domingo, 24 de maio de 2009

Ensaio sobre a Cegueira

Ontem vi o filme do título. Não li o livro (geralmente os livros são muito melhores do que os filmes) mas achei o filme espetacular.

Fiquei bestificado com a inteligência do Saramago em criar o argumento e do Meirelles em contá-lo.

Poucas vezes vi um tratado sobre a condição humana tão forte e cativante ao mesmo tempo.

Para mim, o argumento principal do filme é esse: questionar o que é ser humano. Quais características formam (ou deveriam formar) o que chamamos de humanidade (não Humanidade, coletivo de Homem mas sim humanidade, qualidade de ser humano).

As questões de poder, de compaixão, de orgulho, de amor estão todas ali, contadas de uma forma muito bonita.

Eu só, confesso, fiquei meio perdido com a frase final do filme. Ainda não encontrei um significado para ela.

Enfim, muito bom.

5 comentários:

Diogo disse...

jura por deus que você não escreveu no post qual é a porra da frase final...

Rodrigo disse...

Fala Oco,
eu li o livro. Alias, acabei de ler minutos antes de ir pro cinema.
A adaptação é quase perfeita.
O engraçado é perceber que, como o diretor é brasileiro, parece que ele escolhe para cortar ou manter exatamente aquilo que vc cortaria. Diferente se fosse dirigido por um gringo, para o qual outras partes causam mais impacto.
Vale a pena ler o livro, mas prepare-se para Saramago, ele não escreve parecido com nada que eu tenha lido na vida.

Rivotril disse...

Acho que é um dos filmes mais incomodos que já assisti. Saramago é um gênio mesmo, é quase que impensável o tanto de conceitos sobre a condição humana que ele consegue colocar no filme usando a cegueira como linha-mestre, ele parece um filósofo sem querer ser filósofo.
Quanto ao Meirelles, o melhor filme dele na minha opinião.

Diogo se pesquisei direito deve ser isso:
“A mulher do médico levantou-se e foi à janela. Olhou para baixo, para a rua coberta de lixo, para as pessoas que gritavam e cantavam. Depois levantou a cabeça para o céu e viu-o todo branco. Chegou minha vez. O medo súbito fê-la baixar os olhos. A cidade ainda ali estava.”

Homem Oco disse...

fala pessoal!

diogão, não quis posta-la para os que não viram ainda e gostariam de ver...mas agradeço o rivotril por dar ua força! a frase é exatamente essa, só faltou um pedacinho 'chegou a minha vez de ficar cega!"..isso é que me deixou confuso....

Salve rodrigo. Eu assisti á uma montagem teatral de O Evangelho segundo JC...também achei absurdo em termos de inteligencia....vou começar a ler o velhinho logo mais...

Diogo disse...

Legal, valeu aí pela frase - eu pesquisei um pouco na internet e não achei.

Achei isso aqui - meio técnico, mas interessante: blogdeblindness.blogspot.com
É o diário de produção do diretor.

Eu li pouca coisa do Saramago - o Conto da ilha desconhecida, que é curtinho e bacaninha, o Ensaio sobre a Cegueira, que é um murro no estômago, e o Evangelho, que tem um tom bem humanizador. O Ensaio um pouco menos, mas os outros me lembraram um pouco Garcia Marques e Borges, que são autores de uma escola (?) chamada Realismo Fantástico.