Quinta-feira, 12 de outubro de 2006
Estou no trem Napoli – Roma. 16:30h. Dia lindo. Nápoles foi inesquecível.
1º dia: descansei no albergue. Spaguetti no almoço e no jantar; O Poderoso Chefão e Trainspotting no DVD.
2º dia: Pompéia e Paula. No busão de ida para Pompéia estávamos eu, uma americana gorda e maleta e Paula (argentina de cair o queixo) na frente trocando idéia com uma tiazinha.Horas depois, na parada para comer um sanduíche já em Pompéia, a encontro. Trocamos um monte de idéia - descobri estarmos no mesmo albergue - e nos encontramos novamente no meio da tarde. A partir daí não nos desgrudamos. À noite macarrão e vinho e Snatch no DVD. Mas sem beijo.
3º dia: Capri! Que dia! Acho que se eu recebesse a benção de poder viver um dia de novo antes de morrer, seria esse!
Fomos juntos. Chegamos a Capri por volta de 11h e pouco e fomos para o centro da cidade. Passeamos bastante pelas ruas de Capri, conversando e olhando a beleza das casas, muitas flores e frutas. Um senhor me ouviu falar à Paula que adorava figo e nos deu alguns de seus pés. Tava tudo tão perfeito que eu não iria tentar beijá-la pois não queria estragar o momento.
Achamos uma casa nas rochas e uma vista incrível e subimos mais um tantão até quase o cume daquela parte da ilha. Ficamos ali sentados por quase uma hora, com o mar abaixo de nós e Sorrento na nossa frente.Vi que a Paula começou a meditar então tentei não atrapalhar. Fiquei quietinho, tentando calcular a que velocidade chegaria na água se pulasse dali. Como naquele momento eu achei que estávamos a 50 metros de altura (depois a Paula me convenceu que deveríamos estar a uns 200 e poucos) e usando 9,8 m/s ao quadrado, cheguei a brilhante conclusão que após 10 segundos estaria a 60.000.000 de km/h. Achei que esse resultado era absurdo e desisti.
Na volta, paramos em restaurantezinho simpático e ficamos conversando sobre a vida até quase 5 e pouco. Papo delicioso! Voltamos para a marina, nadei um pouco nas águas do Mediterrâneo (essa hora foi ótima: em determinado momento, eu já havia saído da água, estávamos os dois sentados bem juntinhos. Não agüentei e soltei – claro, depois de 10 minutos degladiando comigo mesmo “vou agora..não, espera...vou falar....não, não tenho coragem..e se ela recusar ?...dane-se, vou falar....ah não, espera...” – sabe que o menino do ônibus tem muito bom gosto ? – no dia anterior, no ônibus de volta de Pompéia um adolescente estava claramente tentando se mostrar pra ela... – ela nem olhou pra mim...fiquei com uma puta cara de bosta. 2 minutos depois, ela foi à beira d’água lavar os chinelos e molhou os pés calçados. Eu peguei os pés dela , coloquei sobre minhas coxas, tirei os sapatos molhados e comecei a secar seus pés com a toalha...tava começando a montar o clima perfeito, até brinquei com ela “não vai se acostumar hein..” – até que ela respondeu bem “eu me acostumo fácil a coisas boas” – mas não deu tempo pra nada pois ela viu um barco atracando e disse “esse não é o barco das 18:25 ? Vamos embora nele ?” Puta comentário broxante, afinal eram 18:20!) e fomos embora.
Durante toda a volta ela dormiu e eu quis colocar sua cabeça no meu ombro, mas não o fiz. Ao chegar, fomos direto para o albergue.Tomamos banho e saímos para comer.
Conversamos bastante no restaurante. Conversa regada a vinho tinto e um licor de maça que a casa nos presenteou no final da refeição (depois que pagamos a conta, o garçom trouxe dois calices com este licor e me deu uma piscada, como que dizendo “fica me devendo essa, parceiro”) e saímos andando por Nápoles.
Passamos pela galeria Umberto I, a praça do plebiscito e sentamos para tomar mais um pouco de licor, dessa vez limoncello. Ficamos até 2 da manhã conversando. Falamos de história política da Argentina, dos ex-namorados dela, do pai dela, de futebol, de Diego Velásquez etc. Que conversa deliciosa!Ela confessou que estava adorando a conversa.
Bem, voltamos para o albergue já andando abraçadinhos, subimos o elevador, entramos pela recepção, puxei-a para a cozinha pois a recepcionista estava dormindo ali e dei um beijo nela. Foi gostoso. Mas após o beijo ela disse que precisava dormir. Não discuti. Demos outro beijo, ela me disse que tinha amado o dia, eu disse que ela era uma pessoa especial e ela foi dormir.
Hoje: nos despedimos de uma maneira morna, dei uma volta pela cidade – orla muito bonita – voltei ao albergue para pegar minha mala e vim para a estação. É isso aí, foi bom demais. Foi. Ás vezes odeio quando o verbo está no passado.
Próxima parada: Roma.
2 comentários:
Porra!!!!!!!
(Desculpa, no meio de tantas sensações, esta foi a palavra que veio de forma mais natural....rsrs)
Abraço,
Daniel
só 1 comentário: pqp..
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