segunda-feira, 31 de março de 2008
sas efharisto
domingo, 30 de março de 2008
alma masculina
amigo: como é a sua mulher ideal?
eu: hã?
a: a sua mulher ideal, como é?
e: hum...aquela que topa dar pra mim...
a: não, falando sério...se vc pudesse escolher, como seria a mulher perfeita pra vc?
e: fisica ou intelectualmente ?
a: tanto faz, a resposta é sua...
e: putz, difícil essa hein...
00:57 - 04 garrafas vazias
a: deixa eu te ajudar vai..loira ou morena?
e: ué, minha mulher ideal não pode ser ruiva? ou japonesa? ou negra? vc sabe que eu adoro mulheres negras...
a: as japonesas e negras se encaixam nas morenas...loira, morena ou ruiva?
(silêncio)
e: loira...não, espera, morena é muito foda! morena...loira...ahhhh, sei lá....pede mais uma...
a: responde aí, pô...
e: loira. com cabelo curvilíneo.
a: curvilíneo?!
e: é, cheio de curvas...acho lindíssimo...apesar de que adoro um cabelo bem curtinho, estilo Natalie Portman em Closer, manja?
a: caraca, a Natalie Portman até careca é animal...e o shape?
e:ah, tem que ter um shapezinho né...mas não curto aquele estilo gostosaça, prefiro aquela mulher que não chama muito a atenção mas quando ela tira a roupa, vc fica louco...
1:11 - cinco garrafas vazias
e: nossa brother, bom humor é fundamental...mulher mal-humorada é fim do mundo pra mim...pode ser a Gisele Bundchen, se tiver mal-humor, eu tenho vontade de jogar no rio...
a: nossa, nem me fala...
(silêncio)
e: sabe o que eu tava pensando aqui...tem que ser feminina...não tô querendo dizer melosa, pelo contrário, mas tem que ter feminilidade..
a: também acho...
e: e personalidade...adoro mulher que sabe o que quer...
1:41 - seis garrafas vazias
a: Liv Tyler ou Alicia Silverstone?
e: a Alicia Silverstone tá meio fofucha né..
a: no clipe de Amazing...
e: esse clipe é crueldade...puta moleque sortudo...ah, mas a liv tyler fácil...com orelinha pontuda e tudo...
a: tá bom, essa foi fácil...Jennifer Aniston ou Jennifer Connelly?
e: vc criou a categoria Jennifer?
a: fala aí véio...
e: a Connelly...ela beira a perfeição em Diamantes de Sangue...
a: ah, nem acho....a Rachel é absurda...Ellen Ganzarolli ou Renata Fan?
e: noooossa, agora vc pegou pesadíssimo...não sei, juro...
2:20 - sete garrafas vazias
e: brother, sabe um treco que eu tenho reparado muito nas mulheres ultimamente?
a: o quê?
e: a voz...
(silêncio)
e: sério, tenho ficado muito encantado por mulheres com vozes charmosas...
a: o que é uma voz charmosa?
e: não sei definir...uma vez ouvi de alguém que "a voz é o arauto da alma" e passei a prestar atenção nas vozes das mulheres...acho que uma voz que transmita paz, força, sensualidade....definitivamente não gosto de voz de menina mimada...
a: hum....
2:21 - sete garrafas vazias
a: sheila carvalho ou sheila mello?
e: a carvalho tá muito forte...tá parecendo o frota...
a: fato...como chama aquela que tá namorando aquele moleque da novela?
e: fácil assim...
a:pensa aí mano...a bocuda que namora aquele moleque bonitão com nome de índio...
e: a alinne moraes??
a: é essa aí!! absurda!! ela ou a sandy?
e: é pra começar a zoar ??
a: tá bom...ela ou a ana hickmann?
e: caraca, pára tudo!! a ana hickmann não existe...
a: ah, mas só pra vc...a mulher tem mais de perna do que eu de altura...
2: 50 - oito garrafas vazias
a: a hebe ou a dercy?
e: a sua mãe...
