir o "mais alto" e o "mais além". "
Trecho extraído de Caminho, Verdade e Vida - Emmanuel
sexta-feira, 15 de abril de 2011
la paura
Colei abaixo um trecho de um texto do Rubem Alves já publicado aqui no blog (em novembro de 2009).
Eu releio frequentemente os textos dos quais gosto muito. Sempre encontro coisas novas, ou melhor, os textos sempre me encontram novo...enfim, segue o pedaço sobre o qual filosofei desta vez..
Quem tiver interesse em ler o texto completo, pode procurar aqui no blog mesmo ou visitar o site do próprio Rubem Alves (rubemalves.com.br), certamente o encontrará...
"Somos iguais aos animais, em que as mesmas coisas terríveis podem acontecer a eles e a nós. Mas somos diferentes deles porque eles só sofrem como se deve sofrer, isto é, quando o terrível acontece. E nós, tolos, sofremos sem que ele tenha acontecido. Sofremos imaginando o terrível. O medo é a presença do terrível-não-acontecido, se apossando das nossas vidas. Ele pode acontecer? Pode. Mas ainda não aconteceu e nem se sabe se acontecerá.
Curioso: nós, humanos, somos os únicos animais a ter prazer no medo. A colina suave não seduz o alpinista. Ele quer o perigo dos abismos, o calafrio das neves, a sensação de solidão. A terra firme, tão segura, tão sem medo, tão monótona! Mas é o mar sem fim que nos chama: “A solidez da terra, monótona, parece-nos fraca ilusão. Queremos a ilusão do grande mar, multiplicada em suas malhas de perigo...“ (Cecília Meireles).
A pomba, que por medo do gavião, se recusasse a sair do ninho, já se teria perdido no próprio ato de fugir do gavião. Porque o medo lhe teria roubado aquilo que de mais precioso existe num pássaro: o vôo. Quem, por medo do terrível, prefere o caminho prudente de fugir do risco, já nesse ato estará morto. Porque o medo lhe terá roubado aquilo que de mais precioso existe na vida humana: a capacidade de se arriscar para viver o que se ama.
O medo não é uma perturbação psicológica. Ele é parte da nossa própria alma. O que é decisivo é se o medo nos faz rastejar ou se ele nos faz voar. Quem, por causa do medo, se encolhe e rasteja, vive a morte na própria vida. Quem, a despeito do medo, toma o risco e voa, triunfa sobre a morte. Morrerá, quando a morte vier. Mas só quando ela vier. Esse é o sentido das palavras de Jesus: “Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á. Mas quem perder a sua vida, a encontrará.“ Viver a vida, aceitando o risco da morte: isso tem o nome de coragem. Coragem não é ausência do medo. É viver, a despeito do medo.
Houve um tempo em que eu invocava os deuses para me proteger do medo. Eu repetia os poemas sagrados para exorcizar o medo: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum...“ “Mil cairão à tua direita, dez mil à tua esquerda, mas nenhum mal te sucederá...“ A vida me ensinou que esses consolos não são verdadeiros. Os deuses não nos protegem do medo. Eles nos convidam à coragem de viver a despeito dele."
Eu releio frequentemente os textos dos quais gosto muito. Sempre encontro coisas novas, ou melhor, os textos sempre me encontram novo...enfim, segue o pedaço sobre o qual filosofei desta vez..
Quem tiver interesse em ler o texto completo, pode procurar aqui no blog mesmo ou visitar o site do próprio Rubem Alves (rubemalves.com.br), certamente o encontrará...
"Somos iguais aos animais, em que as mesmas coisas terríveis podem acontecer a eles e a nós. Mas somos diferentes deles porque eles só sofrem como se deve sofrer, isto é, quando o terrível acontece. E nós, tolos, sofremos sem que ele tenha acontecido. Sofremos imaginando o terrível. O medo é a presença do terrível-não-acontecido, se apossando das nossas vidas. Ele pode acontecer? Pode. Mas ainda não aconteceu e nem se sabe se acontecerá.
Curioso: nós, humanos, somos os únicos animais a ter prazer no medo. A colina suave não seduz o alpinista. Ele quer o perigo dos abismos, o calafrio das neves, a sensação de solidão. A terra firme, tão segura, tão sem medo, tão monótona! Mas é o mar sem fim que nos chama: “A solidez da terra, monótona, parece-nos fraca ilusão. Queremos a ilusão do grande mar, multiplicada em suas malhas de perigo...“ (Cecília Meireles).
A pomba, que por medo do gavião, se recusasse a sair do ninho, já se teria perdido no próprio ato de fugir do gavião. Porque o medo lhe teria roubado aquilo que de mais precioso existe num pássaro: o vôo. Quem, por medo do terrível, prefere o caminho prudente de fugir do risco, já nesse ato estará morto. Porque o medo lhe terá roubado aquilo que de mais precioso existe na vida humana: a capacidade de se arriscar para viver o que se ama.
O medo não é uma perturbação psicológica. Ele é parte da nossa própria alma. O que é decisivo é se o medo nos faz rastejar ou se ele nos faz voar. Quem, por causa do medo, se encolhe e rasteja, vive a morte na própria vida. Quem, a despeito do medo, toma o risco e voa, triunfa sobre a morte. Morrerá, quando a morte vier. Mas só quando ela vier. Esse é o sentido das palavras de Jesus: “Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á. Mas quem perder a sua vida, a encontrará.“ Viver a vida, aceitando o risco da morte: isso tem o nome de coragem. Coragem não é ausência do medo. É viver, a despeito do medo.
Houve um tempo em que eu invocava os deuses para me proteger do medo. Eu repetia os poemas sagrados para exorcizar o medo: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum...“ “Mil cairão à tua direita, dez mil à tua esquerda, mas nenhum mal te sucederá...“ A vida me ensinou que esses consolos não são verdadeiros. Os deuses não nos protegem do medo. Eles nos convidam à coragem de viver a despeito dele."
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Você sabe com quem está falando?
Esse texto é totalmente baseado em um vídeo, mostrando trechos de uma palestra de Mario Sergio Cortela, que eu assisti no blog pensando zen (copio tantos textos deste blog que daqui a pouco vou precisar pagar royalties...)
Quem tiver interesse, segue o link do post original http://pensandozen.blogspot.com/2011/03/quem-e-voce.html
A Ciência diz que há mais ou menos 15 bilhões de anos, uma explosão de matéria e energia deu origem ao que chamamos de Universo. Hoje alguns cientistas, especialmente físicos, já admitem a hipótese da existência de outros Universos.
Nosso Universo continua, desde a explosão, em expansão. As partículas de energia desprendidas na explosão são o que conhecemos por estrelas. As estrelas estão organizadas em galáxias. Estima-se que existam ao redor de 200 bilhões de galáxias.
Nós vivemos em uma pequena galáxia de aproximadamente 100 bilhões de estrelas. Uma delas é o Sol. Nosso planeta é um corpo que gira em torno do Sol, junto com outros 8 ou 9.
No nosso planeta, considera-se que haja algo próximo a 30 milhões de espécies, das quais apenas 3 milhões são conhecidas. Nós, homo sapiens, somos uma espécie entre as 30 milhões existentes.
Os cálculos populacionais contam algo como 7 bilhões de indívíduos.
Ou seja: eu sou um individuo, entre 7 bilhões de outros como eu, em uma espécie que está entre outras 30 milhões, de um planeta que está entre outros 9, girando ao redor de um Sol que é uma entre outras 100 milhões de estrelas, pertencentes a uma galáxia que é uma entre outras 200 bilhões, de um Universo que, provavelmente, é um entre outros...
precisa falar mais alguma coisa?
