Eu curto ler. Pra caramba.Principalmente naquele momento que iguala a Gisele Binxen ao mendigo mais mosquento.
Estava em um desses momentos aqui no escritório quando vi uma edição da revista Super Interessante cuja capa estampava Sucesso e Fracasso: A Ciência Decifra os Fatores que Levam ao Sucesso. Li a tal matéria. Eles buscam informações em alguns livros e em estudos sobre o tema. Achei bacana e fiquei com vontade de fazer um resumo aqui no brógui.
Vou fazer um grande esforço para trazer a visão da matéria e deixar a minha própria opinião de lado, por duas razões: eu não estou em uma posição que possa ser considerada um sucesso o que, pelo menos por enquanto, faz da minha visão sobre este assunto um tanto quanto "suspeitável"; e eu ainda não tive tempo de refletir sobre a matéria, saber exatamente com o que eu concordo e com o que discordo. Então acho melhor nos atermos às pesquisas trazidas pela revista. Isto, porém, não me eximirá de fazer pequenos comentários ao longo do texto.Vamos lá.
Basicamente, a revista elenca quatro fatores como essenciais na equação do sucesso. Após expo-los, ela "cria" uma fórmula, ao melhor estilo "aula de Física do cursinho", que engloba os valores citados anteriormente.
O primeiro destes quatro fatores é a persistência. Há um livro citado na matéria que, coincidentemente, é um livro que um dos meus colegas de trabalho cita exaustivamente. O título é Fora de Série - Outliers (Malcolm Gladwell - Ed. Sextante). Sucintamente, o autor estudou histórias de pessoas que foram (ou são) verdadeiras sumidades nas suas carreiras, desde jogadores de pôquer, passando por esportistas e empresários, e reuniu o que seriam, na visão dele, elementos comuns a essses caras. E o primeiro é a "teoria das 10 mil horas". Essa teoria diz que nenhum deles conseguiu algum reconhecimento antes de se dedicar por 10 mil horas à atividade escolhida. Isto significa que uma dedicação diária de 8 horas só trará algum resultado após 3,5 anos de esforço (contando sábados e domingos). Se alguém só se dispuser a praticar por 3 horas diárias, levará 10 anos para obter os primeiros resultados mais significativos. Até aí, nenhuma novidade. A novidade está no fato da Ciência ter descoberto que a prática (a revista friza não tratar-se de uma prática leve e agradável mas sim de um treinamento sério e concentrado), ao longo do tempo, vai alterando as estruturas cerebrais, de forma a tornar-nos mais aptos e talentosos naquela determinada atividade. Quem quiser entrar em mais detalhes fisiológicos, sugiro ler a matéria completa (edição de julho de 2010).
O segundo é o fracasso. Segundo a matéria, fracassar é muito importante. Não somente porque o fracasso vai nos mostrando quais são os caminhos da excelencia mas também há alterações nas estruturas cerebrais à medida que vamos "caindo e levantando". A chave, porém, está na capacidade de levantar após os tombos. Aqueles que tem maior capacidade de lidar com as próprias quedas, tendem a alcançar o sucesso.
O terceiro fator é a sorte. Infelizmente, ela age sim. Não vou me estender aqui pois não há muito o que falar.
O último fator apontado pela revista é a motivação. E a palavra "motivação" é autoexplicativa. O que te motiva a realizar determinada atividade? Aqueles que encontram razões mais fortes para si mesmos também tem a estrada para o sucesso mais livre.
A revista termina a matéria pegando o que foi escrito acima e criando uma formulinha:
Autocontrole + Treino + Motivação + Sorte = Sucesso
É necessário estudar como anda cada variável na equação acima para entender porque não alcançamos os objetivos que queremos.
Ao escrever este post, eu fui refletindo sobre o conteúdo e acho que concordo com quase tudo. Eu apenas incluiria mais dois fatores que podem ajudar, e muito, a lidar com os outros quatro, principalmente com o que temos menos ascendência: a sorte.
A capacidade de se relacionar com os outros. E a flexibilidade, de conceitos e opiniões.
Por fim, um dos entrevistados (Timothy Judge, estudioso da Universidade da Florida), após analisar 03 estudos longitudinais de personalidade que acompanharam mais de 500 pessoas, relatou algumas de suas conclusões. Diz ele que pessoas autoconscientes, racionais e que pensam antes de agir costumam ganhar mais. Já quem é extrovertido e emocionalmente estável é mais feliz. Ele conclui que o fator mais importante para alguém alcançar o sucesso é sentir-se realizado com o que faz.
5 comentários:
muito boa a matéria, li também que o Larry Bird treinava que nem um animal, como ele não pulava bem e nem era tão forte assim ele treinava muito arremesso. Boto uma fé na parte que fala das 10mil horas, putz é tempo pra cacete mas faz sentido, vou colocar um post no nosso blog comentando melhor
No esporte essas regras acabam funcionando bem. Creio que seja pelo fato de as situações se repetirem mais ou menos como nos treinos, e quanto mais vc treinou melhor vai lidar com elas.
Acho que vale tb para outras atividades. Essa história da programação mental realmente deve facilitar o processamento das informações, proporcionando respostas mais ágeis e acertadas (por exemplo, aparece para um cara de comércio exterior uma oportunidade inusitada de exportar
cascas de limão para Fiji, tendo que passar a carga pela Suiça para efeitos tributários positivos. Se o cara já faz coisas similares a esta há anos, se importando sempre em melhorar e pensar nas melhores soluções, provavelmente ele se sairá melhor nesta tarefa do que um concorrente preguiçoso).
Voltando ao esporte, há inúmeros exemplos de grandes vencedores que se dedicaram muito acima da média.
Pra ficar em um exemplo do livro que estou lendo, o pai do Agassi obrigava o filho, aos 7 anos, a rebater 2500 bolas de tênis por dia. Pelo seu raciocínio, um garoto que batesse 1 milhão de bolas por ano seria imbatível.... ele não estava tão equivocado...(sem entrar no mérito do abuso)
Daniel
fala moçada! pois é...
será que um dia eu vou ser o melhor tomador de cerveja do mundo?? já devo ter passado das dez mil horas faz tempo...
valeu pelos coments!
bjunda
Cara... em primeiro lugar, entrei no seu blog porque vi o endereço no blog de um amigo, fiquei curiosa, entrei, curti e fiquei.
Com relação a essa reportagem, eu concordo totalmente, e concordo mais ainda com os dois comentários adicionais que vc fez.
Trabalho num banco e posso dizer que relacionamento pessoal e flexibilidade de opiniões são fatores muito importantes.
Já vi gente inteligente, que se dedica demais, mas que não construiu "alianças" suficientes com pares e superiores. Não só essas pessoas são preteridas numa promoção, como algumas até são demitidas em momentos de crise.
Muito bom artigo. Vou tentar encontrar a revista e ler inteiro.
Abraços,
Adriana
Oi Adriana! Legal, seja sempre bem vinda! E fique à vontade para criticar e xingar qdo for o caso tb..
abs
Ps: acabei de dar uma espiadinha no milhas a percorrer...ai ai, deu uma saudadezinha da europa...
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