quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Era uma vez uma multinacional. E essa multinacional tinha um presidente. E esse presidente era um cara jovem, bonitão (bem, assim diziam as mulheres...), bem casado, com filhos pequenos.

Ele tinha acabado de voltar de uma experiência internacional para assumir a subsidiária brasileira. Um cara competente. Tinha até carro blindado da empresa à sua disposição. Ele era O cara.

Tudo ia perfeitamente dentro do script.

Eis que um dia o gerente de Marketing resolve contratar uma assistente.

E essa assistente é uma graça.

E essa assistente se encanta pelo presidente. Afinal, ele é jovem e bonito. Afinal, ele é o presidente. Afinal, várias mulheres sonham em se relacionar com ele.

E ela começa a se vestir melhor para ir trabalhar.

E ela começa a enviar sinais sutis, mesmo que inconscientemente, para chamar sua atenção.

Ela joga o cabelo para o lado nas reuniões.

Ela vem trabalhar de rabo-de-cavalo.

Ela passa a abusar da calça branca.

Ela usa maquiagem leve, mas que a deixa mais bela. Afinal, ela é bela.

O tempo passa.

O presidente é um cara ocupado. Ele tem filhos pequenos. Ele se dá bem com a esposa. E, acima de tudo, ele é o presidente.

E eis que, um dia, ele repara que ela jogou o cabelo de lado. Mas ele logo esquece.

E eis que, um dia, ele repara que ela está de calça branca. Mas ele logo se ocupa com outra coisa.

E eis que, um dia, ele repara no charme que ela joga (ele não é o presidente por acaso...). E essa percepção afaga seu ego.

E eis que, um dia, durante um almoço de negócios, o presidente se pega pensando na assistente de Marketing. Mas passa.

E eis que a idéia de dar uma escapadinha com a assistente fica mais frequente. E ele começa a se inquietar.

E eis que um dia, ele percebe que, sem querer, correspondeu a um sinal dela. Ele deu um sorriso que normalmente não daria para alguém tão longe na hierarquia da empresa.

E eis que ele percebe que está frequentemente correspondendo aos sinais dela. E pior, percebe que é mais forte do que ele.

E eis que ele tenta evitar mas ela já percebeu que ele corresponde aos seus sinais. E isso dá mais força para este jogo implícito.

E eis que um dia o jogo fica um pouco menos implícito. Um comentário um pouco mais atrevido. Uma brincadeira um pouco mais íntima. Uma risada um pouco mais incomum.

E eis que um dia acontece o que tem que acontecer...

E ele é o presidente. Ele sabe que nada disso poderia ter acontecido. Mas aconteceu.

Porque acontece.Mesmo com o presidente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Agora seu nome é Presidente? ;)

Daniel

Homem Oco disse...

quem me dera parceiro, quem me dera...