Quem tiver interesse, segue o link do post original http://pensandozen.blogspot.com/2011/03/quem-e-voce.html
A Ciência diz que há mais ou menos 15 bilhões de anos, uma explosão de matéria e energia deu origem ao que chamamos de Universo. Hoje alguns cientistas, especialmente físicos, já admitem a hipótese da existência de outros Universos.
Nosso Universo continua, desde a explosão, em expansão. As partículas de energia desprendidas na explosão são o que conhecemos por estrelas. As estrelas estão organizadas em galáxias. Estima-se que existam ao redor de 200 bilhões de galáxias.
Nós vivemos em uma pequena galáxia de aproximadamente 100 bilhões de estrelas. Uma delas é o Sol. Nosso planeta é um corpo que gira em torno do Sol, junto com outros 8 ou 9.
No nosso planeta, considera-se que haja algo próximo a 30 milhões de espécies, das quais apenas 3 milhões são conhecidas. Nós, homo sapiens, somos uma espécie entre as 30 milhões existentes.
Os cálculos populacionais contam algo como 7 bilhões de indívíduos.
Ou seja: eu sou um individuo, entre 7 bilhões de outros como eu, em uma espécie que está entre outras 30 milhões, de um planeta que está entre outros 9, girando ao redor de um Sol que é uma entre outras 100 milhões de estrelas, pertencentes a uma galáxia que é uma entre outras 200 bilhões, de um Universo que, provavelmente, é um entre outros...
precisa falar mais alguma coisa?
segunda-feira, 28 de março de 2011
Inception
O título do post é o nome de um filme ao qual assisti no carnaval. Seu nome em português é A Origem. Inception, em inglês, seria algo como começo ou origem mesmo.
Passei o carnaval em companhia de um casal de amigos bem especiais. Eles me convidaram para visita-los na fazenda de propriedade do pai da moça, que é um lugar que eu curto pra caramba. Com exceção ao fato que choveu o tempo todo, foi extremamente agradável.
Bem, voltando ao filme do Di Caprio (ah, o Di Caprio é o protagonista). Entre os conceitos principais do roteiro está que um dos poderes mais fortes que existem chama-se idéia. A partir do momento em que vc entra em contato com uma idéia e passa a alimentá-la dentro de si, há a chance de se tornar uma coisa tão poderosa que pode levá-lo à destruição (morte, loucura, infelicidade profunda....).É o que acaba acontecendo com a esposa dele (fique tranquilo, nao estraguei o filme se vc ainda nao viu...).
Ontem, vendo televisão, assisti a uma matéria sobre uma teoria cristã (na verdade, apesar de frequentar muitos locais de maioria católica, eu nunca tinha ouvido falar disto, de onde presumo ser uma idéia mais presente entre os evangélicos) chamada de Arrebatamento. Correndo o risco de estar sendo leviano e injusto, vou escrever o que eu entendi: o Arrebatamento é o momento em que as almas escolhidas por Deus seriam levadas para os céus antes da destruição do planeta Terra. Basicamente, se você é escolhido por Deus, a sua alma seria transportada para um plano superior. Os que aqui ficassem (ou seja, os preteridos) sofreriam o fim dos tempos (que duraria 07 anos) e que seria o período, após o qual, Jesus Cristo voltaria.
Bom, durante o carnaval nós havíamos conversado rapidamente sobre isto. Tinha sido a primeira vez que eu havia ouvido essa história. Por isso me interessei por assistir à reportagem de ontem. Vários estudiosos de religião deram depoimentos, pessoas com formação e educação em diversas áreas. Alguns defendendo a veracidade desta teoria.
O que faria alguém ser escolhido por Deus e alguém não? Pelo o que eu entendi, a sua crença. Se você divide a Fé cristã, você será salvo. Se não, adieu mon cheri...
Juro que nao tenho como objetivo defender ou atacar a fé de ninguém (quem me conhece sabe o quanto eu acredito no poder da fé) mas essa história toda parece não fazer muito sentido pra mim. O primeiro pensamento que me vem à mente é uma poderosa ferramenta de manipulação que algumas linhas religiosas encontraram para "manter" clientes, ops, pessoas, através do medo. Se você acredita que, caso nao creia será lançado ao fogo eterno, não sobra muita alternativa né...
O meu espanto é a quantidade de gente que eu descobri acreditar na teoria do Arrebatamento. Se fosse uma teoria esdrúxula que ninguém desse a menor bola, não teria o trabalho de ter escrito esse texto. Mas milhões e milhões estão subjugando a sua vida, a sua liberdade de pensamento e ação, tentando "salvar" outras almas em prol de uma história que, perdoem-me a sinceridade, não passa pela primeira analise racional. Ainda bem que nós não nos matamos por aqui mas, a meu ver, esse é o primeiro passo para fanatismos como os que vemos em outros países.
Para costurar o post, penso que devemos ficar muito atentos às idéias que compramos (usei o exemplo religioso pois me parece muito significativo, mas refiro-me a todas as esferas da vida). No começo, parece meio esquisito, algo inofensivo mas, de repente, um vizinho vem conversar conosco, um programa na TV fala sobre aquilo, um político aqui, um artista ali e, um dia, você se encontra ponderando se aquilo poderia nao ser tão absurdo...e aí, você pode estar escancarando as portas da sua casa para um sofrimento profundo.
Passei o carnaval em companhia de um casal de amigos bem especiais. Eles me convidaram para visita-los na fazenda de propriedade do pai da moça, que é um lugar que eu curto pra caramba. Com exceção ao fato que choveu o tempo todo, foi extremamente agradável.
Bem, voltando ao filme do Di Caprio (ah, o Di Caprio é o protagonista). Entre os conceitos principais do roteiro está que um dos poderes mais fortes que existem chama-se idéia. A partir do momento em que vc entra em contato com uma idéia e passa a alimentá-la dentro de si, há a chance de se tornar uma coisa tão poderosa que pode levá-lo à destruição (morte, loucura, infelicidade profunda....).É o que acaba acontecendo com a esposa dele (fique tranquilo, nao estraguei o filme se vc ainda nao viu...).
Ontem, vendo televisão, assisti a uma matéria sobre uma teoria cristã (na verdade, apesar de frequentar muitos locais de maioria católica, eu nunca tinha ouvido falar disto, de onde presumo ser uma idéia mais presente entre os evangélicos) chamada de Arrebatamento. Correndo o risco de estar sendo leviano e injusto, vou escrever o que eu entendi: o Arrebatamento é o momento em que as almas escolhidas por Deus seriam levadas para os céus antes da destruição do planeta Terra. Basicamente, se você é escolhido por Deus, a sua alma seria transportada para um plano superior. Os que aqui ficassem (ou seja, os preteridos) sofreriam o fim dos tempos (que duraria 07 anos) e que seria o período, após o qual, Jesus Cristo voltaria.
Bom, durante o carnaval nós havíamos conversado rapidamente sobre isto. Tinha sido a primeira vez que eu havia ouvido essa história. Por isso me interessei por assistir à reportagem de ontem. Vários estudiosos de religião deram depoimentos, pessoas com formação e educação em diversas áreas. Alguns defendendo a veracidade desta teoria.
O que faria alguém ser escolhido por Deus e alguém não? Pelo o que eu entendi, a sua crença. Se você divide a Fé cristã, você será salvo. Se não, adieu mon cheri...