(silêncio)
e: vixe!!!achei a qualidade essencial!! tem que ser parceira!! parceirona de caminhada, tá ligado?!! tem que te ajudar a crescer, não te trazer pra baixo!!
a: putz, o que tem de namorada de amigo meu que põe o cara pra baixo...
e: a maioria!! a gente tem que se sentir forte, pronto pra encarar a vida estando ao lado dela!! aquela mulher que te diz "vamos lá!! não tem problema, a gente vai sair dessa!", que seja menina quando vc estiver seguro e que te ponha no colo quando vc estiver em frangalhos...que tenha a pegada da vida, sabe...
a: garçonete, cadê a breja que eu pedi?
3:13- nove garrafas vazias
a: a debora secco ou a grazi?
e: acho a debora secco meio zoada..
a: caaaaala a boca! acho que vc é gay...
4:02 - dez garrafas vazias
e: porra, só eu falo..e vc, como é a sua mulher perfeita?
a (pensativo)
e: loira ou morena?
a (pensativo)
e: alta ou baixa?
a (pensativo)
e: feminina? bem humorada? com personalidade?
a: ...aquela que tem uma bunda bem gostosa...
(silêncio)
(silêncio)
(silêncio)
eu preciso reconhecer a sabedoria que 10 garrafas de cerveja trazem....
terça-feira, 25 de março de 2008
sem título
75 milhões de votos...eu estou realmente me perguntando o que estou fazendo nesse mundo...
domingo, 23 de março de 2008
pais e filhos - 2
Lá pelas tantas do papo, caímos em um assunto que há tempos venho refletindo. Ela me contou que tinha começado psicoterapia.Quando perguntei se ela tinha consciência de onde estava o cerne das suas questões, ela me respondeu (adivinhem!): meu pai.
Segundo ela, a sua principal questão é a auto-estima baixa que ela julga ser derivada, em grande parte, da relação com seu pai.
Na minha humirde opinião, as duas coisas mais importantes para um ser humano são: adenosina trifosfato e auto-estima (tá bom vai, oxigênio e água caem bem também...).
Auto-estima é tudo!A base de nossos medos, nossa capacidade criadora, nossa visão de mundo, nosso relacionamento com os outros bípedes, tudo tudo. Até aí, nenhuma novidade. O ponto é: qual a participação dos nossos queridos genitores nessa bela história? Hum, bem generosa, pra usar um eufemismo...
É engraçado, mas me parece que a relação que temos com aqueles que nos trouxeram pra cá é um grande ensaio (do Aurélio: treinamento das falas e marcações dos atores para adestrá-los e aprimorá-los no desenvolvimento dos seus papéis) para nosso relacionamento com o mundo.
Entre os milhares de comportamentos que atrapalham muito a nossa vida (escrevi "nossa" porque me incluo de corpo e alma nesse barco), listei 2 que considero extremamente prejudiciais: 1 - precisamos, sempre, provar que somos bons, muito bons naquilo que estamos fazendo (logicamente não estou me referindo à natural competição do mundo profissional) e 2 - precisamos, desesperadamente, ser queridos pelos outros. A idéia de desagradarmos nos é terrível.Se a relação com nossos pais é o ensaio que nos prepara pra vida, de onde vêm esses comportamentos autodestrutivos? Por mais que nos esforcemos para constituir nossa individualidade, acho que buscamos, ao longo de toda a vida, a aceitação de nossos pais.
Uma vez, um amigo me disse "acho muito perigoso esses pais que tentam ser amigos dos filhos. Amigo é amigo, pai é pai." Durante muito tempo, concordei com a afirmação. Porém, esses dias, vi uma definição de amigo que alterou minha opinião: "amigo é aquele que faz aflorar o melhor de nós".
