Colocaram o Fabio Assunção na capa da Veja. "A luta pela vida" era o tema. O uso da imagem dele não foi autorizado (bem, acho que ninguém autorizaria o uso da sua imagem naquelas circunstâncias...). O cara não tem nem o direito de se drogar. Vira ícone da derrocada.
Cara, puseram o cara na capa. A revista deve ter uma tiragem de 2 milhões de exemplares. São 2 milhões de famílias vendo a tua cara e pensando "coitado", ou "bem feito", ou "falta Deus na vida dele".
Não quero entrar aqui no mérito das drogas. Só esse assunto daria 4 posts. A questão é: qual o objetivo real dos caras em expor uma pessoa desse jeito? Não engulo o "serviço público". Isso é balela. A questão das drogas já foi discutida milhares de vezes em outras revistas de massa como Super Interessante ou Galileu ou Mente e Cérebro (todas são tão acessíveis quanto a Veja. Estão em todas as bancas.Se a tiragem é menor é porque menos pessoas compram) e nenhuma expôs um ser humano desse jeito.
Se eu já tinha algum desprezo pela Veja, agora é total. A Veja, pra mim, representa aquela parcela da classe média que se julga com senso crítico. Aquela que não tem vontade de alargar suas percepções. Aquela que engole tudo o que lhe dão. Aquela que acha o Mainardi engraçado sem perceber quão raso e egocentrico ele é. Aquela que acha a Lia Luft profunda. Aquela que finge que entende o que o Millor escreve (ou desenha, sei lá o que é aquilo...). Aquela que não percebe que metade da revista é anúncio. Aquela que, talvez, seja tão manipulada e cúmplice da bosta que vivemos quanto a classe baixa.Nossa, como eu detesto essa revista...
Eu sou da classe média. Se eu sinto tanto desprezo por este comportamento, é porque devo te-lo em larga escala. Mas juro que tenho trabalhado isso. Juro que tenho tentado desenvolver um senso crítico. Juro que antes de comprar o último celular que lançaram, eu me pergunto se realmente preciso. Juro mesmo. Devo cometer vários deslizes nesse processo mas estou me esforçando.
O problema é que o poder que a imprensa assumiu é avassalador. E a única saída é o senso crítico das pessoas. Não preciso dizer mais nada...
Eu devo ser muito chato.
Cala a boca moleque e vai comprar um celular bacana...
5 comentários:
Em geral não leio a Veja...mas acho bacana o Stephen Kanitz, Lia Luft também. Eu gosto do Diogo Mainardi...O Millor eu pulo ( ele tá vivo?)
Eu nem vejo os anúncios, e muitas matérias passo direto...
O Fábio Assunção ganha a vida se expondo, ele optou por isso. Se ele cheira pó, e for parar na capa da revista, que seja.
Eu li a matéria. Nào mete o pau no cara, achei o tom adequado.
O argumento de que tem outras revistas falando do assunto não convence. A Veja tem muito mais alcance que as outras.
Cara, respeito tua opinião, mas cocaína é pesado. Eu vi gente perder tudo, brother do trabalho que vi afundar na minha frente. Outra pessoa, que acho que você conheceu, teve o irmão assassinado por traficantes, pois os pais se recusaram a pagar suas dívidas pela 3a vez.
A consequencia desse vício é devastadora, tem que falar mesmo.
Achei um absurdo este tipo de exposição. Hoje qdo vi a propaganda da novela que ele atua não vi mais o Assunção e sim um cara com problemas com drogas e o sentimento de dó veio. Acho este tipo de sentimento (dó) desprezivel, mas é isso que VEJA, GLOBO etc buscam despertar nas pessoas..dó e humilhação no outro para nao pensar em sí mesmo, para não pensar que é manipulado, para pensar que o problema é sempre o outro e nunca ele!! bj
acho que é exposição para buscar audiência. simples, mercadológico e cruel assim...uma b*. Mas se essa b* tem uma tiragem de 2 milhões é pq 2 milhões lêmm essa b*. É o nosso país...
rodrigão, isso daria uma boa conversa com uma gelada no galinheiro...
dai, vi teu post! como sempre, curti pra c...
gordão, legal saber que vc passeia por aqui, vc tem sempre argumentos bem inteligentes (apesar da sua pança..)
Pessoas inteligentes são excessivamente críticas, chatas e muitas vezes depressivas. Cheguei a essa conclusão.
Você também é.
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