Juro que nao tenho como objetivo defender ou atacar a fé de ninguém (quem me conhece sabe o quanto eu acredito no poder da fé) mas essa história toda parece não fazer muito sentido pra mim. O primeiro pensamento que me vem à mente é uma poderosa ferramenta de manipulação que algumas linhas religiosas encontraram para "manter" clientes, ops, pessoas, através do medo. Se você acredita que, caso nao creia será lançado ao fogo eterno, não sobra muita alternativa né...
O meu espanto é a quantidade de gente que eu descobri acreditar na teoria do Arrebatamento. Se fosse uma teoria esdrúxula que ninguém desse a menor bola, não teria o trabalho de ter escrito esse texto. Mas milhões e milhões estão subjugando a sua vida, a sua liberdade de pensamento e ação, tentando "salvar" outras almas em prol de uma história que, perdoem-me a sinceridade, não passa pela primeira analise racional. Ainda bem que nós não nos matamos por aqui mas, a meu ver, esse é o primeiro passo para fanatismos como os que vemos em outros países.
Para costurar o post, penso que devemos ficar muito atentos às idéias que compramos (usei o exemplo religioso pois me parece muito significativo, mas refiro-me a todas as esferas da vida). No começo, parece meio esquisito, algo inofensivo mas, de repente, um vizinho vem conversar conosco, um programa na TV fala sobre aquilo, um político aqui, um artista ali e, um dia, você se encontra ponderando se aquilo poderia nao ser tão absurdo...e aí, você pode estar escancarando as portas da sua casa para um sofrimento profundo.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Um dos livros mais significativos que eu li na vida chama-se Siddhartha, escrito pelo alemão Hermann Hesse.
O livro é pequeno e fácil de ler mas talvez seja o mais profundo que já tive contato. A ponto de eu ter certeza de nao ter maturidade para captar a essência do que foi escrito.
Vou rele-lo daqui a alguns anos, na esperança de ter uma leitura mais completa do texto.
Eu não indico a sua leitura para ninguém. Está naquele rol de obras de arte em que se encontram filmes como o Anticristo do Lars Von Trier ou músicas da Enya..a probabilidade é de que 95% das pessoas não entendam ou achem chato. Falo isso super numa boa (desprezo aquelas pessoas que se consideram "acima da massa" ao dizer que entenderam determinado filme ou gostam de determinado tipo de música...na maioria das vezes, o filme é chato pra caramba mesmo e a música é um porre...). Mas, se você tiver vontade e se esforçar para refinar seu gosto, vai descobrindo uma dimensão de prazer em manifestações artísticas que antes não alcançava. E é a isso que me refiro.
Acabei dando uma desviada do que queria dizer. Voltando.
O livro conta a história de um cara em busca de si mesmo.
Lá pelas tantas, ele vai procurar emprego. Depois de passar anos como um asceta (alguém que renuncia ao mundo material e dedica-se à meditação e aos estudos espirituais), sem encontrar a realização que buscava, ele decide retornar ao mundo e viver como todos nós. Quando lhe perguntam "o que você sabe fazer?", ele responde "eu sei esperar."
Tá aí uma competência que eu preciso, urgentemente, aprender...
O livro é pequeno e fácil de ler mas talvez seja o mais profundo que já tive contato. A ponto de eu ter certeza de nao ter maturidade para captar a essência do que foi escrito.
Vou rele-lo daqui a alguns anos, na esperança de ter uma leitura mais completa do texto.
Eu não indico a sua leitura para ninguém. Está naquele rol de obras de arte em que se encontram filmes como o Anticristo do Lars Von Trier ou músicas da Enya..a probabilidade é de que 95% das pessoas não entendam ou achem chato. Falo isso super numa boa (desprezo aquelas pessoas que se consideram "acima da massa" ao dizer que entenderam determinado filme ou gostam de determinado tipo de música...na maioria das vezes, o filme é chato pra caramba mesmo e a música é um porre...). Mas, se você tiver vontade e se esforçar para refinar seu gosto, vai descobrindo uma dimensão de prazer em manifestações artísticas que antes não alcançava. E é a isso que me refiro.
Acabei dando uma desviada do que queria dizer. Voltando.
O livro conta a história de um cara em busca de si mesmo.
Lá pelas tantas, ele vai procurar emprego. Depois de passar anos como um asceta (alguém que renuncia ao mundo material e dedica-se à meditação e aos estudos espirituais), sem encontrar a realização que buscava, ele decide retornar ao mundo e viver como todos nós. Quando lhe perguntam "o que você sabe fazer?", ele responde "eu sei esperar."
Tá aí uma competência que eu preciso, urgentemente, aprender...
sexta-feira, 4 de março de 2011
O bigode branco
Há alguns anos eu fui dono de um restaurante. Acreditem em mim quando digo que tive muitos motivos para entrar em desespero. Mas passou, tudo se resolveu e hoje carrego os aprendizados da experiência.
Bem no final do processo, estávamos consultando um advogado sobre uma possível causa judicial contra o grupo de sócios ao qual nos juntamos. A coisa tava feia, tínhamos algumas centenas de milhares de reais sob risco. Fizemos umas quatro reuniões com o Dr. Salomão e, no final, ele nos convenceu a seguir por um outro caminho. Mas o impressionante é que tudo, repito, tudo o que o cara falava que aconteceria, acontecia. "Se vc fizer isso, fulano vai responder aquilo"."Se vcs forem por este caminho, a coisa vai se desenrolar por ali". E assim por diante.
Um dia eu perguntei: "Pô doutor, caramba...mais uma vez o que o senhor previu, aconteceu..como pode...qual o segredo?"
Ele somente sorriu e passou a mão no bigode, completamente branco.
Hoje, precisei dispensar 08 funcionários, por razões que não vêm ao caso. Um deles, um senhor de aproximadamente 60 anos, ao receber a notícia de sua demissão, agradeceu a oportunidade de ter trabalhado conosco e saiu para o seu final de semana.
A minha estagiária, que tem 21 anos, anda com um bico enorme,marchando pelo escritório,o dia todo, porque chamei a sua atenção em uma besteira qualquer.
Que bom que já consigo ver pelos brancos na minha barba...
Bem no final do processo, estávamos consultando um advogado sobre uma possível causa judicial contra o grupo de sócios ao qual nos juntamos. A coisa tava feia, tínhamos algumas centenas de milhares de reais sob risco. Fizemos umas quatro reuniões com o Dr. Salomão e, no final, ele nos convenceu a seguir por um outro caminho. Mas o impressionante é que tudo, repito, tudo o que o cara falava que aconteceria, acontecia. "Se vc fizer isso, fulano vai responder aquilo"."Se vcs forem por este caminho, a coisa vai se desenrolar por ali". E assim por diante.
Um dia eu perguntei: "Pô doutor, caramba...mais uma vez o que o senhor previu, aconteceu..como pode...qual o segredo?"
Ele somente sorriu e passou a mão no bigode, completamente branco.
Hoje, precisei dispensar 08 funcionários, por razões que não vêm ao caso. Um deles, um senhor de aproximadamente 60 anos, ao receber a notícia de sua demissão, agradeceu a oportunidade de ter trabalhado conosco e saiu para o seu final de semana.
A minha estagiária, que tem 21 anos, anda com um bico enorme,marchando pelo escritório,o dia todo, porque chamei a sua atenção em uma besteira qualquer.
Que bom que já consigo ver pelos brancos na minha barba...