No post "pais e filhos", um outro amigo colocou um comentário que dizia "é engraçado esse lance de qual a mensagem que os pais passam para os filhos. Fico imaginando o que passa pela cabeça deles 'se eu passar a mensagem - seja o que te faz feliz- meu filho é capaz de ser um desajustado... melhor incentivar a ser médico com uma casona, que isso nunca matou ninguém."De novo, a principio, concordei...mas depois fiquei pensando "será que nunca matou ninguém mesmo? O fato da depressão, do alcoolismo e dos cânceres serem as grandes doenças do nosso tempo não tem nenhuma relação com isso?O que faz um funcionário de banco que detesta a sua ocupação e sonha em ser saxofonista continuar nesta carreira até o final da vida? O que faz alguém acreditar que se comprar um blackberry ou um Citroen C3 será mais feliz?
Fico pensando nas gerações que antecederam a minha: a dos meus avós e dos meus pais. A geração dos meus avós foi a que viveu os horrores da primeira metade do século passado. A dos meus pais, foi criada por esta geração. O grande problema é que a dor, diferentemente do que acredita-se (de novo, é só a minha humilde opinião) só torna as pessoas frias e amargas.Então, a minha geração foi criada por uma geração filha da dor e da privação. Digo isso porque, de cada dez pessoas da minha geração que conheço (eu tenho 28 anos), oito têm uma relação bem conturbada com seus pais e (consequentemente?) problemas sérios de auto-estima.
Não sou psicólogo, psiquiatra ou antropólogo e muito menos, pai. O que estou dizendo aqui tem base apenas na minha observação da vida e na minha posição de filho.
Preciso deixar bem claro, antes de terminar o texto, que não estou jogando a responsabilidade pela felicidade das pessoas em seus pais.Cada um deve lutar por aquilo que acredita e a auto realização é um objetivo que cabe ao indivíduo buscar. Além disso, concordo com o Renato Russo quando diz "você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo. São crianças como você...", mas que vou fazer um esforço danado para que meus filhos tenham uma auto-estima bem desenvolvida, ah vou....
domingo, 16 de março de 2008
Chico
Vou aproveitar então este momento "tudo ao mesmo tempo agora" para escrever um treco que há muito quero escrever...versos das músicas do Chico que têm muito significado pra mim. Tenho certeza de que todos têm versos de músicas que, quando ouvem, sentem frio na espinha, choram, riem, lembram de pessoas etc. Não importa se a música é do Menudo, do Genival Lacerda ou do Bob Dylan, a questão é que música fala com a nossa alma e ponto. Até o gerente de desenvolvimento de qualidade de plataformas Linux da Oracle (credo, esse cargo existe?) deve se comover com alguma música...bom, vamos ao que interessa! Listei dez trechos de músicas do Chico que mexem, e muito, comigo...pensei em colocar comentários ao lado de cada um, mas concluí que ficaria muito babaca...vou colocar simplesmente o trecho e pronto...cada um que infira o que quiser das frases...ah, importante, não há escala de "gostabilidade", a ordem escolhida é somente a ordem de lembrança.
1 - "vem, meu menino vadio, vem, sem mentir pra você, vem, mas vem sem fantasia, que da noite pro dia, você não vai crescer". Essa música vale dois trechos: "eu quero te contar das chuvas que apanhei, das noites que varei no escuro a te buscar, eu quero te mostrar as marcas que ganhei nas lutas contra o rei, nas discussões com Deus, e agora que cheguei, eu quero a recompensa, eu quero a prenda imensa dos carinhos teus"
2 - " e você, era a princesa que eu fiz coroar e era tão linda de se admirar e andava nua pelo meu país"...ah não aguento, esse trecho é muuuuito foda!!
3 - "lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu...eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu"
4 - "oh, pedaço de mim, oh, metade arrancada de mim, leva o vulto teu, que a saudade é o revés de um parto, a saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu"
5 - "e aí me dá como uma inveja dessa gente, que vai em frente sem nem ter com quem contar". Outra que vale dois trechos: "E eu que não creio, peço a Deus por minha gente, é gente humilde, que vontade de chorar "
6 - "então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar, com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar, depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar e cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar"...acho que estes versos traduzem qual é o meu maior sonho...
