segunda-feira, 18 de julho de 2011

Você não faz a menor idéia o que está acontecendo na Grécia? Que bom...

Não só na Grécia..mas na Irlanda...Portugal...Espanha...Itália...Estados Unidos...

Se você é daqueles que "detesta" Política e Economia e passou suas ultimas semanas mais preocupado em forrar sua página do Google + de amigos, acompanhar as façanhas da Seleção ou qualquer outro assunto de semelhante importância, eu vou ser aquele mala que vai te contar um pouquinho o que anda rolando no mundo...

Não vou entrar muito a fundo por duas razões:  não sou economista, então quero evitar falar uma besteira muito grande...e quero que você continue lendo, portanto o post tem que ser palatável, certo?

Imagine uma família (a sua, por exemplo)...essa familia tem uma renda mensal média de R$ 5.000,00..só que precisa de R$ 7.000,00 para viver..sabecumé né, escola das crianças, supermercado, plano de saúde, tv a cabo, faxineira, balada da molecada etc etc etc...imagine que essa familia um dia tem uma idéia brilhante... ela reúne seus amigos mais próximos e os parentes (aqueles que, geralmente, confiam em nós..) e diz:

- Galera, é o seguinte, nós precisamos de R$ 2.000 emprestados para cobrir nossos gastos mensais. Para isto se tornar um bom negócio para vocês, criamos a seguinte dinâmica: quem nos emprestar R$ 2.000, receberá R$ 3.000 no mês X"...

Todos correm a fazer contas...descobrem que, colocando os mesmos R$ 2.000 no banco pelo mesmo período, chegariam a R$ 2.200...pô, vale a pena, pensam aqueles que tem a disponibilidade do dinheiro..e emprestam...a familia cobre seus custos....

No mês seguinte, o que acontece? A mesma coisa...e outras pessoas se interessam em emprestar...e assim a coisa vai....

Chega uma hora, porém, que aqueles que tem dinheiro para emprestar pensam: "poxa, mas esse cara já deve pra tanta gente...acho que tá mais difícil para ele honrar seus compromissos..." e aí, ele só topa emprestar para a família se, em vez de receber um prêmio de R$ 1.000 (R$ 3.000 - R$ 2.000), ele receber R$ 1.500...

E o que aconteceria se a família nao pagasse o primeiro lote de empréstimos? Conseguiria novos empréstimos? Mas como honrar os R$ 2.000,00 a mais de gastos ??

Fantástico, não é? Pois é, agora troque a palavra "família" por "país", as palavras "escola das crianças, supermercado, plano de saúde.." por "máquina administrativa, previdência, gastos sociais etc etc" e as palavras "amigos mais próximos e os parentes" por "investidores (outros países, bancos, empresas, pessoas físicas etc etc etc"...é assim que funciona a Economia mundial....

O que anda acontecendo com aqueles países descritos no começo do post é que eles já não conseguem mais "amigos mais próximos" para lhes emprestar dinheiro...e, em pouco tempo, vão vencer lotes de emprestimos conseguidos no passado...e aí, o que fazer? Só há duas possibilidades: pagar ou não pagar....as consequencias dos dois caminhos são duras...mas, definitivamente, no curto e no longo prazo, não pagar é muito mais doloroso...principalmente para a população....os níves de desemprego, os investimentos sociais, a arrecadação, os nives inflacionarios podem entrar em colapso se o mundo perder a confiança naquele país...

Ah, mas que se dane a Grécia...

É que se dane a Grécia...se não fosse pelo pequeno detalhe que nós estamos trilhando um caminho muito parecido...a diferença entre o que a "família" Brasil arrecada e gasta já está chegando em 4% ao ano...você acha que nós temos a taxa de juros mais alta do mundo porque somos perversos comedores de criancinhas? É porque senão ninguém topava emprestar dinheiro para nós cobrirmos nossos gastos...

Sabe o que aconteceu com a Grécia nas ultimas décadas? Gastos maiores do que a arrecadação...bonança de programas sociais...aumento do tamanho do Estado...alguma coisa em comum?

Alguém já disse que "o maior castigo de não se preocupar com Política é que a sua vida será regida pelos que se preocupam"...

PS: só para constar...está em vias de aprovação a criação de mais 02 estados, divindo o Pará...o Amazonas e o Maranhão também seriam divididos...este processo traria, no mínimo, mais 08 deputados federais e 03 senadores por estado, além de toda a máquina do Executivo, do Legislativo estadual e dos Judiciários...é mais ou menos como se a família lá do comecinho do post resolvesse trocar de carro ou migrar para um plano de saúde mais caro...muito prudente...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

de médico e de louco...

esta noite tive um sonho sui generis...sonhei que estava em um compartimento coletivo, muito parecido com as cápsulas da london eye, mas definitivamente não estava na london eye e estava no nivel térreo...era um ambiente para cerca de 20 pessoas e estava lotado...não consegui identificar onde exatamente o local ficava mas lembro de ter visto boeings passando muito, muito perto (da VASP...eu conseguia ler a logo da companhia aerea..), o que me fez acreditar, na hora, que estava em St Martin (em St. Martin, a cabeceira do aeroporto fica há poucos metros da praia...as pessoas que estão tomando sol tem suas cangas reviradas quando um avião pousa ou decola da ilha...).

bem, em determinado momento eu comecei a cantar Evidências...depois de alguns versos, as outras pessoas começaram a me acompanhar, bem empolgadas...uma determinada hora, eu percebi que a potencia da música era muito maior do que a soma de algumas vozes humanas..parei de cantar para prestar atenção e identifiquei a música saindo de caixas de som muito potentes...o nosso ambiente tinha sido, de repente, transformado em um show do Zezé Di Camargo e Luciano...

pois é...

domingo, 3 de julho de 2011

Entre Lacan e Yogananda

Jacques-Marie Emile Lacan nasce em Paris em 13 de abril de 1901. Médico neurologista, interessa-se pela Psiquiatria e, mais tarde, pela Psicanálise.  Em 1953, funda a Sociedade Francesa de Psicanálise. Em 1964, Lacan funda a Escola Freudiana de Paris. Entre seus diversos trabalhos publicados, encontram-se A Ética na Psicanálise (editado no Brasil em 1991) e Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise (editado no Brasil em 1979). Morre em 09 de setembro de 1981.