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
" Rezar é um processo interessante que fazemos com nossa mente. Não pense que estamos rezando para alguém separado de nós mesmos, alguém no céu, sentado no trono, envolto por nuvens. No caso do Budismo, rezar significa voltar a nossa mente em direção à perfeição, à essência, à não-limitação, ao amor e compaixão indivisíveis e estado desperto que é sabedoria –e que sempre esteve presente.
Rinpoche comparava a oração ao sol: o sol brilha, não importa o que aconteça. Se você vive no fundo de um poço, você terá pouca luz e poderá ficar bravo porque o sol brilha pouco para você. Mas isso não é culpa do sol. Ele brilha igualmente para todos. Nós é que vivemos dentro do poço. Rezar é sair de dentro do poço e ficar exposto à luz do sol, que está lá, brilhando. O que muda é que, ao rezar, você se expõe a esse brilho, você fica mais disponível para receber os raios desse sol.
A perfeição não tem preconceitos. Não é algo que você tem que ganhar, merecer ou conquistar. É algo que você tem que notar."
trecho retirado de http://www.odsalling.org.br/ensinamentos/relaxe-sua-mente
Rinpoche comparava a oração ao sol: o sol brilha, não importa o que aconteça. Se você vive no fundo de um poço, você terá pouca luz e poderá ficar bravo porque o sol brilha pouco para você. Mas isso não é culpa do sol. Ele brilha igualmente para todos. Nós é que vivemos dentro do poço. Rezar é sair de dentro do poço e ficar exposto à luz do sol, que está lá, brilhando. O que muda é que, ao rezar, você se expõe a esse brilho, você fica mais disponível para receber os raios desse sol.
A perfeição não tem preconceitos. Não é algo que você tem que ganhar, merecer ou conquistar. É algo que você tem que notar."
trecho retirado de http://www.odsalling.org.br/ensinamentos/relaxe-sua-mente
sábado, 12 de fevereiro de 2011
A beleza na imperfeição
Wabi Sabi é uma expressão japonesa usada para definir a harmonia visual que existe na imperfeição. Olhar e tentar observar tudo com simplicidade, naturalidade e atenção à realidade que está a nossa volta.
Em uma linda noite, um dos maiores mestres da cerimônia do chá no Japão, Takeno Joo, recebeu em seu mosteiro um jovem chamado Sen no Rikyu, que bateu à sua porta querendo aprender os complicados rituais da cerimônia.
Takeno abrigou o rapaz e pediu que, no dia seguinte pela manhã bem cedo, antes das orações, ele varresse o jardim externo do mosteiro, que era todo circundado de Momijis e cerejeiras em flor.
Pela manhã Rikyu começou feliz seu trabalho e, ao final de algumas horas, o jardim estava completamente limpo e sem folhas. Olhou mais uma vez e, antes de chamar o seu mestre, checou cada centímetro de areia e pedras para ver se estavam completamente limpas.
Sen Rikyu se dirigiu para uma árvore central do jardim, sacudiu um de seus galhos e algumas flores caíram na areia e nas pedras do jardim. Ele retornou e falou para seu mestre que, agora sim, estava tudo em harmonia.
O mestre Takeono sorriu e, daquele dia em diante, Sen Rikyu se tornou um dos seus melhores alunos do mosteiro e se tornaria, com o tempo, um dos maiores e mais revolucionários mestres da cerimônia do chá no Japão.
A cultura Zen e Taoísta mostra que a ação do homem tem que ser leve e harmoniosa quando lida com a natureza e com o que está à sua volta. Não devemos interferir de maneira que se perca a essência da vida: nascimento, amadurecimento e morte são um ciclo e devem ser respeitados. Devemos enxergar e admirar aquilo que o tempo desgasta e toca com suas mãos.
Ter uma visão Wabi Sabi é ter um olhar melancólico, sabendo que a vida é feita de várias etapas passageiras, e o pensamento Budista retrata bem esse sentimento.
“Todas as coisas são impermanentes. Todas as coisas são imperfeitas. Todas as coisas são incompletas”.
Extraído de pensandozen.blogspot.com
Em uma linda noite, um dos maiores mestres da cerimônia do chá no Japão, Takeno Joo, recebeu em seu mosteiro um jovem chamado Sen no Rikyu, que bateu à sua porta querendo aprender os complicados rituais da cerimônia.
Takeno abrigou o rapaz e pediu que, no dia seguinte pela manhã bem cedo, antes das orações, ele varresse o jardim externo do mosteiro, que era todo circundado de Momijis e cerejeiras em flor.
Pela manhã Rikyu começou feliz seu trabalho e, ao final de algumas horas, o jardim estava completamente limpo e sem folhas. Olhou mais uma vez e, antes de chamar o seu mestre, checou cada centímetro de areia e pedras para ver se estavam completamente limpas.
Sen Rikyu se dirigiu para uma árvore central do jardim, sacudiu um de seus galhos e algumas flores caíram na areia e nas pedras do jardim. Ele retornou e falou para seu mestre que, agora sim, estava tudo em harmonia.
O mestre Takeono sorriu e, daquele dia em diante, Sen Rikyu se tornou um dos seus melhores alunos do mosteiro e se tornaria, com o tempo, um dos maiores e mais revolucionários mestres da cerimônia do chá no Japão.
A cultura Zen e Taoísta mostra que a ação do homem tem que ser leve e harmoniosa quando lida com a natureza e com o que está à sua volta. Não devemos interferir de maneira que se perca a essência da vida: nascimento, amadurecimento e morte são um ciclo e devem ser respeitados. Devemos enxergar e admirar aquilo que o tempo desgasta e toca com suas mãos.
Ter uma visão Wabi Sabi é ter um olhar melancólico, sabendo que a vida é feita de várias etapas passageiras, e o pensamento Budista retrata bem esse sentimento.
“Todas as coisas são impermanentes. Todas as coisas são imperfeitas. Todas as coisas são incompletas”.
Extraído de pensandozen.blogspot.com
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
A escolha é de cada um
"Dias difíceis me fizeram o que eu sou"
Flavia Wenceslau - Rumo das Flores
Esses dias tive uma conversa muito franca com uma pessoa amada. Essa pessoa está navegando por águas desconhecidas e, como qualquer ser humano sensato e equilibrado, está receosa com a escolha que fez. Eu lhe disse que não tinha dúvida do sucesso que ela alcançaria porém, na minha visão, ela só alcançaria este sucesso se passasse pelo o que ela tem que passar.
Aqui no Ocidente não existe uma figura que é bastante comum nas culturas orientais, a do mestre espiritual. Até há padres, pastores e afins mas, pelo pouco que conheci, não enxerguei nessas figuras um verdadeiro mestre. O papel de um mestre é apenas apontar um caminho que aquele determinado indivíduo pode percorrer. Só isso. Quem deve trilhar o caminho é a própria pessoa. A escolha entre percorrer ou não cabe apenas à própria pessoa.
Para nós ocidentais, talvez os papéis que mais se aproximem disto sejam os dos pais. Infelizmente, a maioria dos pais não está pronta para exercer a função de real orientador, a de trabalhar para que os seus filhos sigam caminhando pelas próprias pernas, encontrem a expressão da sua integralidade e enfrentem os desafios inerentes ao crescimento com serenidade, paciencia e amor. A necessidade de proteger, de transferir sonhos e projetos pessoais para os filhos, de realizar ações que deveriam ser realizadas pelos filhos, de evitar o confronto em prol de um pseudoamor fazem um trabalho inverso no processo de aprendizado destes indíviduos. Talvez essa possa ser uma das explicações pelas quais alguns pais precisam criar os filhos pelo resto das suas vidas.