7 - "se entornaste a nossa sorte pelo chão, se na bagunça do teu coração, meu sangue errou de veia e se perdeu"
8- "não me diga mais quem é você, amanhã tudo volta ao normal, deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar, que hoje eu sou da maneira que você me quer, o que você pedir eu lhe dou, seja você quem for, seja o que Deus quiser"
9 - "Deus é um cara gozador, adora brincadeira pois prá me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro, mas achou muito engraçado me botar cabreiro, na barriga da miséria nasci brasileiro"...tá bom vai, versão da Cassia Eller, mas eu gosto mais...
10 - "o terceiro me chegou como quem chega do nada, ele não me trouxe nada também nada perguntou, mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer,se deitou na minha cama e me chama de mulher, foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não, se instalou feito posseiro, dentro do meu coração"
Não vou conseguir ficar só em dez (na verdade, o tema "versos do Chico que mexem comigo" daria uns 05 posts...), mas vou extrapolar em apenas um....
11 - "vai com ele, vai Geni, vai com ele, vai Geni, você pode nos salvar, você vai nos redimir, você dá pra qualquer um, Bendita Geni" - genial, um tratado sobre a hipocrisia, sobre essa coisa nojenta que é o mundo que construímos...
Bem, se você discorda, comece um blog e monte sua própria lista.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Morena
segunda-feira, 10 de março de 2008
1 -2, feijão com arroz..3 -4, feijão no prato...
Eu voltei a fazer academia há uns dois ou três meses!Depois de passar anos lutando contra o espelho desesperadamente (ah, o adolescente e suas características auto-destrutivas....), hoje eu faço esporte por saúde. E faço musculação (devo ser a única pessoa do mundo com menos de 30 anos que faz musculação por saúde). É verdade (tá bom vai, admito que, quando sento toscamente - quase sempre, pego a barriguinha que se forma com as mãos e penso - ai meu deus...)!!
Quando pedi ao instrutor um treino que protegesse minhas articulações e reforçasse minha musculatura mas que não queria, de jeito nenhum, hipertrofiar os músculos, a reação dele foi como se eu tivesse contado que transei com meu peixe...mas o mais maluco é que esse comportamento tem se mostrado muito comum...já tive que explicar a três ou quatro amigos o porquê de não querer ficar musculoso!!
Pode parecer bizarro, mas eu gosto do corpo que tenho!!
Eu sou magrelo (tenho 1,86 e peso ao redor de 74kg...meu IMC é de...ah sei lá que porra é o meu IMC...), mas eu acho que o fato de não ser fortinho me confere personalidade!É sério, não estou zoando!Acho que fico mais charmoso do jeito que sou...não passar a mensagem de "estou me enquadrando nos padrões de beleza vigentes" me faz sentir bem....vixe, será que preciso de Gardenal?
Por que será que escrevi sobre isto? Bom, já gosto de ser magrelo pançudinho, ainda quero entender minha cabeça? Aí é demais né...
domingo, 9 de março de 2008
células-tronco embrionárias
Ando mais favorável às pesquisas, principalmente pelo fato da lei prever que os embriões que se pretende utilizar nas pesquisas são aqueles descartados nos processos de inseminação artificial, congelados há mais de três anos e cujo uso tiver sido autorizado pelo casal.
Entendo dois argumentos dos que defendem a não utilização das células como bastante sólidos. O primeiro está traduzido no texto de Maria Garcia (professora de Direito constitucional e educacional na PUC-SP) publicado na matéria do Aliás:
"(...)A pergunta seguinte é: o embrião é humano?Está vivo?Ambas as respostas serão, inequivocadamente, afirmativas, senão a lei não disporia sobre elas. Se afirmativas, aos embriões humanos estende-se o direito à vida. É o que diz na Constituição."
