Apesar da palavra Zen ter se transformado em um adjetivo que qualifica qualquer coisa relacionada a um estado de paz e tranquilidade, o Zen é, essencialmente, uma das escolas de uma das linhas da filosofia budista. Saído da Índia para a China e posteriormente para os outros países da região, como Coréia e Japão, o Zen tornou-se popular por aqui com a vinda de muitos professores para o Ocidente no século passado.
Mesmo dentro do Zen, há diferentes tradições - como a Soto e a Rinzai - onde abordagens diversas são aplicadas.
Uma das mais comuns é o estudo de koans. Koans são pequenos versos ou historietas que contêm alguma lição implícita.
Como eu sou um baita de um fução, já conheci diversos koans. A grande maioria não mudou absolutamente nada na maneira com a qual eu vejo a vida, mas alguns, sim.
Um sobre o qual tenho particular carinho conta que o discípulo, após anos de prática monástica, pede ao mestre para sair do templo em peregrinação. O mestre questiona o que o discípulo quer ver lá fora, uma vez que os ensinamentos mostram que tudo que deve ser aprendido está aqui e agora. O discípulo pensa, pensa e responde: eu não sei. O mestre então permite a jornada.
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Qualquer pessoa que saiba andar de bicicleta deve ter passado por um processo de aprendizagem semelhante: começamos a andar com duas rodinhas de apoio; depois, sob incentivos entusiasmados de quem nos orienta, tiramos uma das rodinhas e, finalmente, em algum momento, mais encorajados pela primeira conquista, tentamos sem nenhuma das duas. Esta fase é a mais importante. Aqui, levamos alguns tombos que podem ser bem duros e a nossa confiança em nós mesmos, no processo e até em quem está nos orientando é posta em xeque várias vezes.
Quando estamos na outra ponta, a de quem está ensinando, percebemos que os choros e as dores têm menos a ver com os tombos em si e mais com a personalidade da criança. Nesse momento, nossa postura pode fortalecer ou diminuir a confiança e, consequentemente, a vontade dela em progredir.
O curioso é que fica claro, para nós, apenas então, qual postura carrega mais amor e carinho.
É perfeitamente possível andar pelo resto da vida sem tirar as rodinhas. Porém, no coração de quem nos ensina, haverá um tiquinho de tristeza.
Quando estamos na outra ponta, a de quem está ensinando, percebemos que os choros e as dores têm menos a ver com os tombos em si e mais com a personalidade da criança. Nesse momento, nossa postura pode fortalecer ou diminuir a confiança e, consequentemente, a vontade dela em progredir.
O curioso é que fica claro, para nós, apenas então, qual postura carrega mais amor e carinho.
É perfeitamente possível andar pelo resto da vida sem tirar as rodinhas. Porém, no coração de quem nos ensina, haverá um tiquinho de tristeza.
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