Alguns dão a sorte de encontrar grandes guias pelo caminho. Um amigo verdadeiro e leal, um chefe íntegro, um conjuge, um mestre na sua religião...infelizmente, para a maioria de nós, resta ir juntando os pedaços de informação que vamos colhendo ao longo da vida.
Eu, confesso, cada vez mais venho descartando opiniões muito veementes, muito cheias de certeza. Tenho pensado que estas opiniões valem, na melhor das hipóteses, para aquele que a profere (isso quando o discurso não difere da prática, o que ocorre com 95% de nós...)
Não existem atalhos. Pelo o que venho observando da vida, cada um é responsável por construir sua própria caminhada. Como uma vez ouvi de uma outra pessoa muito amada, o caminho pode ser solidário mas é a coisa mais solitária que existe.
Termino parafraseando alguém de quem, às vezes, consigo compreender algum ensinamento: "quanto mais você empurra uma pessoa em direção a uma porta, mais ela se afasta desta porta"
ps: o primeiro parágrafo foi apenas para dividir uma experiência pessoal que achei pertinente ao conteúdo do texto. Não tenho a menor pretensão de me considerar mestre ou guia de nada. Se tivesse, já seria o maior indicativo de quão longe estaria desta condição.
Flavia Wenceslau - Rumo das Flores
Esses dias tive uma conversa muito franca com uma pessoa amada. Essa pessoa está navegando por águas desconhecidas e, como qualquer ser humano sensato e equilibrado, está receosa com a escolha que fez. Eu lhe disse que não tinha dúvida do sucesso que ela alcançaria porém, na minha visão, ela só alcançaria este sucesso se passasse pelo o que ela tem que passar.
Aqui no Ocidente não existe uma figura que é bastante comum nas culturas orientais, a do mestre espiritual. Até há padres, pastores e afins mas, pelo pouco que conheci, não enxerguei nessas figuras um verdadeiro mestre. O papel de um mestre é apenas apontar um caminho que aquele determinado indivíduo pode percorrer. Só isso. Quem deve trilhar o caminho é a própria pessoa. A escolha entre percorrer ou não cabe apenas à própria pessoa.
Para nós ocidentais, talvez os papéis que mais se aproximem disto sejam os dos pais. Infelizmente, a maioria dos pais não está pronta para exercer a função de real orientador, a de trabalhar para que os seus filhos sigam caminhando pelas próprias pernas, encontrem a expressão da sua integralidade e enfrentem os desafios inerentes ao crescimento com serenidade, paciencia e amor. A necessidade de proteger, de transferir sonhos e projetos pessoais para os filhos, de realizar ações que deveriam ser realizadas pelos filhos, de evitar o confronto em prol de um pseudoamor fazem um trabalho inverso no processo de aprendizado destes indíviduos. Talvez essa possa ser uma das explicações pelas quais alguns pais precisam criar os filhos pelo resto das suas vidas.
Alguns dão a sorte de encontrar grandes guias pelo caminho. Um amigo verdadeiro e leal, um chefe íntegro, um conjuge, um mestre na sua religião...infelizmente, para a maioria de nós, resta ir juntando os pedaços de informação que vamos colhendo ao longo da vida.
Eu, confesso, cada vez mais venho descartando opiniões muito veementes, muito cheias de certeza. Tenho pensado que estas opiniões valem, na melhor das hipóteses, para aquele que a profere (isso quando o discurso não difere da prática, o que ocorre com 95% de nós...)
Não existem atalhos. Pelo o que venho observando da vida, cada um é responsável por construir sua própria caminhada. Como uma vez ouvi de uma outra pessoa muito amada, o caminho pode ser solidário mas é a coisa mais solitária que existe.
Termino parafraseando alguém de quem, às vezes, consigo compreender algum ensinamento: "quanto mais você empurra uma pessoa em direção a uma porta, mais ela se afasta desta porta"
ps: o primeiro parágrafo foi apenas para dividir uma experiência pessoal que achei pertinente ao conteúdo do texto. Não tenho a menor pretensão de me considerar mestre ou guia de nada. Se tivesse, já seria o maior indicativo de quão longe estaria desta condição.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
a cena a seguir foi presenciada por este que vos escreve, hoje, bem cedo, ao sair para o trabalho...
na saída do meu prédio tem um banco..neste banco, estavam sentados uma mãe com dois filhos...um menino e uma menina..ambos não passavam dos seis anos de idade...
o moleque estava sentado no colo da mãe..chorando e berrando copiosamente...eu só consegui ouvir a seguinte frase "manhêêêê, a fulana não para de falar!!! eu quero falar também!!!!"
pois é, meu caro, é muito triste o momento em que compreendemos a crueza da realidade...
na saída do meu prédio tem um banco..neste banco, estavam sentados uma mãe com dois filhos...um menino e uma menina..ambos não passavam dos seis anos de idade...
o moleque estava sentado no colo da mãe..chorando e berrando copiosamente...eu só consegui ouvir a seguinte frase "manhêêêê, a fulana não para de falar!!! eu quero falar também!!!!"
pois é, meu caro, é muito triste o momento em que compreendemos a crueza da realidade...
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
acho que tô virando hominho..
Já decidi como meus filhos vão chamar...
...se for menina, vai chamar Maria Clara...se eu tiver uma segunda menina, vai chamar Laura...
..se for moleque, vai chamar Sebastião (acho esse nome fantástico)..se eu tiver um segundo menino, vai chamar Sebastião II....
...agora só falta arrumar uma gata que concorde com essa história...e um pouco de grana também...
...se for menina, vai chamar Maria Clara...se eu tiver uma segunda menina, vai chamar Laura...
..se for moleque, vai chamar Sebastião (acho esse nome fantástico)..se eu tiver um segundo menino, vai chamar Sebastião II....
...agora só falta arrumar uma gata que concorde com essa história...e um pouco de grana também...
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Sucesso
Eu curto ler. Pra caramba.Principalmente naquele momento que iguala a Gisele Binxen ao mendigo mais mosquento.
Estava em um desses momentos aqui no escritório quando vi uma edição da revista Super Interessante cuja capa estampava Sucesso e Fracasso: A Ciência Decifra os Fatores que Levam ao Sucesso. Li a tal matéria. Eles buscam informações em alguns livros e em estudos sobre o tema. Achei bacana e fiquei com vontade de fazer um resumo aqui no brógui.
Vou fazer um grande esforço para trazer a visão da matéria e deixar a minha própria opinião de lado, por duas razões: eu não estou em uma posição que possa ser considerada um sucesso o que, pelo menos por enquanto, faz da minha visão sobre este assunto um tanto quanto "suspeitável"; e eu ainda não tive tempo de refletir sobre a matéria, saber exatamente com o que eu concordo e com o que discordo. Então acho melhor nos atermos às pesquisas trazidas pela revista. Isto, porém, não me eximirá de fazer pequenos comentários ao longo do texto.Vamos lá.
Basicamente, a revista elenca quatro fatores como essenciais na equação do sucesso. Após expo-los, ela "cria" uma fórmula, ao melhor estilo "aula de Física do cursinho", que engloba os valores citados anteriormente.