Aqui, Maria refere-se à análise do jurista José Afonso da Silva sobre o artigo 5o do texto constitucional, reproduzido anteriormente "Vida,(...), é um processo vital que se instaura com a concepção, transforma-se, progride mantendo sua identidade, até que muda de qualidade, deixando, então, de ser vida para ser morte.(...)Tudo o que interfere em prejuízo deste fluir espontâneo e incessante contraria a vida."
Mas, no mesmo texto, a autora transcreve o seguinte: "Acima de tudo, todavia, é necessário ficar claro, conforme duas frases da juíza Jutta Limbach, ex-presidente da Suprema Corte Alemã que (1) 'A Ciencia do Direito não é competente para responder à questão sobre a partir de quando começa a vida humana' e (2) 'As ciências naturais, em virtude de seu conhecimento, não estão em condições de responder à questão a partir de quando a vida humana deve ser colocada sob a proteção da Constituição'.Cabe apenas cumprir a Constituição(...)"
Aqui cabe uma pergunta de leigo (presente!): o que é a Constituição, no seu sentido mais amplo? Em que medida devemos ficar presos a ela e em que medida ela deve ser ajustada aos novos conhecimentos?
O segundo é o fato de estarmos no Brasil. Infelizmente, já provamos que, muitas vezes, as leis e os mecanismos de regulamentação não têm, na prática, o papel que lhes foram atribuídos. Existe um risco consideravel de perdemos o controle nas questões da comercialização dos embriões e, consequentemente, da sua produção.
Os argumentos da Igreja não me convencem posto estarmos em um Estado laico onde a crença individual deve ser mantida em caráter individual.Sobre isto, na mesma matéria, Dulce Xavier (socióloga e integrante da ONG Católicas pelo direito de decidir), escreve: "Portanto, o debate público que interessa à sociedade não é sobre 'quando começa a vida', mas sobre a imposição de uma determinada visão católica a todo o conjunto de regras que cidadãos devem seguir."
Eu não poderia concordar mais...
Na mesma matéria do Estadão, há uma entrevista (da jornalista Monica Manir) com a psicanalista Debora Seibel. Debora é parceira de uma clínica de fertilização paulistana e, como psicanalista, "acolhe as agruras dos casais que tentam engravidar por meio de métodos artificais".
Vou transpor alguns trechos da entrevista (aqui cabe uma explicação rápida: durante o processo de fertilização, acontece de mais de um embrião ser produzido pelo casal. Quando o casal engravida dos embriões frescos, guarda-se os outros embriões congelados em nitrogenio e o casal paga uma taxa de manutenção para a clínica que, de tempos em tempos, pergunta ao casal que destino deve ser dado a eles):
"Como os casais reagem aos embriões congelados?
(...) A questão é que, quando o casal engravida dos embriões frescos, os congelados passam a ser um problema.
Por que?
Porque o casal não consegue mais pensar neles.(...)Como não pode haver descarte de embriões, a clínica telefona de tempos em tempos para saber se o casal deseja utilizá-los. O mais ouvido é "depois a gente vê o que faz".Os pais estão meio alheios, meio regredidos, pois o processo para chegar à gravidez por meio de fertilização in vitro é uma experiência muito pesada.
Os casais procuram saber onde e em que condições os embriões estão congelados?
Alguns sim, mas a maioria não.É como eu lhe disse:estão alienados. A luta que travaram contra a infertilidade foi muito marcante pra eles.(...)Quando o casal engravida, não quer mais tocar no assunto.(...)Ao mesmo tempo, não é inteirado de nada, nem é mesmo convidado a participar dessas discussões sobre o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas(...). Não sabem que doar poderia quebrar o arranjo da comodidade."
Além disto, quero colocar um outro argumento que talvez seja considerado romântico e ingênuo mas pra mim é importante: é muito difícil alguém que conviva com pessoas portadoras de doenças como distrofia muscular, diabetes ou hepatite não ser bastante tentado a apoiar as pesquisas.
Pelas razões expostas acima, acredito que, mesmo com todas as questões jurídicas (que devem ser avaliadas dentro da nossa estrutura de um Estado de Direito) e os riscos da nossa querida pátria mãe, as pesquisas devem ser continuadas.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Viva os avestruzes!
