Terça-feira, 03 de outubro de 2006
Caramba, faz muito tempo que não escrevo. Ótimo sinal! Realmente tenho tido dias cheíssimos ultimamente. Vou tentar me lembrar do que aconteceu desde Salzburgo até aqui.
Realmente acordei com o pé bem melhor na segunda. Andei bastante por Salzburgo. Fui em um concerto à noite. Só Mozart. Chato pra caramba...
Na terça me mandei pra Ljubljana. Quando cheguei na cidade (depois de uma viagem terrível pois trocamos três vezes de trem e eu ajudei uma tiazinha – bem gostosinha por sinal – a carregar uma mala gigante) peguei um busão, desci no local indicado e a porta do albergue estava fechada. Toquei a campanhia três vezes e nada. Perguntei nas redondezas e ninguém sabia de nada. Só havia um pedaço de papel com um telefone na porta.Pedi para usar o telefone da pizzaria que ficava no mesmo prédio, não deixaram.Tentei comprar cartão para o orelhão, não consegui. Tentei chavecar o dono da frutaria em frente, não colou. Detalhe: já eram +/- 20h e eu tinha saído de Salzburgo às 13h...bem, peguei o ônibus de volta, fui ao escritório de informações turísticas e a moça descolou um albergue pra mim. Alberguezinho legal, barato e limpo (bem, peguei pulgas de novo...).Lá conheci o Sven e o Ludovich mas depois falo sobre eles.
Ljubljana é bem bonitinha, mas nada demais. Fui ao castelo, à National Gallery e a umas cavernas afastadas da cidade que foram o ponto alto da viagem. Muito bonito mesmo!
O Sven é um belga que está viajando o mundo. 30 anos, está gerenciando uma loja do Carrefour na sua cidade e tirou o ano para viajar. Já está no finalzinho da viagem, volta à Bélgica em um mês.No começo impliquei um pouco com ele pois ele tem aquele estilo decidido, toma todas as decisões, independente, auto confiante e etc. Como sou um pouco assim também, meu orgulho estranhou um pouco o cara. Mas aproveitei para treinar estar do outro lado, do lado de quem segue a decisão dos outros e aí passei a me divertir. Fomos às cavernas juntos (o passeio foi idéia dele, que não me pareceu muito empolgado quando eu me convidei mas acho que gostou da minha companhia) e pudemos conversar bastante.
De Ljubljana fui para a Croácia.Primeira parada, Zagreb.O Sven e o Ludovic estavam com o mesmo roteiro então fomos juntos.Pegamos um albergue lixo perto da estação pois só ficaríamos uma noite.
O Ludovic é um francês bem estranho (pleonasmo).Depois descobri que ele é gay.Cara meio calado, com muitas piadas estranhas mas nos demos bem. Demos boas risadas juntos.
Tomamos umas à noite em Zagreb, babamos um pouco pelas mulheres e fomos dormir.Próxima parada: Split.
Pegamos um hotelzinho bem legal perto do palácio.À noite o Sven e eu pegamos uma baladinha. A minha primeira balada na Europa. Tava +/- mas uma moreninha nota 06 tava pagando muito pau...é claro que eu fiquei esperando ela tomar a iniciativa enquanto enchia minha cabeça com rum achando que era coragem com gelo...
No dia seguinte fui à praia com o Ludovic, passando por um parque lindo, todo murado à beira do Adriático. Gostei bastante de Split, muito bonitinha.Mas à noite foi o grande momento: graças ao Sven, comprei ingresso para o grande clássico do futebol croata: Hajduk Split (time local e 2º melhor do país) e Dínamo Zagreb (time da capital e maior força do futebol croata ). Foi incrível! Estádio lotadíssimo, 35.000 pessoas, sendo 33.000 do time local.Os caras ficaram cantando músicas da Dalmácia o tempo inteiro (musicas muito bonitas por sinal). De arrepiar, nem nos jogos mais decisivos do Corinthians vi algo parecido.
Eu estava super empolgado quando levei um balde de água fria no comecinho do jogo: um jogador do Dínamo era negro. Assim que ele pegou na bola, o estádio inteiro começou a imitar macaco.Me deu uma raiva incrível. Automaticamente comecei a torcer para o Dínamo (não que eu ache que eles teriam um comportamento diferente na mesma situação...) a tal ponto que tive que me segurar para não comemorar uma boa jogada do Dínamo.
Engraçado...nesse momento, após quase três meses de Europa, eu parei para pensar se os Europeus não mereceram passar por todas as guerras e infortúnios que eles passaram. Neste momento eu deixei de admirar a bravura dos povos europeus e comecei a olhar com olhos mais críticos. Tinha um loirinho de uns 20 e poucos anos do meu lado que fazia o som do macaco e se divertia horrores.Eu tive que me segurar para não dar um soco na cara dele.Que merda ele pensa que é ? Depois disso, passei a ter uma opinião diferente sobre imigração: temos mais é que misturar todo mundo mesmo. Esse conceito de país e povo é um câncer no mundo (se bem que os árabes que tenho visto na Europa estão mais ajudando o racismo do que o inverso...)
O jogo em si foi meia boca. Nível técnico fraquíssimo, juiz covarde e 2 x 2 no placar (tava torcendo por um empate, pois vitória do time local significaria noite sem sono e derrota poderia gerar violência...).
No dia seguinte fomos a Dubrovnick, no extremo sul da Croácia (continuamos juntos os três). Um dos lugares mais bonitos da viagem. De cair o queixo.
Ontem à noite fiquei filosofando com o Sven até 2 da manhã, hoje rodei a cidade (passeio no muro da cidade inesquecível!) e agora estou sentado no deck do navio indo para Bari, na Itália.
Faltam exatamente 02 meses para voltar e eu realmente não sei se isso é bom ou ruim...
2 comentários:
Estava com saudades do seu diário.
Abração!
Daniel
fala mano!! vlw!!!
abs
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