O primeiro destes quatro fatores é a persistência. Há um livro citado na matéria que, coincidentemente, é um livro que um dos meus colegas de trabalho cita exaustivamente. O título é Fora de Série - Outliers (Malcolm Gladwell - Ed. Sextante). Sucintamente, o autor estudou histórias de pessoas que foram (ou são) verdadeiras sumidades nas suas carreiras, desde jogadores de pôquer, passando por esportistas e empresários, e reuniu o que seriam, na visão dele, elementos comuns a essses caras. E o primeiro é a "teoria das 10 mil horas". Essa teoria diz que nenhum deles conseguiu algum reconhecimento antes de se dedicar por 10 mil horas à atividade escolhida. Isto significa que uma dedicação diária de 8 horas só trará algum resultado após 3,5 anos de esforço (contando sábados e domingos). Se alguém só se dispuser a praticar por 3 horas diárias, levará 10 anos para obter os primeiros resultados mais significativos. Até aí, nenhuma novidade. A novidade está no fato da Ciência ter descoberto que a prática (a revista friza não tratar-se de uma prática leve e agradável mas sim de um treinamento sério e concentrado), ao longo do tempo, vai alterando as estruturas cerebrais, de forma a tornar-nos mais aptos e talentosos naquela determinada atividade. Quem quiser entrar em mais detalhes fisiológicos, sugiro ler a matéria completa (edição de julho de 2010).
O segundo é o fracasso. Segundo a matéria, fracassar é muito importante. Não somente porque o fracasso vai nos mostrando quais são os caminhos da excelencia mas também há alterações nas estruturas cerebrais à medida que vamos "caindo e levantando". A chave, porém, está na capacidade de levantar após os tombos. Aqueles que tem maior capacidade de lidar com as próprias quedas, tendem a alcançar o sucesso.
O terceiro fator é a sorte. Infelizmente, ela age sim. Não vou me estender aqui pois não há muito o que falar.
O último fator apontado pela revista é a motivação. E a palavra "motivação" é autoexplicativa. O que te motiva a realizar determinada atividade? Aqueles que encontram razões mais fortes para si mesmos também tem a estrada para o sucesso mais livre.
A revista termina a matéria pegando o que foi escrito acima e criando uma formulinha:
Autocontrole + Treino + Motivação + Sorte = Sucesso
É necessário estudar como anda cada variável na equação acima para entender porque não alcançamos os objetivos que queremos.
Ao escrever este post, eu fui refletindo sobre o conteúdo e acho que concordo com quase tudo. Eu apenas incluiria mais dois fatores que podem ajudar, e muito, a lidar com os outros quatro, principalmente com o que temos menos ascendência: a sorte.
A capacidade de se relacionar com os outros. E a flexibilidade, de conceitos e opiniões.
Por fim, um dos entrevistados (Timothy Judge, estudioso da Universidade da Florida), após analisar 03 estudos longitudinais de personalidade que acompanharam mais de 500 pessoas, relatou algumas de suas conclusões. Diz ele que pessoas autoconscientes, racionais e que pensam antes de agir costumam ganhar mais. Já quem é extrovertido e emocionalmente estável é mais feliz. Ele conclui que o fator mais importante para alguém alcançar o sucesso é sentir-se realizado com o que faz.
Estava em um desses momentos aqui no escritório quando vi uma edição da revista Super Interessante cuja capa estampava Sucesso e Fracasso: A Ciência Decifra os Fatores que Levam ao Sucesso. Li a tal matéria. Eles buscam informações em alguns livros e em estudos sobre o tema. Achei bacana e fiquei com vontade de fazer um resumo aqui no brógui.
Vou fazer um grande esforço para trazer a visão da matéria e deixar a minha própria opinião de lado, por duas razões: eu não estou em uma posição que possa ser considerada um sucesso o que, pelo menos por enquanto, faz da minha visão sobre este assunto um tanto quanto "suspeitável"; e eu ainda não tive tempo de refletir sobre a matéria, saber exatamente com o que eu concordo e com o que discordo. Então acho melhor nos atermos às pesquisas trazidas pela revista. Isto, porém, não me eximirá de fazer pequenos comentários ao longo do texto.Vamos lá.
Basicamente, a revista elenca quatro fatores como essenciais na equação do sucesso. Após expo-los, ela "cria" uma fórmula, ao melhor estilo "aula de Física do cursinho", que engloba os valores citados anteriormente.
O primeiro destes quatro fatores é a persistência. Há um livro citado na matéria que, coincidentemente, é um livro que um dos meus colegas de trabalho cita exaustivamente. O título é Fora de Série - Outliers (Malcolm Gladwell - Ed. Sextante). Sucintamente, o autor estudou histórias de pessoas que foram (ou são) verdadeiras sumidades nas suas carreiras, desde jogadores de pôquer, passando por esportistas e empresários, e reuniu o que seriam, na visão dele, elementos comuns a essses caras. E o primeiro é a "teoria das 10 mil horas". Essa teoria diz que nenhum deles conseguiu algum reconhecimento antes de se dedicar por 10 mil horas à atividade escolhida. Isto significa que uma dedicação diária de 8 horas só trará algum resultado após 3,5 anos de esforço (contando sábados e domingos). Se alguém só se dispuser a praticar por 3 horas diárias, levará 10 anos para obter os primeiros resultados mais significativos. Até aí, nenhuma novidade. A novidade está no fato da Ciência ter descoberto que a prática (a revista friza não tratar-se de uma prática leve e agradável mas sim de um treinamento sério e concentrado), ao longo do tempo, vai alterando as estruturas cerebrais, de forma a tornar-nos mais aptos e talentosos naquela determinada atividade. Quem quiser entrar em mais detalhes fisiológicos, sugiro ler a matéria completa (edição de julho de 2010).
O segundo é o fracasso. Segundo a matéria, fracassar é muito importante. Não somente porque o fracasso vai nos mostrando quais são os caminhos da excelencia mas também há alterações nas estruturas cerebrais à medida que vamos "caindo e levantando". A chave, porém, está na capacidade de levantar após os tombos. Aqueles que tem maior capacidade de lidar com as próprias quedas, tendem a alcançar o sucesso.
O terceiro fator é a sorte. Infelizmente, ela age sim. Não vou me estender aqui pois não há muito o que falar.
O último fator apontado pela revista é a motivação. E a palavra "motivação" é autoexplicativa. O que te motiva a realizar determinada atividade? Aqueles que encontram razões mais fortes para si mesmos também tem a estrada para o sucesso mais livre.
A revista termina a matéria pegando o que foi escrito acima e criando uma formulinha:
Autocontrole + Treino + Motivação + Sorte = Sucesso
É necessário estudar como anda cada variável na equação acima para entender porque não alcançamos os objetivos que queremos.
Ao escrever este post, eu fui refletindo sobre o conteúdo e acho que concordo com quase tudo. Eu apenas incluiria mais dois fatores que podem ajudar, e muito, a lidar com os outros quatro, principalmente com o que temos menos ascendência: a sorte.
A capacidade de se relacionar com os outros. E a flexibilidade, de conceitos e opiniões.
Por fim, um dos entrevistados (Timothy Judge, estudioso da Universidade da Florida), após analisar 03 estudos longitudinais de personalidade que acompanharam mais de 500 pessoas, relatou algumas de suas conclusões. Diz ele que pessoas autoconscientes, racionais e que pensam antes de agir costumam ganhar mais. Já quem é extrovertido e emocionalmente estável é mais feliz. Ele conclui que o fator mais importante para alguém alcançar o sucesso é sentir-se realizado com o que faz.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Da série Grandes Gênios da Contemporaneidade
Episódio de hoje: Lars Von Trier
Há dois funcionários da empresa em que eu trabalho que estão dando um pouco de dor de cabeça. Resumidamente: um deles é muito bom tecnicamente mas é mau caráter. O segundo tem um excelente caráter mas é incompetente e improdutivo.