Eu, com uma pretensão ionosférica, pensei "pô, nao vou escrever sobre algo trivial...quero algo marcante...já sei,vou listar quais foram os cinco aprendizados mais profundos na minha viagem."
Como quase tudo que eu faço, comecei com uma energia impressionante e depois desencanei.
Desta forma, só tenho 1 aprendizado escrito. Aí vai o dito cujo...parênteses: se eu tivesse montado uma listinha mais simples, sei lá, os cinco cachorros mais bonitos que vi, a probabilidade de ter feito até o final seria beeem maior.
"Blue list - depois de 05 meses viajando sozinho, quais os aprendizados mais profundos:
1 - Eu sou um baita de um covarde
Eu acabei de descobrir que sou muito mais covarde do que achei que fosse. E não estou me referindo a coisas corriqueiras mas à forma como eu encaro a vida.Eu não olho o mundo nos olhos. Eu ainda não me libertei da necessidade de calor que eu tinha quando vivia com os meus pais. Eu ainda não desenvolvi a coragem para assumir quem eu sou e o que eu sou e, consequentemente, encarar as consequencias disto, sejam boas ou más. Eu ainda não constituí minha verdadeira individualidade e eu sempre preciso de alguém que eu conheça para me sentir seguro.
Que porra é essa? Por que eu sou tão preocupado com a opinião das outras pessoas? Elas são tão perdidas quanto eu. Por que eu estou constantemente sufocando minhas verdades mais íntimas?
Ao ver uma jovem tocando violão em troca de grana em uma praça movimentada de Vilnius, eu compreendi que ela é corajosa. Ela está lutando pelas suas crenças, seu coração e sua paz de espírito. Ela merece vencer. Eu não.
segunda-feira, 3 de março de 2008
deus
Sem acordá-la, chego perto dela e, com os olhos cheios de lágrimas e a alma plena de quem encontrou a paz, cheiro seu cabelo e beijo sua cabeça, enquanto meu coração diz "Obrigado".
sábado, 1 de março de 2008
saudades...
Aí vai um trecho lido hoje...
Quinta-feira, 09 de novembro de 2006
“A primeira pessoa de quem precisamos nos despedir quando viajamos é de nós mesmos”
Hoje tinha programado acordar cedo e ir a Fuente Vaqueros à casa onde o Lorca nasceu, mas ontem à noite no albergue descobri que há um museu sobre ele aqui em Granada (que depois vim a descobrir ter sido a casa de veraneio da família Garcia Lorca, o lugar onde ele escreveu alguns de seu trabalhos mais importantes como Bodas de Sangue e o lugar onde ele morou antes de ser preso) então decidi passar por lá antes – ou ao invés – de ir a Fuente Vaqueros. Ao chegar ao museu, por volta das 10h, o recepcionista me disse que só seria possível visitá-lo ao meio-dia e meia pois grupos escolares haviam reservado a parte da manhã. Como sempre faço quando as coisas não acontecem como eu tinha planejado fiquei puto e saí andando (a essa altura da viagem já deveria ter aprendido a controlar meu geniozinho de general!). Ao caminhar pela cidade enquanto pensava no que fazer entrei em uma livraria. O primeiro livro que me chamou a atenção e folheei foi um livro de memórias de viagem de um jornalista espanhol. O maluco já esteve nos lugares mais remotos da África, Europa e América. A frase que inicia o dia de hoje é do livro. Ao ler algumas passagens uma idéia me acometeu: viajar pelo Brasil do modo mais rústico possível. Comprar um saco de dormir e sair sem data para voltar. Talvez cruzar o país. Não agora, mas uma sementinha foi plantada. Depois me interessei por uma enciclopédia sobre cachorros mas 15 segundos depois devolvi o livro ao seu lugar. A livraria estava uma bagunça só, acho que os funcionários estavam mudando a ordem das prateleiras. Achei depois um livro do Gabriel Garcia Marques chamado El amor y otros demônios cujo título me interessou bastante e o livro do Ramon Sanpedro que deu origem a Mar Adentro – um dos meus filmes favoritos – Cartas desde el infierno. Li por algum tempo esses dois livros até que minha lombar pediu para que fôssemos achar um lugar para sentar. Ainda tive tempo de dar umas risadas ao ver nas prateleiras perto da saída preciosidades como Como Lidar com Pessoas Difíceis ou Trabalhando em Equipe. Resolvi que ficaria por aqui mesmo e voltei ao museu do Lorca para garantir minha entrada para 12:30h.
