sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Eleições Norte Americanas - parte I

Os últimos dias têm sido muito ricos para quem está acompanhando o processo eleitoral norte americano.Semana passada aconteceu a convenção democrata, tendo seu ponto alto no discurso do ex-presidente Bill Clinton e, obviamente, do atual candidato, o senador por Illinois, Barack Obama.Nesta semana, foi a vez dos republicanos se apresentarem nacionalmente.
Ontem, o discurso do senador pelo Arizona John McCain foi transmitido (embora somente alguns momentos) ao vivo pelo Jornal da Globo.

Entre as diversas calamidades que o atual presidente americano foi capaz de fazer, há que se admitir um ato positivo: o mundo inteiro está interessado em quem vai sentar na cadeira principal da Casa Branca a partir de 2009. E acho que é assim que deve ser.

A Presidência norte americana é, certamente, uma das posições mais importantes (se não for a mais) do mundo. Os atos da pessoa que lá estiver afetam a vida de bilhões (se considerarmos que só nos EUA vivem 300 milhões de pessoas, chegamos a mais de um bilhão de vidas influenciadas facilmente).

Todo mundo sabe disso. Além, obviamente, da influência nos que lá vivem, só as guerras promovidas ou financiadas pelo governo americano nos últimos 20 anos (a memória deste blogueiro lembra-se de algumas: Irã-Iraque, Golfo, Bosnia, Afeganistão, Iraque) alteraram diretamente a vida de mihões de famílias.

Porém, o ponto deste post não é este.Quero falar sobre a influência que a maioria das pessoas não percebe. Você sabia que, dependendo das atitudes que o fulano que ganhar as eleições tiver, a sua vida pode ser muito alterada? É, a sua. Você, que dá aulas em uma escola em São Paulo, adora ler, namorar e ouvir Chico Buarque, pode sofrer as consequências de um presidente irresponsável?

Explico: a economia norte americana é a locomotiva do mundo. Até que outras nações tomem pra si este papel, é assim que vai ser. E também podemos perder as esperanças de que outros países (a bola da vez agora é a China, né) tenham um postura diferente caso assumam o papel de principal potência econômica do mundo pois, desde o Egito antigo, a História nos mostra que o comportamento é sempre o mesmo: a tentativa de manutenção da sua hegemonia e colonização cultural de outras sociedades. Se o Brasil virar o líder do planeta, vai fazer igual.

Voltando:a Economia é a verdadeira religião do mundo - assumindo-se como conceito de religião aquilo em que as pessoas realmente acreditam e pautam suas ações em vida. Não quero entrar aqui na discussão se isso é bom ou ruim, estou apenas expondo o meu prisma sobre como a coisa é.

Tudo está absolutamente ligado. De uma maneira bem simplista, se a direção da Volkswagen na Alemanha decide fabricar o Gol na Bielo Russia por questões financeiras e assim desativar fábricas em São Bernardo do Campo, algumas centenas de brasileiros perderão seus empregos.

Se algumas centenas de metalúrgicos paulistas perderem seus empregos, é provavel que alguns deles tenham dificuldade em se recolocar. É provavel que alguns deles tenham que tirar seus filhos da escola particular. É provável que a escola demita alguns professores pois perdeu receita.Got it?

Mas qual a relação da direção da Volkswagen com presidente americano? Toda.Não podemos nos esquecer de que os EUA estão entre os principais compradores ou vendedores de inúmeros produtos no mundo (petroleo, carne, trigo, automoveis, tecnologia etc) e que muitos e muitos países (México, China, todos os tigres asiáticos,a Europa Ocidental inteira) devem sua prosperidade, em boa parte, aos dólares ianques.A maneira como o líder político americano lida com a sua economia interna e externa decide, diretamente, o futuro de centenas de países.Tenha certeza de que a Economia brasileira deve os seus recentes mares tranquilos, em grande parte, ao desempenho da Economia mundial, capitaneada pelos nossos colegas lá de cima.Além disso, o governo só consegue pagar o bolsa-família para o tiozinho que mora em Feira de Santana porque a sociedade tem renda e paga seus impostos.

Toda essa introdução para expor o meu ponto de vista sobre os dois candidatos. Mas como o post acabou ficando meio grande, vou deixá-lo para o próximo.

2 comentários:

Anônimo disse...

A introdução ficou muito boa.
Tem cara de reportagem de revista.

Anônimo disse...

Cade a parte dois.....que irresponsabilidade deixar seus leitores sem a conclusão