Durante o ano passado, eu conversei com o primeiro. Pelo menos duas vezes. Expliquei que ele tinha um belo futuro (ele deve ter algo com 24 anos) desde que tivesse uma postura mais honesta e um pouco de paciência (infelizmente, honestidade, no meio em que eu trabalho, não é um valor assumido como inquestionável). Não adiantou, ele melhorava por algumas semanas e depois os padrões se repetiam.
No caso do segundo, ele me pediu aumento de salário, alegando que outros profissionais tinham recebido. Eu expliquei para ele as razões dos aumentos dos seus pares e disse o que ele precisaria fazer para também receber. Ele absolutamente "ficou de mal" de mim (ele tem 50 e poucos anos). Começou a fazer corpo mole e a trabalhar mais lentamente ainda (incrivel pois achei que isto fosse impossivel..). Umas quatro semanas após esta conversa, este funcionário pediu para conversar com um outro diretor da empresa (desta vez, o Financeiro). Ele foi atendido e os argumentos foram os mesmos, de ambos os lados. O comportamento pós-conversa também foi o mesmo.
Resolvemos desligar os dois.
Hoje, a minha estagiária, que está se mostrando uma pessoa extremamente inteligente, disse que conversou longamente esta manhã (ainda bem que eu não estava no escritório...) com os dois funcionários em questão. Ela tentava argumentar comigo que a empresa estava agindo de forma incorreta. Que deveríamos ouvir mais as razões destes dois funcionários e, quem sabe, assim, conseguiríamos mantê-los no quadro e, ainda por cima, motivados.
Eu a ouvi pacientemente. E expliquei todos os meus argumentos. Disse que já havíamos conversado com eles. Que já houve casos iguaizinhos com outros funcionários e que nós já sabíamos qual seria o desenrolar. Que o custo de oportunidade da hora de um diretor é muito alto para ficar ouvindo funcionário incompetente se lamuriar. Que, às vezes, o papel do capitão do navio é ingrato mesmo, que é necessário jogar o marinheiro com escorbuto no mar para proteger todos os outros a bordo. Etc, etc e etc.
Além dela discordar de todos, ainda está me achando um crápula, insensível e representante do Capitalismo selvagem que não se comove com o bem estar dos seres humanos.
Depois disso tudo, fiquei pensando...se, ao invés de eu ter gasto 40 minutos explicando e argumentando com ela, eu tivesse apenas dito "Assista Manderlay e depois conversamos", eu teria sido muito mais eficiente...
Há dois funcionários da empresa em que eu trabalho que estão dando um pouco de dor de cabeça. Resumidamente: um deles é muito bom tecnicamente mas é mau caráter. O segundo tem um excelente caráter mas é incompetente e improdutivo.
Durante o ano passado, eu conversei com o primeiro. Pelo menos duas vezes. Expliquei que ele tinha um belo futuro (ele deve ter algo com 24 anos) desde que tivesse uma postura mais honesta e um pouco de paciência (infelizmente, honestidade, no meio em que eu trabalho, não é um valor assumido como inquestionável). Não adiantou, ele melhorava por algumas semanas e depois os padrões se repetiam.
No caso do segundo, ele me pediu aumento de salário, alegando que outros profissionais tinham recebido. Eu expliquei para ele as razões dos aumentos dos seus pares e disse o que ele precisaria fazer para também receber. Ele absolutamente "ficou de mal" de mim (ele tem 50 e poucos anos). Começou a fazer corpo mole e a trabalhar mais lentamente ainda (incrivel pois achei que isto fosse impossivel..). Umas quatro semanas após esta conversa, este funcionário pediu para conversar com um outro diretor da empresa (desta vez, o Financeiro). Ele foi atendido e os argumentos foram os mesmos, de ambos os lados. O comportamento pós-conversa também foi o mesmo.
Resolvemos desligar os dois.
Hoje, a minha estagiária, que está se mostrando uma pessoa extremamente inteligente, disse que conversou longamente esta manhã (ainda bem que eu não estava no escritório...) com os dois funcionários em questão. Ela tentava argumentar comigo que a empresa estava agindo de forma incorreta. Que deveríamos ouvir mais as razões destes dois funcionários e, quem sabe, assim, conseguiríamos mantê-los no quadro e, ainda por cima, motivados.
Eu a ouvi pacientemente. E expliquei todos os meus argumentos. Disse que já havíamos conversado com eles. Que já houve casos iguaizinhos com outros funcionários e que nós já sabíamos qual seria o desenrolar. Que o custo de oportunidade da hora de um diretor é muito alto para ficar ouvindo funcionário incompetente se lamuriar. Que, às vezes, o papel do capitão do navio é ingrato mesmo, que é necessário jogar o marinheiro com escorbuto no mar para proteger todos os outros a bordo. Etc, etc e etc.
Além dela discordar de todos, ainda está me achando um crápula, insensível e representante do Capitalismo selvagem que não se comove com o bem estar dos seres humanos.
Depois disso tudo, fiquei pensando...se, ao invés de eu ter gasto 40 minutos explicando e argumentando com ela, eu tivesse apenas dito "Assista Manderlay e depois conversamos", eu teria sido muito mais eficiente...
sábado, 15 de janeiro de 2011
Os 10 caras mais da hora segundo o Homem Oco
Bem, esse post vai me dar alguma dor de cabeça..mas dane-se..já vinha pensando nele há um tempo e hoje deu vontade de fazer..
Uma dos aspectos legais de envelhecer é que vamos dando menos importância a determinadas coisas (em contrapartida, outras ganham dimensões imensas...) e uma delas é negar que você acha pessoas do seu sexo bonitas..ou interessantes..ou charmosas...acho que isso vale mais para nós, seres portadores de falos, já que sempre ouvi mulheres falando de mulheres com muita naturalidade...
Enfim, como já não sou mais um adolescente bobo (bem, não tenho tanta certeza quanto ao bobo..) e sou totalmente seguro quanto à minha sexualidade, resolvi colocar aqui uma lista de caras que acho boa pinta...
Como diz o título, a idéia era colocar os "10 caras mais da hora segundo o Homem Oco" mas fiquei de saco cheio de procurar fotos dos cuecas em questão entao reduzi minha listagem para apenas sete...aí vai...
7) James Hetfield
6) Harrison Ford
O ator americano tem pinta, tenho que admitir. Apesar de ter posto um brinco ridículo ultimamente (depois dos 18, os homens deveriam banir os brincos e os bonés do seu vestuário), o tiozinho continua bonitão.
Em filmes como Blade Runner, o cara apavora. Sexto da lista.
5) Eu
Modéstia às favas, me acho estaile. É claro que há vários dias que olho no espelho e penso "vixe, que zoado" e também há momentos em que passo dias sem estar nem aí para minha aparência (quando os pelos do nariz começam a enrolar nos do peito, percebo que está na hora de voltar a me cuidar...), mas em geral sou bem feliz com a lataria que papai do céu me concedeu.
Putz, ao fazer esse post percebi que não tenho nenhuma foto minha no computador que tenha menos de 03 anos...aí achei que não seria honesto colocar uma tão antiga..como tirar uma foto apenas para por aqui seria um narcisismo extremo, ficamos sem foto.
Quinto lugar para este que vos escreve.
