"O Espírito encarnado, a fim de alcançar os altos objetivos da vida, precisa reconhecer sua condição de aprendiz, extraindo proveito de cada experiência, sem escravizar-se.
O dinheiro ou a necessidade material, a doença e a saúde do corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o ensejo de elevação em sua essência legítima.
Infelizmente, porém, de maneira geral, a criatura apenas reconhece semelhantes verdades quando se abeira da transformação pela morte do corpo terrestre.
Raras pessoas transitam de uma situação para outra com a dignidade devida. Comumente, se um rico é transferido a lugar de escassez, dá-se a tão extremas lamentações que acaba vencido, como servo miserável da mendincância; se o pobre é conduzido a elevada posição financeira, não raro se transforma em ordenador insensato, escravizando-se à extravagância e à tirania.
É imprescindível muito cuidado para que as posições transitórias não paralisem os vôos da alma. Guarda a retidão de consciência e atira-te ao trabalho edificante; então, a teus olhos, toda situação representará oportunidade de atingir o "mais alto" e o "mais além". "
Trecho extraído de Caminho, Verdade e Vida - Emmanuel
sábado, 23 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
la paura
Colei abaixo um trecho de um texto do Rubem Alves já publicado aqui no blog (em novembro de 2009).
Eu releio frequentemente os textos dos quais gosto muito. Sempre encontro coisas novas, ou melhor, os textos sempre me encontram novo...enfim, segue o pedaço sobre o qual filosofei desta vez..
Quem tiver interesse em ler o texto completo, pode procurar aqui no blog mesmo ou visitar o site do próprio Rubem Alves (rubemalves.com.br), certamente o encontrará...
"Somos iguais aos animais, em que as mesmas coisas terríveis podem acontecer a eles e a nós. Mas somos diferentes deles porque eles só sofrem como se deve sofrer, isto é, quando o terrível acontece. E nós, tolos, sofremos sem que ele tenha acontecido. Sofremos imaginando o terrível. O medo é a presença do terrível-não-acontecido, se apossando das nossas vidas. Ele pode acontecer? Pode. Mas ainda não aconteceu e nem se sabe se acontecerá.
Curioso: nós, humanos, somos os únicos animais a ter prazer no medo. A colina suave não seduz o alpinista. Ele quer o perigo dos abismos, o calafrio das neves, a sensação de solidão. A terra firme, tão segura, tão sem medo, tão monótona! Mas é o mar sem fim que nos chama: “A solidez da terra, monótona, parece-nos fraca ilusão. Queremos a ilusão do grande mar, multiplicada em suas malhas de perigo...“ (Cecília Meireles).
A pomba, que por medo do gavião, se recusasse a sair do ninho, já se teria perdido no próprio ato de fugir do gavião. Porque o medo lhe teria roubado aquilo que de mais precioso existe num pássaro: o vôo. Quem, por medo do terrível, prefere o caminho prudente de fugir do risco, já nesse ato estará morto. Porque o medo lhe terá roubado aquilo que de mais precioso existe na vida humana: a capacidade de se arriscar para viver o que se ama.
O medo não é uma perturbação psicológica. Ele é parte da nossa própria alma. O que é decisivo é se o medo nos faz rastejar ou se ele nos faz voar. Quem, por causa do medo, se encolhe e rasteja, vive a morte na própria vida. Quem, a despeito do medo, toma o risco e voa, triunfa sobre a morte. Morrerá, quando a morte vier. Mas só quando ela vier. Esse é o sentido das palavras de Jesus: “Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á. Mas quem perder a sua vida, a encontrará.“ Viver a vida, aceitando o risco da morte: isso tem o nome de coragem. Coragem não é ausência do medo. É viver, a despeito do medo.
Houve um tempo em que eu invocava os deuses para me proteger do medo. Eu repetia os poemas sagrados para exorcizar o medo: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum...“ “Mil cairão à tua direita, dez mil à tua esquerda, mas nenhum mal te sucederá...“ A vida me ensinou que esses consolos não são verdadeiros. Os deuses não nos protegem do medo. Eles nos convidam à coragem de viver a despeito dele."
Eu releio frequentemente os textos dos quais gosto muito. Sempre encontro coisas novas, ou melhor, os textos sempre me encontram novo...enfim, segue o pedaço sobre o qual filosofei desta vez..
Quem tiver interesse em ler o texto completo, pode procurar aqui no blog mesmo ou visitar o site do próprio Rubem Alves (rubemalves.com.br), certamente o encontrará...
"Somos iguais aos animais, em que as mesmas coisas terríveis podem acontecer a eles e a nós. Mas somos diferentes deles porque eles só sofrem como se deve sofrer, isto é, quando o terrível acontece. E nós, tolos, sofremos sem que ele tenha acontecido. Sofremos imaginando o terrível. O medo é a presença do terrível-não-acontecido, se apossando das nossas vidas. Ele pode acontecer? Pode. Mas ainda não aconteceu e nem se sabe se acontecerá.