Paramahansa Yogananda (nome monástico de Mukunda Lal Ghosh) nasce em 05 de janeiro de 1893 em Uttar Pradesh, India. Após formar-se na Universidade de Calcutá em 1915, faz votos monásticos e dedica-se exclusivamente aos estudos espirituais. Em 1920, parte para Boston, com a finalidade de levar o conhecimento religioso da India para o Ocidente. Em Los Angeles, funda uma escola de meditação presente até hoje em diversos países. Morre em 07 de março de 1952.

Não há indício que os dois tenham se conhecido.


"Daphne disse que via o pai de Karl como o tipo de homem "castrador". Parecia querer que o filho se sentisse um zero à esquerda.

 - Às vezes - continuou ela - o Karl diz que ajo como o pai dele e o dilacero em pedaços. E ele tem razão, me sinto realmente mal com isso.

Isso era algo em que já havíamos trabalhado num momento anterior da terapia, e é uma área em que considero úteis as formulações lacanianas. A "castração" é um termo lacaniano importantíssimo - diferente mas também relacionado ao uso que lhe deu Daphne. Quando Lacan se referia à importância de homens e mulheres aceitarem sua "castração", estava se referindo ao fato de que, em termos psicológicos ou sexuais, nenhum de nós é inteiro. Excetuando o caso dos psicóticos, que realmente acreditam ser Deus, todos somos seres radicalmente incompletos - clivados por nossos próprios processos inconscientes, que muitas vezes parecem prevalecer. Somos seres falantes, dotados de linguagem mas também condenados por ela, já que nunca podemos dizer exatamente o que pretendemos. Só aqueles que aceitam esta realidade - a de que, neste sentido, somos todos "castrados" - têm a capacidade de amar. Os homens e mulheres que presumem ter uma espécie de completude fálica não tem a menor chance de intimidade. O que incomodava Daphne era que o pai de Karl - e ela própria - era capaz de agir como se Karl fosse o único ser castrado, enquanto eles próprios eram inteiros. Eles "o despedaçavam" para provar sua superioridade."

Trecho de Os Porcos-Espinhos de Schopenhauer, escrito em 2002 pela psiquiatra e psicanalista americana Deborah Anna Luepnitz.


"Encontrava-me no templo, em silencio, diante da imagem de Kali.Voltei-me e deparei-me com um homem alto, cuja roupa, ou falta dela, demonstrava tratar-se de um sadhu errante.

(...)

 - A confusão entre aspectos benignos e malignos da natureza, simbolizados por Kali, já intrigou cabeças mais sábias do que a minha.São poucos os que conseguem desvendar este mistério. O bem e o mal constituem o enigma desafiador que, como uma esfinge, a vida coloca perante cada inteligência para ser decifrado.Por não procurar encontrar resposta, a maioria dos homens paga esta negligência com a própria vida, uma condenação tão válida hoje como nos tempos de Tebas. Aqui e ali, uma figura altaneira e solitária ergue-se e não desiste da luta, extraindo da dualidade de maya a verdade da unidade indivisível.

 - O senhor fala com convicção - eu disse, aprecidando a discussão.

 - Há muito venho fazendo uma introspecção sincera, que é uma maneira extremamente dolorosa de alcançar a sabedoria. Examinar-se a si mesmo, olhar incansavelmente os próprios pensamentos, é uma experiência marcante e devastadora que esmaga o ego mais obstinado.

(...)

 - Venerável senhor, não tem compaixão pelas massas desorientadas?

O sábio ficou em silêncio durante alguns instantes. Depois deu uma resposta evasiva:

- Amar tanto o Deus invísivel, repositório de todas as virtudes, quanto o homem visível, que aparentemente não possui virtude alguma, é, muitas vezes, frustrante! No entando, nossa criatividade está à altura deste intrincado labirinto.A busca interior mostra prontamente a unidade de todas as mentes humanas: a forte afinidade da motivação egoísta que, pelo menos neste sentido, deixa transparecer a fraternidade do homem.Como resultado dessa niveladora descoberta, surge uma desoladora humildade, que amadurece sob forma de compaixão por seus semelhantes, cegos ao potencial curativo da alma que está à espera de ser explorado.

 - Os santos de todas as épocas tiveram, como o senhor, compaixão pelos sofrimentos do mundo.

 - Só o homem superficial não reage às aflições alheias, pois está afundado em seu próprio e mesquinho sofrimento. Ele continuou: - Aquele que pratica um exame minucioso de si mesmo experimentará uma expansão da compaixão universal, libertando-se das exigências ensurdecedoras do ego. (...)"
 
Trecho de Autobiografia de Um Iogue, escrito por Paramahansa Yogananda em 1946.

sexta-feira, 1 de julho de 2011



vi este videozinho em pensandozen.blogspot.com..