sexta-feira, 16 de abril de 2010

No creo en las brujas pero...

" "Deixei o meu corpo."A voz estava mais alta e rouca. "Vejo uma luz maravilhosa...Há pessoas se aproximando de mim. Elas vêm me ajudar. São maravilhosas. Elas não têm medo...Sinto-me muito leve.."
Fez-se uma longa pausa.

"Você tem alguma idéia sobre a vida que acabou de deixar?"
"Isto fica para mais tarde. Agora sinto apenas paz. É uma hora de consolo. O grupo precisa ser consolado. A alma...a alma encontra a paz aqui. Deixa-se pra trás todo o sofrimento físico. A alma está tranquila. É um sentimento maravilhoso...maravilhoso, como se o sol estivesse sempre brilhando.A luz é tão forte!Tudo emana de seus raios! A energia vem desta luz. A nossa alma vai pra lá imediatamente. É quase uma força magnética que nos atrai. É maravilhoso. É como se fosse uma fonte de energia. Ela pode curar."
"Tem cor?"
"Tem muitas cores." Ela fez uma pausa, descansando nesta luz.
"O que você está sentindo?", aventurei.
"Nada...apenas tranquilidade. Estamos entre amigos. Eles estão todos aqui. Vejo muita gente. Alguns são familiares, outros não.Mas estamos lá, esperando."
Ela continuava esperando, enquanto os minutos se passavam. Resolvi acelerar o processo.
"Tenho uma pergunta a fazer."
"A quem?", perguntou Catherine.
"Alguém - a você ou aos mestres", esquivei-me."Acho que compreender isto vai nos ajudar.A pergunta é: Nós escolhemos o momento e a maneira como nascemos e morremos?Podemos escolher nossa situação?Podemos escolher a hora de morrer novamente?Acho que compreender isto vai diminuir bastante nossos medos.Existe alguém aí que possa responder?".

A sala estava fria

Quando Catherine voltou a falar, sua voz era mais profunda e ressonante.Era uma voz que eu nunca escutara antes. Era a voz de um poeta.
"Sim, nós escolhemos quando vamos entrar no nosso estado físico e quando vamos deixa-lo. Sabemos quando já cumprimos aquilo para o qual fomos enviados aqui embaixo.Sabemos quando chega a hora e aceitamos nossa morte.Pois sabemos que nada mais será alcançado nesta vida.Quando se tem tempo, quando se teve tempo para descansar e revigorar a alma, é permitido escolher o retorno ao estado físico. Aqueles que hesitam, que não estão certos de sua volta, podem perder a oportunidade, a chance de realizar o que deve ser feito no estado físico."

Vi logo que não era Catherine que falava. "Quem está falando comigo?", implorei, "Quem está falando?"
Catherine respondeu no seu sussuro suave e familiar. "Não sei. É a voz de alguém muito...alguém que controla as coisas, mas não sei quem é. Escuto apenas a sua voz e tento repetir o que ele lhe diz."
Ela também sabia que este conhecimento não era dela, não vinha do subconsciente nem do inconsciente. Nem mesmo do seu eu supraconsciente. Ela, de alguma maneira, escutava e depois me transmitia as palavras e pensamentos de alguém especial, alguém que "controla as coisas."Surgira um outro mestre, portanto, diferente daquele, ou daqueles, de quem tinham vindo as sábias mensagens anteriores.Este era um espírito novo, com voz e estilo característicos, poético e sereno. Era um mestre que falava da morte sem hesitações, mas cuja voz e pensamentos eram impregnados de amor. Um amor sincero e real, porém desapaixonado e universal. Era jubiloso, mas não era sufocante, emocional ou constrangedor. Transmitia uma sensação de desapego amoroso ou de bondade desprendida e era vagamente familiar."

Trecho do livro Muitas Vidas, Muitos Mestres - escrito pelo Dr. Brian Weiss, formado em Medicina em Yale e atual chefe do Departamento de Psiquiatria do Mount Sinai Medical Center em Miami.