4) Eddie Wedder
Nem acho o cara tão bonito assim mas ser vocalista e compositor de uma das maiores bandas da História o eleva à quarta posição desta lista. Trabalhos como o disco Ten e a trilha sonora de Into The Wild são absolutamente espetaculares.Além de singles como Better Man, Wishlist, Love Boat Captain, Off He Goes, Nothingman, Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town, Amongst the Waves, Crazy Mary, State of Love and Trust etc etc etc...
Quarto lugar pra ti, rapá!
3) Paul Newman
Porra, vai se f...! Vai ser bonito assim na casa do c...! Logicamente, não hoje em dia..as minhocas já devem ter devorado a carne do célebre ator americano mas enquanto esteve conosco, dividindo o oxigênio terrestre, Paul Newman deve ter feito as mulheres que o conheceram perderem a cabeça...
Enfim, beleza pela beleza, acho ele o mais ferrado da lista! Terceiro lugar pro protagonista de Butch Cassidy!
2) Zinedine Zidane
Tenho que reconhecer que o francês-argelino-jogo-pra-caramba também é bonito bragarai...e ainda prova que rola ser charmoso sendo pouca-telha...
E confesso que adorei a cabeçada no filho da p"#%¨* do Materazzi....ter terminado a carreira sendo expulso em uma final de Copa do Mundo mas não deixando barato os xingamentos nazistas do zagueiro italiano me fizeram ficar mais fã dele!
Como atitude = beleza pra mim, segundo lugar para Zizou...
1) Bill Clinton
Caramba, o cara é a encarnação do charme! Além de ser boa pinta, foi presidente dos EUA..duas vezes! Quando penso em alguém inteligente, a imagem que me vem é a do Bill Clinton. E inteligência está muito ligada a charme, na minha opinião.
Tudo bem, quase pôs tudo a perder ganhando um "bola gato" da fofucha da Monica Lewinsky, mas atire a primeira pedra quem não quase se estrepou por causa de um rabo de saia...e, afinal, gosto é gosto...
É isso aí parceiro, se eu tivesse que escolher outra fuça, seria a tua!
Pô, mas não tem nenhum brazuca na lista? Bem, tem eu. Mas fora isso, não tem não. Primeiro porque brasileiro envelhece muito mal. Brasileiro fica tudo pançudo, com cara de acabado, ombrinho molenga de quem não faz esporte e com uns papos chatos pra caramba...brasileiro só é bonito até os 30 anos de idade...então até teria uns bonitões, tipo Cauã Reymond, Gianecchini, Henri Castelli...mas acho esses caras todos umas frangas...homem bonito pra mim é homem com H maiúsculo..por isso, fico com a gringaiada...
Prometo que o próximo post será constituído apenas de fotos da Juju Panicat...de costas...
Uma dos aspectos legais de envelhecer é que vamos dando menos importância a determinadas coisas (em contrapartida, outras ganham dimensões imensas...) e uma delas é negar que você acha pessoas do seu sexo bonitas..ou interessantes..ou charmosas...acho que isso vale mais para nós, seres portadores de falos, já que sempre ouvi mulheres falando de mulheres com muita naturalidade...
Enfim, como já não sou mais um adolescente bobo (bem, não tenho tanta certeza quanto ao bobo..) e sou totalmente seguro quanto à minha sexualidade, resolvi colocar aqui uma lista de caras que acho boa pinta...
Como diz o título, a idéia era colocar os "10 caras mais da hora segundo o Homem Oco" mas fiquei de saco cheio de procurar fotos dos cuecas em questão entao reduzi minha listagem para apenas sete...aí vai...
7) James Hetfield
Essa foto é de 2009, o que significa que o vocalista do Metallica tinha quase 50 anos quando foi tirada. Porra, 50 anos e o cara continua mandando bem.
Tá bom, cabelinho comportado agora (e o topetinho não ajuda muito...) e cavanha branco, mas as tatoos e a atitude do maluco fazem um bom trabalho. Sétimo da lista.
O ator americano tem pinta, tenho que admitir. Apesar de ter posto um brinco ridículo ultimamente (depois dos 18, os homens deveriam banir os brincos e os bonés do seu vestuário), o tiozinho continua bonitão.
Em filmes como Blade Runner, o cara apavora. Sexto da lista.
5) Eu
Modéstia às favas, me acho estaile. É claro que há vários dias que olho no espelho e penso "vixe, que zoado" e também há momentos em que passo dias sem estar nem aí para minha aparência (quando os pelos do nariz começam a enrolar nos do peito, percebo que está na hora de voltar a me cuidar...), mas em geral sou bem feliz com a lataria que papai do céu me concedeu.
Putz, ao fazer esse post percebi que não tenho nenhuma foto minha no computador que tenha menos de 03 anos...aí achei que não seria honesto colocar uma tão antiga..como tirar uma foto apenas para por aqui seria um narcisismo extremo, ficamos sem foto.
Quinto lugar para este que vos escreve.
4) Eddie Wedder
Nem acho o cara tão bonito assim mas ser vocalista e compositor de uma das maiores bandas da História o eleva à quarta posição desta lista. Trabalhos como o disco Ten e a trilha sonora de Into The Wild são absolutamente espetaculares.Além de singles como Better Man, Wishlist, Love Boat Captain, Off He Goes, Nothingman, Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town, Amongst the Waves, Crazy Mary, State of Love and Trust etc etc etc...
Quarto lugar pra ti, rapá!
3) Paul Newman
Porra, vai se f...! Vai ser bonito assim na casa do c...! Logicamente, não hoje em dia..as minhocas já devem ter devorado a carne do célebre ator americano mas enquanto esteve conosco, dividindo o oxigênio terrestre, Paul Newman deve ter feito as mulheres que o conheceram perderem a cabeça...
Enfim, beleza pela beleza, acho ele o mais ferrado da lista! Terceiro lugar pro protagonista de Butch Cassidy!
2) Zinedine Zidane
Tenho que reconhecer que o francês-argelino-jogo-pra-caramba também é bonito bragarai...e ainda prova que rola ser charmoso sendo pouca-telha...
E confesso que adorei a cabeçada no filho da p"#%¨* do Materazzi....ter terminado a carreira sendo expulso em uma final de Copa do Mundo mas não deixando barato os xingamentos nazistas do zagueiro italiano me fizeram ficar mais fã dele!
Como atitude = beleza pra mim, segundo lugar para Zizou...
1) Bill Clinton
Caramba, o cara é a encarnação do charme! Além de ser boa pinta, foi presidente dos EUA..duas vezes! Quando penso em alguém inteligente, a imagem que me vem é a do Bill Clinton. E inteligência está muito ligada a charme, na minha opinião.
Tudo bem, quase pôs tudo a perder ganhando um "bola gato" da fofucha da Monica Lewinsky, mas atire a primeira pedra quem não quase se estrepou por causa de um rabo de saia...e, afinal, gosto é gosto...
É isso aí parceiro, se eu tivesse que escolher outra fuça, seria a tua!
Pô, mas não tem nenhum brazuca na lista? Bem, tem eu. Mas fora isso, não tem não. Primeiro porque brasileiro envelhece muito mal. Brasileiro fica tudo pançudo, com cara de acabado, ombrinho molenga de quem não faz esporte e com uns papos chatos pra caramba...brasileiro só é bonito até os 30 anos de idade...então até teria uns bonitões, tipo Cauã Reymond, Gianecchini, Henri Castelli...mas acho esses caras todos umas frangas...homem bonito pra mim é homem com H maiúsculo..por isso, fico com a gringaiada...
Prometo que o próximo post será constituído apenas de fotos da Juju Panicat...de costas...
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