Agora são 12h e estou sentado no parque que rodeia o museu, que é chamado Parque Federico Garcia Lorca, esperando ansiosamente para entrar e mais ainda pra devorar um sanduíche de chorizo que vou comprar na saída...
Ontem fui jantar com o James, americano da Califórnia de férias por aqui. Tivemos um papo razoavelmente interessante. Meus conceitos de papo interessante têm mudado ultimamente. Ele é um cara que qualquer um julgaria inteligente. Químico, trabalha na UCLA, 27 anos, viajou bastante. Falamos da estupidez do americano médio – na verdade eu deixei ele falar bastante enquanto só provocava-o de vez em quando com argumentos controversos absolutamente independentes à minha opinião, adoro fazer isso. Mas mais uma vez foi aquele papo que classifico com nível 2 de consciência; aquele papo onde julgamos estupidez o comportamento médio do ser humano sem dar-nos conta do que seria um comportamento não estúpido, sem prestarmos atenção em nós mesmos, usando muita certeza nas afirmações. Mas consegui lutar com minha preguiça e mantive uma conversa viva até o final. Acho que não há ninguém mais egocêntrico do que eu. Sevilla, aí vamos nós!
Acabei de chegar em Sevilla. Agora são 21:30h. A primeira impressão não poderia ser melhor: a cidade parece ser extremamente charmosa e com muita vida. Na vinda para o albergue passei por dois lugares fantásticos: a catedral e o palácio muçulmano (acho que seu nome é Alcazar). E ainda vi um anúncio de uma exposição que começou em novembro sobre os descobridores!! Mais: por vinte euros vou dormir em um quarto sozinho. O albergue é muito bonitinho e a recepcionista / dona é um charme só: Carmem – que nome bonito! Que língua bonita! Que país do caralho!!
Estava fazendo as contas quando soube que ia dormer sozinho. Desde Roma onde fiquei 06
noites venho em um ritmo alucinante:
- 3 noites em Florença (02 – frio e chuva)
- 02 noites em um camping em Veneza,
- 01 em Verona (gordo roncando), 02 em Genova, 8
- 01 em Riomaggiore (pulga),
- 03 em Milão (01 – pulga), 5
- 04 em Barcelona, 12
- 01 no trem (terrível), 47
- 03 em Valencia, 16
- 02 em Granada (01 – galera chegando da balada), 6
Nas últimas 22 noites, 10 lugares diferentes! Isso no 4º mês de viagem, meu ritmo é de fazer inveja a qualquer backpacker. E ainda estou me maravilhando com as cidades quando chego.
Em parênteses estão as noites que dormi mal ou pessimamente e as razões; os números após as vírgulas são o número de pessoas presentes nos quartos que dormi. Desde Riomaggiore (há 16 noites!) não durmo sozinho. Como aquela noite foi péssima, desde Veneza não durmo sozinho e bem (pelo menos 7 horas sem interrupções). Deixa eu aproveitar e fazer um balanço de quantas tive privacidade:
-06 em Londres,
- 01 em Den Haag
- 02 em Tallin
- 01 em Bari
- 01 em Palermo
- 03 em Florença
- 02 em Veneza
- 01 em Riomaggiore
- Sevilla (acho que três)
Entonces despues de quatro meses de viagen o groseramente 120 dias jo dormi solo em 20 noches contando Sevilla!Carajo...
Bem que a Carmem podia dar pra mim...