Curioso: nós, humanos, somos os únicos animais a ter prazer no medo. A colina suave não seduz o alpinista. Ele quer o perigo dos abismos, o calafrio das neves, a sensação de solidão. A terra firme, tão segura, tão sem medo, tão monótona! Mas é o mar sem fim que nos chama: “A solidez da terra, monótona, parece-nos fraca ilusão. Queremos a ilusão do grande mar, multiplicada em suas malhas de perigo...“ (Cecília Meireles).
A pomba, que por medo do gavião, se recusasse a sair do ninho, já se teria perdido no próprio ato de fugir do gavião. Porque o medo lhe teria roubado aquilo que de mais precioso existe num pássaro: o vôo. Quem, por medo do terrível, prefere o caminho prudente de fugir do risco, já nesse ato estará morto. Porque o medo lhe terá roubado aquilo que de mais precioso existe na vida humana: a capacidade de se arriscar para viver o que se ama.
O medo não é uma perturbação psicológica. Ele é parte da nossa própria alma. O que é decisivo é se o medo nos faz rastejar ou se ele nos faz voar. Quem, por causa do medo, se encolhe e rasteja, vive a morte na própria vida. Quem, a despeito do medo, toma o risco e voa, triunfa sobre a morte. Morrerá, quando a morte vier. Mas só quando ela vier. Esse é o sentido das palavras de Jesus: “Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á. Mas quem perder a sua vida, a encontrará.“ Viver a vida, aceitando o risco da morte: isso tem o nome de coragem. Coragem não é ausência do medo. É viver, a despeito do medo.
Houve um tempo em que eu invocava os deuses para me proteger do medo. Eu repetia os poemas sagrados para exorcizar o medo: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum...“ “Mil cairão à tua direita, dez mil à tua esquerda, mas nenhum mal te sucederá...“ A vida me ensinou que esses consolos não são verdadeiros. Os deuses não nos protegem do medo. Eles nos convidam à coragem de viver a despeito dele."
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Você sabe com quem está falando?
Esse texto é totalmente baseado em um vídeo, mostrando trechos de uma palestra de Mario Sergio Cortela, que eu assisti no blog pensando zen (copio tantos textos deste blog que daqui a pouco vou precisar pagar royalties...)
Quem tiver interesse, segue o link do post original http://pensandozen.blogspot.com/2011/03/quem-e-voce.html
A Ciência diz que há mais ou menos 15 bilhões de anos, uma explosão de matéria e energia deu origem ao que chamamos de Universo. Hoje alguns cientistas, especialmente físicos, já admitem a hipótese da existência de outros Universos.
Nosso Universo continua, desde a explosão, em expansão. As partículas de energia desprendidas na explosão são o que conhecemos por estrelas. As estrelas estão organizadas em galáxias. Estima-se que existam ao redor de 200 bilhões de galáxias.
Nós vivemos em uma pequena galáxia de aproximadamente 100 bilhões de estrelas. Uma delas é o Sol. Nosso planeta é um corpo que gira em torno do Sol, junto com outros 8 ou 9.
No nosso planeta, considera-se que haja algo próximo a 30 milhões de espécies, das quais apenas 3 milhões são conhecidas. Nós, homo sapiens, somos uma espécie entre as 30 milhões existentes.
Os cálculos populacionais contam algo como 7 bilhões de indívíduos.
Ou seja: eu sou um individuo, entre 7 bilhões de outros como eu, em uma espécie que está entre outras 30 milhões, de um planeta que está entre outros 9, girando ao redor de um Sol que é uma entre outras 100 milhões de estrelas, pertencentes a uma galáxia que é uma entre outras 200 bilhões, de um Universo que, provavelmente, é um entre outros...
precisa falar mais alguma coisa?
Quem tiver interesse, segue o link do post original http://pensandozen.blogspot.com/2011/03/quem-e-voce.html
A Ciência diz que há mais ou menos 15 bilhões de anos, uma explosão de matéria e energia deu origem ao que chamamos de Universo. Hoje alguns cientistas, especialmente físicos, já admitem a hipótese da existência de outros Universos.
Nosso Universo continua, desde a explosão, em expansão. As partículas de energia desprendidas na explosão são o que conhecemos por estrelas. As estrelas estão organizadas em galáxias. Estima-se que existam ao redor de 200 bilhões de galáxias.
Nós vivemos em uma pequena galáxia de aproximadamente 100 bilhões de estrelas. Uma delas é o Sol. Nosso planeta é um corpo que gira em torno do Sol, junto com outros 8 ou 9.
No nosso planeta, considera-se que haja algo próximo a 30 milhões de espécies, das quais apenas 3 milhões são conhecidas. Nós, homo sapiens, somos uma espécie entre as 30 milhões existentes.
Os cálculos populacionais contam algo como 7 bilhões de indívíduos.
Ou seja: eu sou um individuo, entre 7 bilhões de outros como eu, em uma espécie que está entre outras 30 milhões, de um planeta que está entre outros 9, girando ao redor de um Sol que é uma entre outras 100 milhões de estrelas, pertencentes a uma galáxia que é uma entre outras 200 bilhões, de um Universo que, provavelmente, é um entre outros...
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